quinta-feira, 25 de novembro de 2010

COMPETITIVIDADE DO SECTOR PRIVADO EM DEBATE:MOÇAMBIQUE

"Competividade da economia moçambicana: investigação científica essencial para o empresariado
24/11/2011. Os empresários moçambicanos, particularmente os pequenos e médios, deploram a falta de informações sobre oportunidades de negócios, tendências dos mercados, preços e tecnologias apropriadas, que são as condições essenciais para a melhoria da sua eficácia e produtividade. Nesse contexto, a investigação científica desempenha um papel fundamental, defendeu hoje, em Maputo, o Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Salimo Abdula, durante a Conferência Anual do Sector Privado. “O aumento da produção e produtividade em qualquer sector depende, a longo prazo, da actividade de investigação” disse o presidente da CTA, explicando que a investigação leva a inovação e melhoria dos processos produtivos, que se traduz no aumento da produção e produtividade.
“Os resultados da pesquisa, bem como informações públicas úteis ao negócio, devem ser difundidos no seio do empresariado nacional. Os nossos empresários, sobretudo das Pequenas e Médias Empresas, precisam de ter acesso à informação sobre oportunidades de negócios, tendências dos mercados, preços e tecnologias apropriadas”, acrescentou.  Deste modo, Salimo Abdula considera que para além da investigação científica, o aumento da produção e produtividade exige grandes investimentos em infra-estruturas. “O investimento em infra-estruturas físicas e sobre a qualidade devem constar das prioridades do Governo, pois ajudam no aumento da confiança sobre os produtos, facilitando, assim, o acesso ao mercado” frisou. Para Abdula, a promoção da produção e da produtividade deve ser orientada para os sectores da indústria e comércio, agro-negócios e turismo, que são algumas áreas onde Moçambique goza de enormes vantagens comparativas. “A estratégia para o aumento da produção, produtividade e competitividade deve ter em conta as vantagens comparativas e/ou potencialidades do país com vista ao seu posicionamento nos mercados regionais e internacionais” defendeu. O presidente da CTA também advertiu sobre a necessidade para a remoção de alguns obstáculos que ainda persistem e que afectam negativamente a produtividade das empresas nos três sectores. No caso do agro-processamento, é necessário resolver o problema da indefinição e falta de clareza das políticas da actividade agro-pecuária, difícil acesso à terra para produção e elevados custos de produção e transacção. “É preciso melhorar as políticas de acesso, uso e aproveitamento da terra, água, energia eléctrica, combustíveis, sementes melhoradas, crédito bancário e mão-de-obra, mecanização agrícola, estimular o desenvolvimento de serviços de apoio e adopção de uma política de financiamento do agro-negócio, entre outras medidas” disse. No que concerne a indústria, Abdula referiu que o país precisa de introduzir mudanças tecnológicas na sua estrutura económico-industrial, com impacto no processo produtivo, económico e social. “A nossa revolução industrial deve assentar na inovação tecnológica, pesquisa, desenvolvimento e certificação, bem como na geração de economias de escala” defendeu. Para Abdula, os desafios para o aumento da produtividade neste sector são o défice de mão-de-obra qualificada, limitado acesso e elevado custo do crédito, bem como elevados custos de transacção. “Os custos de transacção dificultam o acesso livre às matérias-primas, através das importações, bem como o acesso às oportunidades de negócio” apontou. No turismo impõe-se a necessidade para a resolução de questões associadas com a fraca qualificação da mão-de-obra e deficiente sistema logístico, nomeadamente baixa qualidade de infra-estruturas de transporte, falta ou baixa qualidade de energia eléctrica, falta de água e serviços de telecomunicações via Internet. Existe ainda a necessidade para a eliminação de práticas e procedimentos contrários a promoção do turismo nos pontos de entrada e que dificultam a movimentação de turistas pelas estradas nacionais, bem como a demora nos pontos fronteiriços e dificuldades de movimentação de pessoas e bens pelo país. Salimo Abdula sublinhou que estes são algumas contribuições do sector privado para que se possa produzir com eficiência no país, respondendo desta forma aos apelos do Governo para o aumento da produção e produtividade. A 12/a Conferência do Sector Privada, uma plataforma para discutir formas de produzir com eficiência, conta com a participação de representantes de todas as províncias do país, bem como de convidados de Portugal, Angola, entre outros países. (RM/AIM)" Fonte Rádio Moçambique.

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