"Moçambique abre a porta aos produtos portugueses
Fruto de um sustentado crescimento económico, Moçambique tem vindo a ganhar protagonismo como cliente das exportações portuguesas. A tendência é de evolução porque o PIB do país vai continuar a crescer acima dos 7 por cento.Tendo em conta os cinco países designados por PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa – Moçambique tem vindo a registar evoluções mais significativas no que diz respeito às importações de produtos portugueses. Tal como se pode ler na caixa da página anterior, Moçambique cresceu 141 por cento na compra de produtos portugueses se comparados os meses de janeiro de 2011 e 2012; no entanto, essa tendência já vem de trás. Numa análise dos números do INE referentes ao comércio internacional de 2010 e 2011, Moçambique é o segundo país que mais cresce em percentagem no crescimento nas importações de produtos portugueses, só suplantado pela Guiné-Bissau. Em 2011, Moçambique importou 217 milhões de euros de bens portugueses quando em 2010 esse valor pouco passava dos 150 milhões de euros. Com uma evolução de 67 milhões de euros no crescimento das importações de produtos nacionais, que corresponde a mais 44,3 por cento, Moçambique foi o segundo país que mais cresceu, tanto no valor gasto como na percentagem de crescimento (Angola cresceu 422 milhões de euros e a Guiné-Bissau foi que mais evoluiu em percentagem: 52,3%).PIB evolui mais de 7 por cento. De acordo com o estudo da Espírito Santo Research, o desempenho macroeconómico de Moçambique tem permanecido favorável e o crescimento real do PIB moçambicano acelerou 7.2 por cento em 2011 (o FMI tem previsões mais optimistas que apontam para os 7.4 por cento), bem acima das taxas de crescimento dos países congéneres, impulsionado por uma recuperação da procura externa. O estudo da Espírito Santo Research prevê que em 2012 este indicador cresça 7.5 por cento e que em 2013, esse valor de crescimento chegue aos 7.9 por cento. Esta aceleração do crescimento, a médio prazo, reflecte a expansão da produção no sector mineiro e a intensificação do programa de investimento público em infra-estruturas. De acordo com a mesma entidade, o ambiente de negócios em Moçambique tem melhorado, sendo que o país progrediu mais quatro posições no indicador Doing Business 2011. O sistema financeiro de Moçambique permaneceu resguardado da crise financeira mundial devido à sua fraca exposição aos mercados internacionais.Este estudo salienta que os sectores que mais contribuem para o PIB de Moçambique são Agricultura e pesca (26.9 por cento), Serviços Financeiros às empresas (14.4 por cento) e Indústrias transformadoras (13.1 por cento). A mesma entidade revela ainda que as províncias de Maputo e Nampula são as que mais contribuem para o PIB de Moçambique com 30.6 por cento e 14.4 por cento, respectivamente.. Alimentares em destaque
Os produtos alimentares têm vindo a reforçar o seu peso no total de exportações para o mercado moçambicano. No que diz respeito à evolução de 2010 para 2011, Indústrias alimentares e bebidas foi o sector que registou o maior crescimento no volume de vendas de Portugal para Moçambique: 4,2 milhões de euros para um total de 17 milhões de euros exportados; as vendas de Preparações de carne e peixe (4,6 milhões de euros) e Bebidas, líquidos alcoólicos (6,2 milhões de euros) continuam a registar as maiores subidas neste sector.Entre os produtos mais exportados de Portugal para Moçambique estão as máquinas e aparelhos eléctricos e mecânicos, produtos das indústrias gráficas, metais, móveis e mobiliário médico cirúrgico e plástico. Economia moçambicana cresceu 7,4% em 2011.No âmbito da quarta avaliação do Instrumento de Apoio e Avaliação, uma missão do FMI esteve em Moçambique de 5 a 16 de Março e determinou que a actividade económica em Moçambique cresceu 7,4 por cento em 2011, impulsionada em grande parte pela campanha da actividade agrícola e um sector mineiro em franca expansão.Segundo um comunicado de imprensa do Fundo Monetário Internacional (FMI), prevê-se que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano se mantenha semelhante ao ano passado, embora sujeito a riscos de desaceleração devido à conjuntura internacional.“A desinflação reflecte a determinação das autoridades no ajuste das políticas fiscais e monetárias, desenvolvimento favorável nos preços internacionais e boas colheitas”, referiu Johannes Mueller, chefe da missão para Moçambique, citado no comunicado.Este responsável acrescentou ainda que as importações e o investimento estrangeiro continuam com índices fortes, criando as condições para um saldo excedentário na balança de pagamentos de Moçambique e reforço adicional das reservas internacionais.(Com Mundo Português). Fonte Rádio Moçambique.
Sem comentários:
Enviar um comentário