domingo, 15 de maio de 2016

PAZ EM MOÇAMBIQUE: FOI A MENSAGEM TRANSVERSAL DAS VISITAS DE TRABALHO ÀS PROVINCIAS DO NIASSA E CABO DELGADO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE FILIPE NYUSI, ASSOCIADAS AO TRABALHO, EFICÁCIA E RACIONALIZAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DISPONIVEIS

O presidente da República, Filipe Nyusi, efectuou na semana finda uma visita às províncias de Cabo Delgado e Niassa, na sua primeira deslocação este ano, em “ presidência aberta”, da qual saltou à vista a mensagem de muito trabalho, através da produção e produtividade, austeridade e racionalização do que se produz e temos, mas que a paz deve ser conseguida pelos moçambicanos, para que esses esforços valham a pena, segundo se pode ver das reportagens despachadas das duas províncias nortenhas do nosso país.
Novo ciclo prioriza
contenção de despesas
O Presidente da República, Filipe Nyusi, no âmbito das visitas presidenciais as províncias, passa a escalar seis distritos em três dias, com uma delegação reduzida, num esforço que tem em vista conter no máximo as despesas de transporte, alojamento e ajudas de custo, entre outras despesas inerentes a estas deslocações.
Em declarações à Imprensa no final de visita a província de Cabo Delgado, Nyusi reconheceu que este novo figurino implica um grande sacrifício mas que vale a pena consentir porque permite poupar recursos e ganhar tempo.
No âmbito deste esforço, em Cabo Delgado o presidente da Republica escalou os distritos de Balama, Namuno, Quissanga, Metuge e Chiúre, orientando comícios e encontros com diversos grupos sociais para colher informações sobre as preocupações e ideias sobre as formas de os solucionar.
O Chefe do Estado, na ocasião disse, a titulo elucidativo, que na área da imprensa, para conter as despesas priorizou-se a imprensa local e não equipas vindas do nível central como acontecia anteriormente e, o que se nota e que a informação esta a fluir normalmente.
“ É pesado mas é um sacrifício que vale a pena fazer para reduzir os custos das deslocações e ganhar tempo”, disse o presidente Nyusi.
Neste novo modelo, segundo o Chefe do Estado passou-se a ceder menos tempo aos comícios privilegiando a interação com vários grupos sociais facto que permite colher ideias pormenorizadas sobre como proceder na esfera governativa para resolver os problemas que apoquentam a população.
“ Exigimos também que os administradores, na execução de suas tarefas, façam a gestão orçamental respeitando o princípio de austeridade”, explicou.
O Chefe do Estado destacou que o administrador tem a obrigação de ter a ideia exacta do orçamento de que dispõe, porque na altura da prestação de contas deve ir ao detalhe para se saber  ao certo o que fez, como fez e o que  ficou por fazer.
A questão da contenção das despesas é uma coisa séria, reconheceu o chefe do Estado, explicando que à luz da reunião dos governos locais realizada em Nacala, há coisas que devem acontecer um pouco por todo o território nacional, cuja execução exige dos administradores maior destreza.
No distrito de Balama, porta de entrada para a província de Cabo Delgado o Presidente da República orientou um comício no qual  informou aos presentes sobre o processo em curso com vista a reativação da fábrica de grafite de Ancuabe, no distrito do mesmo nome e o Regadio de Chipembe, em Balama, tendo avançado que o governo está à procura de investidores para tomarem conta destes dois grandes projetos económicos.
As minas de grafite, segundo Nyusi, para além de contribuírem para a economia nacional vão proporcionar novos postos de emprego e o Regadio   de Chipembe vai relançar a produção de arroz para consumo interno e para a exportação.
“ Já trouxemos dois investidores para o regadio de Chipembe mas disseram que queriam tudo. Nós não queremos trazer investidores que querem tudo. Enquanto isso estamos também à procura de um investidor para reactivar a fábrica de grafite”, disse o Presidente Nyusi.
O Presidente Nyusi, adiantou que para os projectos como o de grafite, ouro e madeira o governo precisa de investidores comprometidos com a preservação das espécies e do meio ambiente, usando boas práticas.
Os populares pediram, ao Presidente da Republica, a construção de uma  linha férrea, bloco operatório e pediatria no hospital,  a conclusão da estrada Montepuez/Ruasse destacando que este projecto foi iniciado há muito tempo mas que ainda não foi concluído.
“O projecto do falecido Presidente Samora Machel era construir uma linha férrea ligando a cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado ao Niassa, pedimos que este projecto seja retomado”, insistiu Arminda Cassona.
Comentando estes pedidos, Filipe Nyusi, Engenheiro que dirigiu os portos e Caminhos-de-ferro, na região Norte, durante cerca de 15 anos, explicou que o comboio é um tipo de transporte para muita carga e a construção de uma linha férrea é bastante onerosa tendo em conta a quantidade de produtos produzidos localmente.
“O comboio não pode vir a Balama passear, é preciso que aumentemos a produção para rentabilizar este tipo de transporte. Com a reativação da fábrica de grafite, talvez, poderá ser necessária uma linha férrea”, explicou.
Os populares pediram ainda a ampliação da esquadra e o aumento do efectivo policial o alargamento das redes de abastecimento de água, energia e escolar.
Em Chiúre, Filipe Nyusi inaugurou a ponte sobre o rio Lucó, que divide os postos administrativos de Ocua e Namogelia, que nunca existiu e tentativas de implantá-la foram sendo infrutíferas, desde a primeira partindo da algodoeira PLEXUS. Fontes locais disseram-nos que a ponte de Lucó foi mais do que o estabelecimento duma ligação entre dois pontos potenciais produtores de Chiúre.
“ O Presidente Nyusi conheceu bem aquele problema, muito antes de assumir as actuais funções de chefia do Estado. Em duas oportunidades, no mandato de Armando Guebuza, ele esteve escalado em Chiúre como militante da Frelimo em campanha e teimosamente e por mais de uma duas vezes, atravessou o rio para interagir com a população da outra margem, em Namogelia” disseram.
As nossas fontes disseram que Filipe Nyusi, na altura ministro da Defesa Nacional, disse bastas vezes que se tratava de um problema ultrapassável e que os dias estavam contados do corte de comunicação entre aqueles polos do distrito de Chiúre. Repetiu-o aquando da campanha eleitoral para à sua eleição para presidente da República.
“Na verdade, trata-se do cumprimento duma promessa que ele assumiu-a como divida e está ali a ponte a ligar as duas regiões. O sonho das populações tornou-se em realidade e as pessoas nem têm formas de o agradecer”.
 Filipe Mandinga, da AIM, em Cabo Delgado
População acusa a Renamo de usar
dinheiro público para matar o povo
André Jonas, em Niassa
A população de Mecula, em Niassa, considera que a Renamo e o seu líder estão a usar o dinheiro do povo para matar o mesmo povo. A denúncia foi feita durante um comício popular, o último, realizado na última quarta-feira, pelo Presidente República, Filipe Jacinto Nyusi, no âmbito da presidência aberta e inclusiva que realizou, em três dias, aos distritos do Lago, Mandimba, Metarica, Marrupa, Mecula e a capital provincial de Niassa, Lichinga.
Em todos os locais por onde passou – do Norte ao Sul da província mais extensa do país - a população confortou o Chefe do Estado, com dísticos e palavras, a continuar com os esforços visando encontrar caminhos certos que conduzam o país e o seu povo a uma paz efectiva e duradoura, através do prosseguimento da via do diálogo, não só com a Renamo e o seu líder mas, também, com todas as forças da sociedade civil e do bem.
A propósito, Graça Nganda, funcionário público, condenou, na hora de interagir com o alto magistrado na Nação moçambicana, a atitude da Renamo de, simultaneamente, se fazer representar no Parlamento e, em consequência disso, receber dinheiro de impostos dos moçambicanos para financiar pilhagens, atrocidades, matanças, destruições de bens públicos e privados, violações sexuais, ameaças, entre outros males, sugerindo ao governo a suspensão imediata de tais pagamentos sob o risco de os moçambicanos a perpetuarem o rearmamento de um partido que se diz político e democrático.
Aliás, a população de Niassa insistiu, através de dísticos, que o Presidente Nyusi deve, incansavelmente, encontrar formas de discutir com o líder da Renamo uma paz efectiva em Moçambique. Nas mensagens lidas em todos os comícios populares, bem como os dísticos exibidos nos actos de recepção ao Chefe do Estado moçambicano, a população deixou claro que quer a paz para produzir e desenvolver o país.
Reiterou que numa altura em que o país está mergulhado em crises de vária ordem, desde as calamidades naturais, passando pela desvalorização da moeda, até à pobreza, os desafios dos moçambicanos devem estar centrados na produção de mais riquezas, usando os recursos naturais que o país dispõe em abundância.
Se a instabilidade política e social continuar tal igual como está neste momento, vamos ficar mais pobres, os esforços que fizemos para reconstruir aquilo que a guerra de desestabilização destruiu durante os dezasseis anos irão, certamente, deitar abaixo e, por consequência, vamos hipotecar o futuro risonho dos nossos filhos, das gerações vindouras, lamentou a população em mensagens e em conversas de interacção.
REALIZAÇÕES CONTINUAM FIRMES
A população reconhece, por outro lado, o incessável esforço que o governo de Filipe Nyusi está fazendo no sentido de transformar as promessas eleitorais em projectos visíveis, nomeadamente nas áreas de abastecimento de água, construção e reabilitação de vias de acesso, expansão das redes de energia eléctrica, sanitária, educacional, entre outras insfraestruturas.
Por exemplo, em Metangula, sede do distrito do Lago, a população testemunhou o lançamento pelo Presidente da República da primeira pedra para a construção de uma ponte sobre o rio Lunho, realização que vai permitir a ligação da vila municipal de Metangula ao posto administrativo de Cóbuè, facilitando desta maneira a ligação à ilha malawiana de Koloma, para onde, regra geral, parte dos habitantes daquela minúscula zona residencial procura o hospital de referência, bem como estabelecimentos comerciais para adquirir produtos de primeira necessidade, principalmente.
Na capital provincial de Niassa, Lichinga, o Presidente da República cumpriu, igualmente, uma das promessas feitas durante a campanha eleitoral. Trata-se da Escola Secundária de Chiulugo, cuja inauguração foi feita por Filipe Nyusi no primeiro dia da sua visita ao Niassa. Aqui, o mais alto magistrado da Nação moçambicana enalteceu a formação do homem como sendo uma das principais prioridades da sua governação, uma mensagem que replicou em todos os locais por onde passou, incluindo a vila municipal de Mandimba onde inaugurou um bloco operatório.
As infraestruturas sociais que inauguramos fazem alguma diferença. No caso concreto do bloco operatório, muitas pessoas deixarão de percorrer vários quilómetros para se deslocarem a Lichinga, a Cuamba ao vizinho Malawi para uma intervenção cirúrgica, anotou Nyusi, tomando como exemplo uma senhora que foi operada, com sucesso, a uma cesariana. Antes, continuou Filipe Nyusi, aquela senhora precisaria de ser evacuada para Lichinga, com sérios riscos de perder a vida dela e do bebé.
Apesar dos feitos do governo visando a criação do bem-estar da população moçambicana, Filipe Nyusi reconhece que ainda há longo caminho para percorrer, muitos desafios para vencer. Apontou, por exemplo, a situação complicada em que grande parte das estradas se encontra, a qualidade das salas de aula, centros de saúde, entre outras infraestruturas sociais.
Como solução, apontou a união dos moçambicanos como condição para a solução de todos os problemas que o país enfrenta, sem se esquecer de instar a população a aumentar as suas áreas de produção para combater a fome e erradicar a pobreza. Aliás, revelou que o seu governo está adquirir máquinas agrícolas, tais como tractores com respectivas alfaias, para aumentar as áreas de culturas e melhorar a produtividade.
Em Mecula, onde a população se queixou do cíclico problema de convivência pacífica entre o homem e a fauna bravia, acusando as autoridades governamentais locais e as da Reserva Nacional de nada fazerem para proteger as suas propriedades, incluindo suas vidas que, às vezes são ceifadas por animais bravios de grande porte, com destaque para elefantes, búfalos, entre outros animais.
Se não fosse o problema dos animais que não nos deixa produzir, seríamos um dos distritos mais felizes do Niassa, pois tempos duas fontes de energia eléctrica – da rede nacional e de painéis solares -, com as quais podemos processar localmente a nossa produção, avançou Martins Nganda que, entretanto, colocou ao Chefe do Estado outras preocupações relacionadas com a precariedade das vias de acesso, que impedem, no período chuvoso, a comunicação entre a vila-sede de Mecula e os povoados de Ngomba, Naulele, Matondovela e, até, o vizinho distrito de Mavago.
Por seu turno, Antonieta Siabo enalteceu a importância dos sete milhões na vida das comunidades, destacando o trabalho que está a ser realizado por um concidadão seu, que com o dinheiro recebido conseguiu acumular nos seus armazéns alimentos suficientes para, em períodos de fome, apoiar aqueles que, ao longo do ano, e por razões diversas, não conseguiram produzir o suficiente para a sua alimentação, um gesto, porém, saudado pelo Chefe do Estado.
O Presidente da República explicou que em devido tempo todas as questões serão atendidas, garantindo que as obras de asfaltagem da estrada entre Cuamba e Lichinga vão iniciar ainda este ano, começando pelo primeiro lote de 100 quilómetros, Cuamba/Muita, depois do que se seguirão os outros, nomeadamente Muita/Massangulo e Massangulo/Lichinga, para além da linha férrea entre as duas cidades cujas obras atingiram da distância."
FONTE: JORNAL DOMINGO DE MOÇAMBIQUE

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