"Moçambique entre os 'Leões Africanos' que mais vão crescer até 2023 - Consultora BMI
Moçambique vai crescer cerca de 10% por ano durante a próxima década, sendo o país com o maior crescimento na África subsahariana entre os dez mais apetecíveis para os investidores, prevê a consultora britânica Business Monitor International (BMI).De acordo com o relatório sobre os 'African Lions', a que a Lusa teve acesso, os peritos consideram que "decisões macroeconómicas e uma gestão orçamental prudentes, e um Presidente focado no investimento e determinado a reduzir o elevado nível de pobreza vão garantir um robusto crescimento anual à volta dos 10% na próxima década", lê-se no relatório.
No relatório da BMI sobre as dez economias da África subsahariana mais apetecíveis para os investidores internacionais, sublinha-se que Moçambique continua a ser um dos países mais pobres do mundo, onde apenas 15% da população tem acesso a electricidade, mas prevê-se que o empenho do Governo em reduzir a pobreza possa ser um elemento determinante para a modernização do país, principalmente tendo em conta o elevado nível de receita que deverá surgir das explorações de gás.
"Para além de políticas prudentes, o desenvolvimento dos vastos recursos naturais de Moçambique vai impulsionar significativamente o crescimento e tem o potencial para transformar a economia. As multinacionais Rio Tinto e Vale estão a investir fortemente nas minas de carvão da província de Tete e várias empresas chinesas e indianas também já mostraram interesse. O nosso departamento de análise do sector das Minas estima que a produção de carvão pode chegar às 76,1 milhões de toneladas por ano, partindo de uma base praticamente nula em 2009", aponta o relatório.O texto, aliás, lembra os investimentos de 80 mil milhões de dólares prometidos pela italiana Eni e pela norte-americana Anadarko para sustentar que "mesmo uma pequena parte deste valor já chega para garantir um crescimento forte até à primeira produção, prevista para 2018", e que poderá valer 4 mil milhões de dólares de exportações depois da infraestrutura estar montada, o que, por sua vez, "dará um impulso decisivo para o crescimento de 16% previsto para o PIB, em 2020".Alertando que o sector primário e agrícola têm de ser protegidos sob pena de perpetuarem as fragilidades e a dependência económica de um só sector, o que comprometeria o interesse dos investidores, o relatório da BMI, no que a Moçambique diz respeito, considera que "um dos principais entraves ao aumento da produção em todos os níveis é a fragilidade da rede eléctrica no país".Sobre a estrutura financeira do país, os analistas da BMI recomendam que a posse da terra passe a poder ser usada como garantia para os empréstimos bancários, sob pena de continuar a haver dificuldades no acesso ao crédito e, consequentemente, no desenvolvimento económico: "O desenvolvimento da iniciativa privada e o crescimento do sector financeiro vai ser limitado enquanto a posse da terra for um domínio do Estado e as pessoas e as empresas não possam usá-la como garantia para os empréstimos", lê-se no documento.Os riscos para esta perspectiva risonha que é apresentada no documento são também elencados, com especial destaque para as regulares inundações e intempéries que Moçambique enfrenta, e que "afectam a produção e causam falta de alimentos na região", motivando desequilíbrios orçamentais originados na ajuda que o Governo é obrigado a dar para ajudar a população.
(RM/Lusa"
FONTEW: RÁDIO MOÇAMBIQUE.
No relatório da BMI sobre as dez economias da África subsahariana mais apetecíveis para os investidores internacionais, sublinha-se que Moçambique continua a ser um dos países mais pobres do mundo, onde apenas 15% da população tem acesso a electricidade, mas prevê-se que o empenho do Governo em reduzir a pobreza possa ser um elemento determinante para a modernização do país, principalmente tendo em conta o elevado nível de receita que deverá surgir das explorações de gás.
"Para além de políticas prudentes, o desenvolvimento dos vastos recursos naturais de Moçambique vai impulsionar significativamente o crescimento e tem o potencial para transformar a economia. As multinacionais Rio Tinto e Vale estão a investir fortemente nas minas de carvão da província de Tete e várias empresas chinesas e indianas também já mostraram interesse. O nosso departamento de análise do sector das Minas estima que a produção de carvão pode chegar às 76,1 milhões de toneladas por ano, partindo de uma base praticamente nula em 2009", aponta o relatório.O texto, aliás, lembra os investimentos de 80 mil milhões de dólares prometidos pela italiana Eni e pela norte-americana Anadarko para sustentar que "mesmo uma pequena parte deste valor já chega para garantir um crescimento forte até à primeira produção, prevista para 2018", e que poderá valer 4 mil milhões de dólares de exportações depois da infraestrutura estar montada, o que, por sua vez, "dará um impulso decisivo para o crescimento de 16% previsto para o PIB, em 2020".Alertando que o sector primário e agrícola têm de ser protegidos sob pena de perpetuarem as fragilidades e a dependência económica de um só sector, o que comprometeria o interesse dos investidores, o relatório da BMI, no que a Moçambique diz respeito, considera que "um dos principais entraves ao aumento da produção em todos os níveis é a fragilidade da rede eléctrica no país".Sobre a estrutura financeira do país, os analistas da BMI recomendam que a posse da terra passe a poder ser usada como garantia para os empréstimos bancários, sob pena de continuar a haver dificuldades no acesso ao crédito e, consequentemente, no desenvolvimento económico: "O desenvolvimento da iniciativa privada e o crescimento do sector financeiro vai ser limitado enquanto a posse da terra for um domínio do Estado e as pessoas e as empresas não possam usá-la como garantia para os empréstimos", lê-se no documento.Os riscos para esta perspectiva risonha que é apresentada no documento são também elencados, com especial destaque para as regulares inundações e intempéries que Moçambique enfrenta, e que "afectam a produção e causam falta de alimentos na região", motivando desequilíbrios orçamentais originados na ajuda que o Governo é obrigado a dar para ajudar a população.
(RM/Lusa"
FONTEW: RÁDIO MOÇAMBIQUE.
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