quinta-feira, 5 de março de 2015

CABO VERDE, DEVERÁ ACELERAR O SEU CRESCIMENTO ECONÓMICO EM 2015, PREVÊ FMI.

ECONOMIA

A SEMANA :

Cabo Verde perspectiva "aceleração" do crescimento em 2015 05 Março 2015

O Fundo Monetário Internacional (FMI) perspectiva que Cabo Verde deverá acelerar o seu crescimento económico em 2015, mas recomenda que o Governo ajuste o programa de investimentos públicos e as reformas no sector económico para permitir ao sector privado criar emprego. Este optimismo do FMI deve-se à retoma do Investimento Directo Estrangeiro estimado em cerca de 150 Milhões de Euros, o que deverá impulsionar a economia cabo-verdiana nos próximos dois anos.

Estas novidades e recomendações foram feitas pelo chefe da missão do FMI, Ulrich Jacoby, que esteve em Cabo Verde nos últimos 15 dias para avaliar a situação económica do arquipélago e perspetivar os níveis de crescimento e endividamento de 2015. Segundo este responsável, vários são os factores que no ano passado contribuíram para o fraco crescimento da nossa economia. Mas dados recolhidos no terreno mostram que em 2015 Cabo Verde deverá acelerar o seu crescimento.
Ulrich Jacoby afirmou que, em 2014, o país foi afectado pela conjuntura económica não favorável na Europa, que se repercutiu diretamente na economia de Cabo Verde, e pela epidemia do Ébola que afetou toda a região africana principalmente na redução do fluxo do turismo. Referiu também da situação da seca, que foi agravada pela erupção vulcânica. Para este ano, o chefe da equipa técnica do FMI fala em sinais positivos: remota da zona euro e do Reino Unido (mais acelerado) e o reforço do Investimento Directo Estrangeiro em cerca de 150 Milhões de Euros. O sector turístico e as exportações (principalmente do peixe) também dão sinais animadores. Ulrich Jacoby aplaude igualmente as recentes medidas do BCV com vista ao aumento do crédito à economia.
O FMI também valida a política económica do Governo, principalmente no que toca ao financiamento concessional para a infra-estruturação do país e o programa de privatização. Mas adverte quanto à divida e o deficit. Nestas linhas, aconselha a uma gradual redução do esforço do Estado nas infra-estruturas – “o que deverá ser paulatinamente deixado para os privados”. Aconselha igualmente a manutenção das políticas para conectar os pequenos empresários à rede do turismo.
A ministra das Finanças e do Planeamento Cristina Duarte prevê um crescimento na ordem dos 3% em 2015. Isto tendo em conta vários factores: a infra-estruturação do país, as reformas económicas e fiscal, o ambiente de negócio, a gestão portuária, aeroportuária e energética. Diz a ministra que esta retoma será suportada, entre outros pela exportação do pescado e o regresso do Investimento Directo Estrangeiro.
Cristina Duarte advoga que “quem analisa o Orçamento do Estado para 2015 vê que, de facto, o Governo está engajado na diminuição do programa de investimentos e de ajustamento gradual do deficit”. A governante concorda que 2014 foi um ano difícil e que vários factores constituíram uma pressão extraordinária sobre as despesas orçamentais e o défice (inicialmente projectado para os 8% - aumentou para níveis entre 8 e 9%) – o que contribuiu para um crescimento “mais lento” da economia.
Sanny Fonseca"
FONTE: JORNAL A SEMANA DE CABO VERDE
 

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