"Aquacultura alternativa aos mariscos naturais
Até agora, a aquacultura é uma actividade pouco conhecida em Moçambique e até
2011 empregava apenas 1457 trabalhadores, de acordo com o relatório do Instituto
Nacional de Desenvolvimento de Aquacultura (INAQUA), uma instituição criada pelo
Governo para fomentar projectos dessa área.
O documento indica que a produção de aquacultura/piscicultura evoluiu de 400 toneladas em 2008 para 796 toneladas no ano passado, uma quantidade correspondente a cerca de 0,3 por cento em relação à actual produção pesqueira do país.Falando a jornalistas durante uma visita aos projectos de piscicultura na província de Gaza, o director adjunto do INAQUA, José Halafo, disse que a prática desta actividade no país está a crescer paulatinamente.“Estamos a implementar um programa de massificação de aquacultura e neste primeiro ano os resultados são encorajadores”, disse Halafo, apontando haver crescimento no número de tanques piscícolas, estimando-se agora em cerca de 10 mil.Segundo ele, o INAQUA está também a sensibilizar os piscicultores para redimensionarem os seus tanques de modo a terem dimensões de 500 metros quadrados, medida que os técnicos consideram ideal para garantir maiores rendimentos da actividade.Actualmente, os tanques existentes possuem diversas medidas, muitos dos quais pequenos e os rendimentos de muitos piscicultores são baixo. Muito recentemente, o rendimento situou-se a uma média de 30 quilogramas em cada ciclo de produção de oito meses.Halafo disse que a sua instituição está a trabalhar de modo a ultrapassar-se os actuais níveis de produção, devendo atingir mil toneladas em 2014 e duas mil toneladas em 2019, conforme estabelecem as metas do plano-director desta actividade.Contudo, para se alcançar essa meta é preciso um trabalho árduo não só na mobilização de mais moçambicanos a praticarem aquacultura, mas também na melhoria do desempenho dos piscicultores espalhados pelo país. No terreno, cada caso é um caso; havendo piscicultores com bons resultados e outros que ainda enfrentam muitas dificuldades para tornar esta actividade num negócio rentável e atractivo.
O documento indica que a produção de aquacultura/piscicultura evoluiu de 400 toneladas em 2008 para 796 toneladas no ano passado, uma quantidade correspondente a cerca de 0,3 por cento em relação à actual produção pesqueira do país.Falando a jornalistas durante uma visita aos projectos de piscicultura na província de Gaza, o director adjunto do INAQUA, José Halafo, disse que a prática desta actividade no país está a crescer paulatinamente.“Estamos a implementar um programa de massificação de aquacultura e neste primeiro ano os resultados são encorajadores”, disse Halafo, apontando haver crescimento no número de tanques piscícolas, estimando-se agora em cerca de 10 mil.Segundo ele, o INAQUA está também a sensibilizar os piscicultores para redimensionarem os seus tanques de modo a terem dimensões de 500 metros quadrados, medida que os técnicos consideram ideal para garantir maiores rendimentos da actividade.Actualmente, os tanques existentes possuem diversas medidas, muitos dos quais pequenos e os rendimentos de muitos piscicultores são baixo. Muito recentemente, o rendimento situou-se a uma média de 30 quilogramas em cada ciclo de produção de oito meses.Halafo disse que a sua instituição está a trabalhar de modo a ultrapassar-se os actuais níveis de produção, devendo atingir mil toneladas em 2014 e duas mil toneladas em 2019, conforme estabelecem as metas do plano-director desta actividade.Contudo, para se alcançar essa meta é preciso um trabalho árduo não só na mobilização de mais moçambicanos a praticarem aquacultura, mas também na melhoria do desempenho dos piscicultores espalhados pelo país. No terreno, cada caso é um caso; havendo piscicultores com bons resultados e outros que ainda enfrentam muitas dificuldades para tornar esta actividade num negócio rentável e atractivo.
Casos de sucesso
Maputo, Sexta-Feira, 2 de Novembro de 2012O relatório do INAQUA refere que Moçambique tem potencialidades
agro-ecológicas que permitem o desenvolvimento da aquacultura, destacando-se o
facto de o país possuir uma linha da costa com mais de 2700 quilómetros, além de
diversos rios, lagoas, barragens, entre outros recursos.Em Gaza, concretamente no distrito de Chókwè, há pessoas e instituições que
conseguem aproveitar essas potencialidades para desenvolver a piscicultura de
uma forma comercial.No recinto da Estação Agrária de Chókwè, o Instituto de Investigação Agrária
de Moçambique (IIAM) está a desenvolver o que chama Agri-piscicultura, que é uma
combinação da agricultura, pecuária e piscicultura.Trata-se de um projecto comercial, em que se aplicou um investimento de três
milhões de meticais (cerca de 107 mil dólares norte-americanos) na construção de
três tanques (de um hectare cada) e aquisição de 50 mil alvinos para a prática
de piscicultura e construção de capoeiras para a criação de frangos. A
instituição ainda precisa de 1,5 milhão para investimentos noutras
actividades.Nessa combinação, dos frangos retiram-se os excrementos para utilizar na
produção de lentilha, uma planta que é usada para a produção da ração que, por
sua vez, é utilizada como alimento para os alvinos e os frangos. A água dos
tanques de piscicultura – rica em nutrientes – quando substituída, é usada para
regar hortícolas.“Em termos de receitas, esperamos ter dois milhões de meticais (em
piscicultura) em cada seis meses”, disse Zacarias Massango, do IIAM,
acrescentando que “mas como é uma actividade integrada, também teremos
rendimentos na agricultura e na pecuária”.Esta é a primeira experiência do IIAM na prática de piscicultura ou a sua
ligação com a agricultura e a pecuária e, segundo Massango, o objectivo é
aprofundar os estudos e traçar recomendações para garantir a transferência
dessas tecnologias para os produtores.Outra instituição que abraçou esta actividade é o Instituto Superior
Politécnico de Gaza (ISPG), que desenvolve a piscicultura em seis tanques, como
uma actividade comercial, mas também como parte de aulas práticas dos estudantes
do curso de Zootecnia.Segundo o director do Centro de Incubação de Empresas no ISPG, António
Sefane, a sua instituição investiu 2,2 milhões de meticais na reabilitação de
tanques que haviam sido usados há décadas, vedação do recinto, aquisição de 52
mil alvinos e em rações.“Esperamos ter peixe com peso mínimo de 300 gramas, o que significa que
poderemos colher 10/11 toneladas até Dezembro”, explicou a fonte, sublinhando
que as contas feitas indicam que essa actividade é rentável.A simples presença destes projectos em Chókwè está já a estimular a população
local a apostar nesta actividade. Este é o caso do jovem Rafael Massema, um
agricultor que requereu terra ao Governo para praticar a piscicultura, estando
agora na fase da construção de dois tanques dos oito almejados.Antigo trabalhador na vizinha África do Sul, Massema não pediu nenhum
financiamento para investir no seu projecto, tendo apenas recorrido à venda de
parte das suas cabeças de gado bovino. “Cada dia, o tractor que uso na
construção dos tanques consome quase 200 litros de combustível”, disse ele,
acrescentando que, desde que embarcou nessa aventura, já investiu 120 mil
meticais.Muhamud Matsinhe, da AIM" Fonte Jornal NOTICIAS.
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