A PLATAFORMA das organizações da sociedade civil que advogam a favor das comunidades o direito do uso e aproveitamento sustentável da terra encoraja o Governo central a prosseguir os seus esforços tendentes à preservação das florestas através da fiscalização conjunta dos recursos, reflorestamento e combate às queimadas descontroladas.
Luísa Hoffman, directora executiva do Fórum Terra em Nampula,lembrou, por exemplo, que os desmatamentos como um procedimento normal no maneio dos recursos naturais são responsáveis por cerca de 17 por cento das emissões de dióxido de carbono, um dos gases que contribui para o aquecimento global.
A fonte, que falava há dias no quadro das celebrações do Dia Mundial das Florestas naquela província, que teve como palco o distrito de Mecubúri, reconheceu o desempenho do Executivo na promoção da gestão sustentável dos recursos naturais, tendo manifestado o desejo da plataforma de apoiar o esforço do Governo no sentido de melhorar os mecanismos de canalização dos valores correspondentes às taxas exploração florestal para as comunidades.
No âmbito das celebrações do 21 de Março foram plantadas 45 mil mudas de espécies de chanfuta e jambire, precisou que a utilização dos instrumentos legais na denúncia das actividades de furtivos é um êxito alcançado que merece louvores ao Governo pelas acções desenvolvidas na sensibilização das comunidades.
O reflorestamento das áreas desmatadas é uma realidade mercê da abnegação das entidades governamentais, do sector privado e comunidades em vários pontos, particularmente na província de Nampula. No entanto, a entrevistada entende que a massificação do reflorestamento clama pela injecção de mais fundos com vista a dar mais dinâmica ao processo, apelando maior rigor da dedução da sobretaxa da exploração florestal fixada em 15 por cento.
A plataforma avança mais propostas no sentido de reforçar os mecanismos de gestão dos recursos naturais com maior ênfase para a adopção de medidas adicionais que concorram para o abrandamento do abate ilegal das florestas que constituem cerca de 30 por cento da superfície terrestre. Adicionalmente, o redimensionamento da maior reserva florestal do país localizada no distrito de Mecubúri com vista à protecção dos recursos existentes no seu interior que estão ameaçados, como plantas medicinais e espécies raras.
Por seu turno, Ussene António Salimo, oficial de advocacia e recursos naturais e indústria extractiva na Associação Nacional de Extensão Rural - AENA, em Nampula, exalta o papel das autoridades governamentais que consiste na promoção da agricultura de conservação no seio dos camponeses, a qual tem um forte impacto na conservação da natureza, pois reduz os níveis de desmatamento.
A AENA, em coordenação com o sector da Agricultura e Segurança Alimentar, leva às comunidades a sensibilização dos camponeses para aderirem à lavoura mínima, sendo que os resultados começam a produzir efeitos positivos quão os apelos para efectuar novos plantios de mudas de espécies florestais comerciais e nativas, cuja multiplicação conta com envolvimento das entidades governamentais e de parceiros.
Ussene António Salimo salienta ainda avanços na redução das queimadas descontroladas através de ensinamentos às comunidades de práticas relacionadas com a agricultura de conservação que têm como ganhos o esforço mínimo que o camponês despende no processo de lavoura. “As queimadas são práticas tradicionais e a viragem com vista ao seu abandono vai levar tempo, enquanto são aprimorados os procedimentos para desencorajar”, admitiu.
No entanto, defende que o Governo deve ser mais prático no processo de implementação da legislação vigente sobre a gestão dos recursos naturais para se precaver dos furtivos, cujas acções comprometem e ameaçam a existência de algumas espécies, sobretudo de alto valor comercial, e sua comercialização, obedecendo o circuito oficial, pode garantir a sobrevivência das gerações vindouras.
Luís Sande, chefe do serviço provincial de Florestas e Fauna Bravia na Direcção local de Agricultura e Segurança Alimentar, garantiu que apesar da exiguidade de fiscais todo esforço está sendo desenvolvido no sentido de reduzir o campo de acção dos operadores furtivos.
Instou, por outro lado, os operadores licenciados no sentido de seguirem o exemplo daqueles que oferecem mobiliário escolar, pois esse gesto estimula as comunidades onde os estabelecimentos se localizam a cooperar na denúncia dos furtivos."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.
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