"Reforma do sector judiciário: Reorganização da PIC é prioridade de momento -
considera o Bastonário da Ordem dos Advogado. A REORGANIZAÇÃO da Polícia de Investigação Criminal (PIC) é a etapa mais
importante e urgente que actualmente se impõe, no âmbito da reforma do sector
judiciário em Moçambique, segundo tese do Bastonário da Ordem dos Advogados de
Moçambique. Maputo, Terça-Feira, 6 de Março de 2012 Notícias
Para Gilberto Correia, a introdução de reformas na PIC assume-se como um
imperativo para que esta possa desempenhar, com rigor, a sua missão no combate
ao crime.“Não haverá, nem pode haver resultados palpáveis no combate à criminalidade
sem uma reforma profunda e determinada da PIC. Não adianta introduzir melhorias
a nível do Ministério Público, dos Tribunais, do Instituto do Patrocínio e
Assistência Jurídica (IPAJ) e da advocacia sem que se melhore, e muito, o
funcionamento da PIC”, disse Gilberto Correia.O bastonário, que intervinha semana passada, na capital do país, na cerimónia
de abertura do Ano Judicial 2012 disse, à semelhança do que fez em pelo menos
duas outras ocasiões do género, que o país tem uma investigação criminal
ineficiente, ineficaz e fragilizada por problemas internos e externos de diversa
índole.Ligados à falta de recursos humanos, financeiros e tecnológicos, bem como à
estruturação incorrecta desta Polícia, tais problemas, segundo Gilberto Correia,
estão a distanciar cada vez mais aquela instituição dos resultados que a
sociedade civil espera dela enquanto elementos do sistema da administração da
justiça.Segundo tese defendida pelo orador, a reforma deve começar na formação
especializada dos seus agentes, passando pela correcta atribuição de meios
materiais, tecnológicos e financeiros e terminando numa visão conceptual que
leve à transformação desta Polícia, de um mero departamento da Polícia da
República de Moçambique (PRM), para um verdadeiro órgão moderno e especializado
de investigação criminal e que se assuma como parte integrante do subsistema de
administração da justiça penal.“A realidade nesta e noutras paragens demonstra que não haverá investigação
criminal eficiente com a manutenção de uma cadeia de comando com subordinação
política. O Director Nacional da PIC subordina-se ao Comandante-Geral da
Polícia, ao Vice-Ministro do Interior e ao respectivo ministro. Nas províncias,
os directores da PIC subordinam-se aos governadores provinciais e ainda à
restante estrutura do Ministério do Interior atrás apontada”, frisou
Correia.Segundo ele, este tipo de subordinação pode constituir, em alguns casos, uma
porta entreaberta ao tráfico de influências no âmbito da investigação criminal,
com todos os efeitos perniciosos nos seus resultados.Como proposta, a Ordem dos Advogados reitera a necessidade de a PIC passar a
subordinar-se ao Ministério Público e que o seu director seja um magistrado
judicial ou do Ministério Público, em comissão de serviço." Fonte Jornal NOTICIAS.
Sem comentários:
Enviar um comentário