Marcelo escolheu uma verdadeira mulher de armas 1/33
Diná Azevedo é considerada excecional pelos seus pares. Porquê? "Foi a primeira do seu curso, obteve todas as qualificações como piloto [incluindo nos aviões-radar Boeing da NATO] e tem uma liderança militar" que o "ar angelical" não deixa antever, enfatiza um oficial ao DN. "É uma mulher de armas, não a queira ver chateada. Quando começa a ficar vermelhinha, os tenentes até andam de fininho... é dura mas justa", conclui a fonte, sob anonimato por não estar autorizada a falar.
Tanto zunzum em torno da ida da militar para Belém "surpreendeu e pela positiva", reconhece Diná Azevedo. "A reação das pessoas é boa... tem que ver com o momento, este Presidente gera muita expectativa e acaba por ser novidade a notícia de haver uma mulher" em Belém, enquanto "as redes sociais fazem com que tenha havido uma divulgação exponencial", relativiza a militar a quem chamavam "Rosa Mota", por lhe encontrarem algumas semelhanças físicas. Que a própria nunca percebeu.
[destaque:Foi a primeira militar europeia a pilotar os aviões-radar Boeing E-3A da NATO]
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Para esse sucesso mediático terão contribuído algumas coincidências: ser mulher, ser a já conhecida Diná, ser a primeira assessora militar do Presidente e a informação ter sido dada no Dia da Mulher. "Em termos numéricos [quase duas mil partilhas diretas, milhares de likes, centenas de comentários positivos e centenas de milhares de leituras diretas e indiretas] foi de longe o post com mais impacto desde que a Força Aérea está no Facebook" ao fim de dois dias, refere outra fonte.
Tenente-coronel desde 2010, Diná Azevedo chega ainda a Belém por uma aparente coincidência: era a sua vez de sair do ramo, no âmbito da gestão de carreira que caracteriza a vida de um militar.
"Não estava à espera desta nomeação, foi uma surpresa. Entendo-a como reconhecimento do meu trabalho e do que tenho produzido. Vim substituir um tenente-coronel que é do meu curso... calhou-me pelo que tenho feito ao longo dos anos", assume a oficial superior, que "estava a desempenhar já funções de âmbito estratégico por apoiar" o chefe da Força Aérea no Estado-Maior - sendo também, desde 2014 até agora, adjunta na divisão de operações para os sistemas de armas.
Vai ser um cargo "aliciante, exigente. Ainda estou a perceber a complexidade e exigência da função, a perceber com o que é que tenho de lidar", confessa, assumindo que "é mais uma peça" numa carreira que a fará "conhecer a Força Aérea de outra maneira e [a] compromete ainda mais com a organização".
Diná Azevedo vai ser a representante da Força Aérea na Casa Militar do Presidente da República, tendo como chefe o tenente--general João Carvalho Cordeiro (também desse ramo). Enquanto assessora militar, vai produzir e analisar informação sobre a realidade quotidiana da Força Aérea e o moral dos efetivos ou quanto à natureza e impacto das reformas em curso. A preparação das cerimónias militares e das visitas do Presidente à Força Aérea são outra componente da sua função.
Diná Azevedo dificilmente será a primeira mulher a chegar ao generalato. Mas, sendo piloto e num ramo onde a progressão na carreira se faz com alguma rapidez devido ao frequente número de saídas de militares para a aviação comercial, deverá ser a primeira a atingir o posto de major-general (duas estrelas) - e certamente o de tenente-general (três estrelas).
"Gosto do comando e liderança, do contacto com as pessoas... fui ganhando gosto à medida que fui crescendo" na Força Aérea. "Sou frontal, direta, justa, tento obter o melhor delas, sou exigente e dou tudo para defender a minha equipa", conta.
Primeira a comandar esquadraO coronel João Pereira, o seu até agora chefe na divisão de operações do Estado-Maior da Força Aérea, observa: "Quer sempre tudo na perfeição e não admite falhar." A afirmação radica no conhecimento que tem de Diná Azevedo, pois foi seu instrutor de voo no final do curso (1994): "Na parte da pilotagem, ficava frustrada e danada com ela própria quando as coisas não saíam bem. Como militar, sempre soube distinguir-se pela positiva, integrando-se na organização, e nunca quis ser tratada de forma diferente... sempre quis ser igual aos homens."
No fim dos anos 1980, ao concluir o ensino secundário, Diná Azevedo hesita entre o Instituto Superior Técnico e a Academia da Força Aérea. Inclinada para as matemáticas e aceite nas duas instituições, a pequena mulher que se assume como natural de Mangualde opta pela vida militar. Prestes a completar 25 anos nas fileiras, tem um percurso marcadamente operacional na área do transporte e vigilância aérea.
Divorciada, com uma filha, Diná Azevedo tem qualificações como copiloto e piloto operacional, piloto comandante, instrutora, avaliadora e ainda de experiências. Num universo tradicionalmente masculino, foi a primeira mulher a comandar uma esquadra da Força Aérea, a das aeronaves C-295M.
"Estive em várias esquadras, cumpri missões de transporte de doentes, de altas entidades... na Alemanha gostei bastante", recorda Diná Azevedo. Não por acaso, João Pereira lembra: "Estive em Geilenkirchen [até há pouco], ainda nesta altura falavam na piloto pequenina que chegou a instrutora [dos aviões-radar da NATO], que não é fácil... dizia-lhes que a conhecia, respondiam "mande cumprimentos"."
FONTE:: DIÁRIO DE NOTICIAS DE PORTUGAL
FONTE:: DIÁRIO DE NOTICIAS DE PORTUGAL
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