No seu informe anual sobre a situação geral da nação, o Chefe de Estado
afirmou que Moçambique consolida a unidade nacional, a paz, a auto-estima e a
democracia multipartidária, para além de aprofundar a cultura de trabalho e
confiança num futuro de prosperidade, e reforça o seu prestígio no concerto das
nações, afirmando-se como destino privilegiado de investimentos.“Estes pilares fundamentais para o nosso crescimento sustentável são
sustentados pelo talento e mãos dextras deste povo especial. Por isso, a
identificação dos sete desafios que enunciámos e debatemos ao longo da presente
informação anual e o nosso empenho para a sua superação, com resultados
concretos, habilita-nos a informar à nação e ao mundo que a nossa pátria
continua a crescer, mantendo-se firme na sua caminhada rumo ao progresso e
bem-estar”, afirmou o estadista, que ao iniciar a sua intervenção viu a bancada
da Renamo abandonar a sala de sessões, alegadamente por considerar que nada se
fez para melhorar as condições de vida dos cidadãos.Os sete desafios referidos pelo estadista têm como epicentro os recursos
naturais e circunscrevem-se no desenvolvimento de infra-estruturas sociais e
económicas, formação profissional, reforço da capacidade institucional, formação
da classe média nacional, rendimento e redistribuição, as Forças de Defesa e
Segurança e, por fim, a articulação dos mecanismos para acesso e distribuição de
rendimentos. Segundo o Presidente Guebuza, os recursos marinhos, hídricos, florestais e
mineiros não significam, em si, desenvolvimento, nem riqueza. “A descoberta de
recursos naturais é uma promessa de desenvolvimento. É uma promessa de riqueza
que ainda precisa de ser realizada. Na verdade, há que seguir um ciclo temporal
que vai desde a localização, identificação, preparação das condições técnicas,
logísticas e financeiras, até à sua colocação no mercado”, explicou. Neste contexto e usando o carvão como exemplo, disse que o Governo desenhou
um plano de acção destinado a incrementar a capacidade de escoamento na linha de
Sena, para além de projectar mais linhas férreas para esta actividade, o que
poderá dinamizar a sua exploração e exportação e assim gerar-se a riqueza
desejada.
Conferir igualmente destaque à formação profissional para uma cada vez melhor
exploração destas riquezas do subsolo. Neste capítulo, referiu que a aposta é a
educação profissional, que visa mudar o actual paradigma de formação, de modo a
ajustá-lo às necessidades actuais do mercado laboral.
No que tange ao reforço da capacidade institucional, o desafio é reforçar o
Aparelho de Estado de modo a lidar com a transformação da promessa de
desenvolvimento que os recursos naturais representam. “Prosseguiremos com a
edificação e consolidação da administração local e autárquica, que se deve
centrar no cidadão e responder às necessidades das dinâmicas de desenvolvimento
local”, frisou. “Um quarto desafio é a criação e florescimento de uma classe média
moçambicana com crescente auto-estima, patriotismo e espírito empreendedor.
Todavia, para lá chegarmos. Há uma série de obstáculos a vencer, nomeadamente
exigências, pela indústria de recursos naturais, de bens e serviços
especializados ou em quantidades inexistentes no mercado; experiência na
concepção, viabilização e gestão de projectos de negócio; e falta de capital por
parte dos nossos empresários para investirem em projectos de grande dimensão”,
apontou. No que respeita à distribuição de riqueza, resultante da exploração de
recursos naturais, o Chefe de Estado explicou que, num primeiro momento, essa
distribuição é feita através da geração de postos de trabalho e iniciativas
empreendedoras de geração de rendimento não só de forma directa mas também de
forma indirecta. “Importa aqui destacar que, na sua maioria, são jovens os
beneficiários destes postos de trabalho, como também são maioritariamente jovens
os empreendedores que exploram as oportunidades de criação de postos de trabalho
e de auto-emprego”.O sétimo desafio tem a ver com a capacidade de os
moçambicanos articularem, interna e internacionalmente, os mecanismos de acesso
aos recursos naturais e sobre os processos de distribuição aplicados.
" FONTE JORNAL NOTICIAS.