terça-feira, 1 de março de 2016

MAPAI, PROVINCIA DE GAZA, MOÇAMBIQUE CONSTRUÇÃO DE BARRAGEM PODERÁ INICIAR BREVE

O GOVERNO acredita na possibilidade de iniciar com a construção da Barragem de Mapai, na província de Gaza, ainda no presente quinquénio, como parte das apostas para a mitigação da seca e das cheias recorrentes.
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, que visitou recentemente a região norte de Gaza, no contexto da monitoria da situação da seca, recomendou à Administração Regional das Águas do Sul no sentido de tudo fazer para que este projecto avance.
Nestes termos, o Executivo acaba de assinar o contrato que marca o início do estudo de viabilidade com uma empresa de consultoria especializada, que deve entregar os resultados num período de três anos.
Hélio Banze, director-geral da Administração Regional das Águas do Sul, garantiu na ocasião que tudo está a ser feito no sentido de cumprir com a intenção do Governo de iniciar com as obras até 2019, considerando a importância estratégica desta barragem para o norte de Gaza.  
Para o efeito, está disponível em forma de donativo um valor de cinco milhões de euros que permitirão desenvolver os estudos de base que devem orientar a construção do empreendimento. Os fundos foram mobilizados junto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e Fundo de Apoio ao Sector Privado.
Os montantes destinam-se a estudos de viabilidade técnica, financeira, do impacto ambiental, do plano de reassentamento, para além de identificar e actualizar o potencial de rega e respectiva cadeia de valor.
No mesmo contexto, deve ser elaborado o modelo para a mobilização do financiamento para as obras, que devem privilegiar parcerias público-privadas.
Uma análise dos custos de construção mostram que seria necessário perto de cem milhões de dólares anuais para viabilizar barragens como Mapai, Moamba-Major ou Mugeba, escritas como prioritárias no Plano Quinquenal do Governo.
A elaboração de estudos deste tipo de infra-estruturas leva até três anos e a construção propriamente dita até cinco anos.
A expectativa que existe é que com a construção da Barragem de Mapai seja possível interligá-la às extensas lagoas existentes na região, permitindo uma área de inundação ainda maior e dessalinização natural das mesmas para o aproveitamento do potencial agrícola existente, incluindo na vizinha província de Inhambane.
Esta e outras perspectivas devem constar do estudo de viabilidade a ser levado a cabo no contexto da construção da barragem.
A ausência de uma barragem no leito principal do rio Limpopo tem sido apontada insistentemente como uma limitante na gestão da bacia. Neste momento a única infra-estrutura está implantada sobre o rio dos Elefantes, um afluente do Limpopo.
Com efeito, em anos de seca, como a presente, a região é bastante assolada. Em anos de inundações há mortes e destruição de infra-estruturas socioeconómicas diversas.
A província de Gaza é conhecida pelo seu potencial para o desenvolvimento da irrigação, que pode contribuir para a criação de oportunidades de emprego e redução da pobreza.
Segundo dados da Administração Regional de Águas do Sul, a área sob a sua jurisdição é a zona do país que apresenta menos disponibilidade de água, representando apenas dez por cento do escoamento global do país. No entanto, é a que consome 30 por cento, considerando a média do país.
Estimativas apontam que construir a Barragem de Mapai deve custar pouco mais de 600 milhões de dólares."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.

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