sexta-feira, 27 de março de 2015

GORONGOSA NO PORTO, PORTUGAL 28 DE MARÇO 2014, FUNDAÇÃO CUPERTINO DE MIRANDA


GORONGOSA, PARQUE NACIONAL DA GORONGOSA, SOFALA, MOÇAMBIQUE, AMANHÃ NO PORTO, PORTUGAL, SÁBADO, 28 DE MARÇO 2015, FUNDAÇÃO CUPERTINO DE MIRANDA.
UMA PEQUENA INCURSÃO HISTÓRICA, DO IMPÉRIO DE MONOMOTAPA, PASSANDO PELA COMPANHIA DE MOÇAMBIQUE E CHEGANDO À PROVINCIA DE SOFALA: EIS HOJE A GORONGOSA.
Conheci a Gorongosa em 1964, jovem estudante do Liceu, depois por diversas vezes e ocasiões tenho   visitado  o Parque, hoje habitualmente encontro-me em Sofala, nunca me canso de ir visitar o Parque, sempre que surge uma oportunidade. Daí a razão desta incursão histórica, perdoem-me as excessivas, mas parecem-me necessárias, citações,   não preciso dizer mais nada.
A “ETIÓPIA ORIENTAL E VÁRIA HISTÓRIA DE COUSAS NOTÁVEIS DO ORIENTE” de Frei João Santos, missionário dominicano, com muita informação sobre Sofala, obra editada entre 1607 e 1609, não mencionará ainda expressamente: GORONGOSA.
Em  “MOÇAMBIQUE – 1896 – 1898”, edição de 1899, Mouzinho de Albuquerque dedica a páginas 155 e seguintes, uma breve referência à “ A Gorongoza e os prazos de Sena”, e o âmbito da administração da Companhia de Moçambique.
A propósito da GORONGOSA, na edição  “PRIMEIRA EXPOSIÇÃO COLONIAL PORTUGUESA”, “História da expansão do domínio  português”, autoria A. da E. Santos Vieira, Tenente de infantaria, do ano 1934,  na página 23, refere:  “ As principais fortalezas construídas neste século (XVII ???), no antigo território do Monomotapa, foram as seguintes: Ongoé, Dambarara, Bocuti, Zumbo, Luabo, D. Sebastião ( em Cabrabassa), Santo António (na margem esquerda do Zambeze e nas alturas da Chicoa), Massapa, Macequece e Tambarara ( na Gorongosa). Na mesma edição em “ A CAÇA” “por Jacinto Pereira Martinho, Médico Veterinário, delegado de sanidade pecuária no distrito de Quelimane”, página 21, refere: “O território da Companhia de Moçambique é, entre todos os da Colónia, o que goza da fama de possuir mais caça. São na verdade notáveis os célebres “tandos” ou “dambos” da Gorongoza, extensíssimas planícies onde bois – cavalos, as zebras, os leões, os búfalos e muitas espécies de antílopes se contam talvez por milhares. É a zona da Colónia mais frequentada por turistas estrangeiros amadores deste desporto e a região onde o caçador  principiante mais oportunidade terá de fazer boa figura”.
Henrique Galvão, conhecido anti salazarista, na sua edição RONDA DE ÁFRICA, II Volume, viagem por si efectuada em 1948, começa por referir a Gorongoza a partir da página 328, “Uma viagem turística de aprazimento…” E mais adiante “Vamos pela Gorongoza, Cheringoma e Marromeu, à procura de S. M. o Zambeze. Gorongoza! Este nome forte e sonoro é famoso em toda a colónia _ e sê-lo-á um dia, para além das fronteiras de Moçambique, senão com fama igual à que alcançou no mundo o Kruger Park, pelo menos com melhores razões para se impor à curiosidade apaixonada dos turistas. A Gorongosa tem certamente algumas possibilidades económicas interessantes. Poderia ser, por exemplo, um dos distritos algodoeiros mais ricos de Moçambique. Mas nenhuma riqueza da terra a celebrizará como a abundância e variedade espantosa da sua fauna, É, em Moçambique, o grande Santuário das espécies. E será, na África, se as realizações que se planearam e prometem executar-se, a favorecerem, o mais interessante de todos os “parques nacionais” ou reservas de protecção à fauna. A perfeita combinação das diferentes formas do solo, na mesma região _ o solo nú dos tandos sem fim, o solo encabelado das florestas, o solo alteroso da montanha, o solo húmido das lezírias _ criou condições ideais para antílopes, nos tandos em que correm e a vigilância é mais fácil; matas e bebedoiros como os elefantes mais apetecem; esconderijos  para carnívoros; margens lodosas  para búfalos; rios para hipopótamos e crocodilos _ até bravezas de espinheiras para rinocerontes… Tomamos o matabicho na varanda, perante o espectáculo magnifico _ mas distante…O tando atrai -nos como o mar.  É impossível despegar os olhos da sua imensidade e escapar à sedução de o trilhar, em corrida, com brisa matinal a refrescar-nos. Quando resolverão os homens responsáveis fazer entrar esta portentosa reserva em competição com o Kruger – Park _ e ganhar, justamente, mais fama?” Dizia o Comandante Henrique Galvão em 1948….
Hoje o conhecido  filantropo Greg Carr, trilha o caminho do TANDO, BEM HAJA!
Augusto Macedo Pinto, Advogado

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