"Empresas portuguesas exportaram 4,3 mil milhões de euros. Não é só moda. Tecidos e carros também entram nas contas
O que é que a roupa portuguesa tem? Quase três quartos vão para fora
Moda portuguesa cada vez exporta mais
Ana Pereira
Ana Pereira
Há três anos que Katty Xiomara participa na Project, feira de moda em Las Vegas. Há uma semana, desfilou a nova coleção na Nolcha Fashion Week, passerelle reservada aos designers de moda independentes na Semana da Moda de Nova Iorque. Além de estar em Espanha, no Koweit e na República Dominicana, entre Nova Iorque, Miami, Houston e Chicago, a sua roupa já é vendida em dez lojas nos Estados Unidos. “É o mercado certo para as minhas roupas”, diz, apesar de assumir que funciona “com nichos de mercado, não com grandes massas”.Sabe de onde vêm os tecidos para o novo Polo? Veja aqui
A designer é só um exemplo dos criadores e das marcas de roupa que estão a virar-se para mercados externos. Em 2012 e 2013, a indústria têxtil portuguesa cresceu substancialmente. “No ano passado, exportámos 4,3 mil milhões de euros para 184 países, um saldo positivo de mil milhões na balança comercial”, diz João Paulo Costa, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. A subida de 3,5% é o melhor resultado dos últimos cinco anos.
Não é só moda. Esta semana, a Volkswagen escolheu uma empresa de Santo Tirso para equipar os assentos do seu novo Polo por quatro anos. O acordo de 14 milhões de euros não é a primeira grande conquista da Copo Têxtil Portugal. Em setembro, a empresa fechou um contrato de sete anos para o Skoda Octavia, no valor de 31,5 milhões.
Mais do que roupa, o sector têxtil está representado em segmentos muito específicos, como a segurança, viação e aviação, saúde e decoração. A Abyss & Habidecor, empresa que Celso Lemos criou no Douro, emprega 200 pessoas nas suas duas fábricas (Tondela e Viseu) e fatura cerca de 15 milhões em roupa de casa - toalhas, lençóis, tapetes. Só 15% do que produz fica cá - o resto vai para os EUA, China, Turquia, Brasil, Dubai, Emirados Árabes Unidos e um pouco por toda a Europa.
“Cerca de 70% do que produzimos é para exportar”, diz João Paulo Costa. As marcas e as empresas voltaram a ser valorizas não só pela capacidade produtiva mas também pela qualidade de confeção e serviço. “Deixámos de ser meramente um país capaz de fabricar, passando a oferecer outros serviços que valorizam o produto final”, diz o presidente da ATP.
A mudança deve-se ao facto de as “empresas terem apostado na reestruturação, reconversão e na sua reinvenção, fazendo face às novas exigências do sector”. Nas últimas décadas, Portugal viu-se confrontado com o êxodo de empresas e marcas para mercados de produção mais barata, como a China. Com o fim do acordo que limitava as importações têxteis na União Europeia e nos EUA e a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, os “países desenvolvidos foram invadidos por produtos de preço muito reduzido”. Era preciso mudar. Investiu-se na formação, tecnologia, design e serviços. “As empresas que conseguiram fazer o ajuste transformando o seu modelo de negócio estão hoje capacitadas para fazer face à concorrência internacional, subindo na cadeia de valor”, explica João Paulo Costa.
Na estratégia, apoiada por associações como a ATP ou a Associação Selectiva Moda, as feiras internacionais desempenham um papel fundamental. “É uma forma de conquistar mercados, reforçar contactos e mostrar o trabalho desenvolvido”, explica Miguel Sampaio, representante da terceira geração na A. Sampaio & Filhos - Têxteis SA, fábrica familiar de Santo Tirso fundada em 1947 e especializada em malhas. As empresas portuguesas do sector já estão regularmente em mais de 65 feiras em 35 países, resultado de um investimento de perto de 9 milhões de euros, garantido também por apoios comunitários como o QREN ou o COMPETE.
A designer é só um exemplo dos criadores e das marcas de roupa que estão a virar-se para mercados externos. Em 2012 e 2013, a indústria têxtil portuguesa cresceu substancialmente. “No ano passado, exportámos 4,3 mil milhões de euros para 184 países, um saldo positivo de mil milhões na balança comercial”, diz João Paulo Costa, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal. A subida de 3,5% é o melhor resultado dos últimos cinco anos.
Não é só moda. Esta semana, a Volkswagen escolheu uma empresa de Santo Tirso para equipar os assentos do seu novo Polo por quatro anos. O acordo de 14 milhões de euros não é a primeira grande conquista da Copo Têxtil Portugal. Em setembro, a empresa fechou um contrato de sete anos para o Skoda Octavia, no valor de 31,5 milhões.
Mais do que roupa, o sector têxtil está representado em segmentos muito específicos, como a segurança, viação e aviação, saúde e decoração. A Abyss & Habidecor, empresa que Celso Lemos criou no Douro, emprega 200 pessoas nas suas duas fábricas (Tondela e Viseu) e fatura cerca de 15 milhões em roupa de casa - toalhas, lençóis, tapetes. Só 15% do que produz fica cá - o resto vai para os EUA, China, Turquia, Brasil, Dubai, Emirados Árabes Unidos e um pouco por toda a Europa.
“Cerca de 70% do que produzimos é para exportar”, diz João Paulo Costa. As marcas e as empresas voltaram a ser valorizas não só pela capacidade produtiva mas também pela qualidade de confeção e serviço. “Deixámos de ser meramente um país capaz de fabricar, passando a oferecer outros serviços que valorizam o produto final”, diz o presidente da ATP.
A mudança deve-se ao facto de as “empresas terem apostado na reestruturação, reconversão e na sua reinvenção, fazendo face às novas exigências do sector”. Nas últimas décadas, Portugal viu-se confrontado com o êxodo de empresas e marcas para mercados de produção mais barata, como a China. Com o fim do acordo que limitava as importações têxteis na União Europeia e nos EUA e a entrada da China na Organização Mundial do Comércio, os “países desenvolvidos foram invadidos por produtos de preço muito reduzido”. Era preciso mudar. Investiu-se na formação, tecnologia, design e serviços. “As empresas que conseguiram fazer o ajuste transformando o seu modelo de negócio estão hoje capacitadas para fazer face à concorrência internacional, subindo na cadeia de valor”, explica João Paulo Costa.
Na estratégia, apoiada por associações como a ATP ou a Associação Selectiva Moda, as feiras internacionais desempenham um papel fundamental. “É uma forma de conquistar mercados, reforçar contactos e mostrar o trabalho desenvolvido”, explica Miguel Sampaio, representante da terceira geração na A. Sampaio & Filhos - Têxteis SA, fábrica familiar de Santo Tirso fundada em 1947 e especializada em malhas. As empresas portuguesas do sector já estão regularmente em mais de 65 feiras em 35 países, resultado de um investimento de perto de 9 milhões de euros, garantido também por apoios comunitários como o QREN ou o COMPETE.
A indústria têxtil portuguesa é cada vez mais reconhecida lá fora. Exportações chegaram a 4,3 mil milhões no ano passado"
FONTE: www.dinheirovivo.PT
FONTE: www.dinheirovivo.PT
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