Os artistas moçambicanos Noel Langa (escultor e pintor) e Gabriel Chiau (músico) receberam há dias a visita do ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro. Os visitados falaram das suas obras, focando um pouco o cenário artístico cultural que se vive no país.
Noel Langa, o primeiro a ser visitado no Centro Cultural Arco-Íris, revelou ao ministro que pretende criar, em Marracuene, um centro ainda maior que aquele. No entanto, falta-lhe patrocínio para materializar a ideia. “Tenho um espaço em Marracuene, apenas falta-me patrocínio para arrancar com o meu projecto”, afirma.
Para além de ter uma vasta gama de obras artísticas, o Centro Cultural também tem acolhido algumas sessões de música, culinária, entre outras. São igualmente leccionadas aulas de pintura às crianças com o mínimo de 11 anos de idade, assim como a adultos de até 50 anos de idade. Aliás, esta foi a razão pela qual aquele espaço, que preserva as obras deAlberto Chissano, Malangatana, Ídasse Tembe, Jacob Estêvão Macambaco, entre outros, deixou de ser atelier e passou a ser designado Centro Cultural Arco-Íris.
Na ocasião, Dunduro destacou que Noel Langa é um dos artistas que através da sua arte trabalhou para a afirmação da identidade dos moçambicanos e ajudou a construir a história do país.
“Não é por acaso que decidimos visitar o centro e começar por aqui. É que Noel é dos poucos embondeiros que ainda restam no país, e a sua geração está quase em extinção. Sem contar que ele deu um grande contributo às nossas artes”, afirma Silva Dunduro.
Silva Dunduro estimulou o mestre Langa a dar continuidade ao Centro Cultural e que juntamente com outros fazedores das artes passe os seus conhecimentos aos mais novos, como forma de preservar o seu legado.
Destacou ainda: “Tornei-me mais ‛jovem’ ao visitar este museu. É que a arte renova o espírito e quando se está com um criador desta dimensão é muito honroso. É preciso ainda frisar que cultura não é ociosidade e não é apenas uma questão de satisfação emocional ou espiritual, também pode ser rentável”.
Já no fim da visita manifestou vontade de promover aquele espaço cultural e de incluí-lo no roteiro turístico de forma que as pessoas que vierem a Maputo, no contexto do turismo cultural, possam visitá-lo.
GABRIEL CHIAU
No mesmo dia, Silva Dunduro visitou o conceituado músico moçambicano Gabriel Chiau, em sua casa, no bairro de Chamanculo. Gabriel Chiau nos últimos tempos tem andado distante dos palcos por motivos de doença. No local, propôs ao músico que gravasse o seu primeiro álbum no maior estúdio de gravação existente no país a ser inaugurado ainda no presente mês, na cidade da Beira.
“Gabriel Chiau não conseguiu fazer algum registo fidedigno do seu legado. Por conta disso, comprometemo-nos a apoiá-lo de modo que possa gravar o seu primeiro disco compacto (CD). Assim que ele melhorar poderá ir à cidade da Beira, onde ainda neste mês será inaugurado o maior estúdio do país, moderno e que trará a vantagem de poder vender os trabalhos através da plataforma electrónica”,promete Dunduro.
Maria de Lurdes Cossa
malu.cossa@sn.co.mz"
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FONTE: DOMINGO, JORNAL DE MOÇAMBIQUE
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