"Beira aos 105 anos: Lamentações mantêm-se!
A CIDADE da Beira, a segunda maior do país, assinala hoje mais um
aniversário de elevação à categoria, instituída em 1907. Trata-se de mais uma
efeméride que acontece numa altura em que a cidade ‘‘envelhece’’ com os seus
problemas, alguns dos quais também ‘’velhos’’.
Maputo, Segunda-Feira, 20 de Agosto de 2012Notícias . No aniversário da cidade, os seus habitantes recorrem às lamúrias de sempre,
nomeadamente a dupla atribuição de terrenos, deficiente iluminação pública,
criminalidade, ocupação desenfreada de espaços públicos, degradação das vias,
entre outros problemas.Não obstante a isso, a capital de Sofala cresceu de certa forma em termos de
urbanidade com a existência de vários projectos, sobretudo de construção civil
destacando-se infra-estruturas habitacionais, comércio, serviços, entre
outras.Se a cidade da Beira cresceu ao longo destes 105 anos a verdade, porém, é que
também cresceram os seus problemas como, obviamente, acontece em qualquer urbe
em progressão. Ou seja, quanto maior desenvolvimento se verifica também é cada
vez maior o crescimento demográfico, o que acarreta outros tantos problemas,
desde a habitação e o consequente saneamento, criminalidade, produção de
resíduos sólidos, entre outros.E porque o desenvolvimento está a ser acompanhado igualmente pela explosão
demográfica, obviamente que a conquista do espaço económico por parte de alguns
munícipes também eleva o uso de tecnologias e de meios de transporte fazendo com
que haja necessidade de melhoramento dos espaços, nomeadamente rede eléctrica,
abastecimento de água, telecomunicações, estradas, entre outros aspectos que
possam bendizer o crescimento.É notório o congestionamento das vias, particularmente na hora de ponta, dado
o crescente número de viaturas que circulam na urbe. A verdade é que o número de
viaturas que circulam nas artérias da capital de Sofala aumentou, de forma
assustadora, fazendo com que as rodovias se tornem pequenas havendo a
necessidade do seu redimensionamento para fazer face à nova realidade. Desde há algum tempo a esta parte não têm sido poucas as reclamações dos
munícipes face a alguns aspectos que consideram desconfortantes. A exemplo
disso, centenas de camponeses da cintura verde realizaram marchas pacíficas para
pressionar a edilidade a pagá-los uma indemnização por os respectivos campos
terem sido desapropriados a favor de outras actividades, sobretudo de construção
de armazéns, docas secas, indústrias diversas, parques para viaturas, entre
outras.Por exemplo, actualmente um grupo de cerca de 200 camponeses do 13º bairro,
Alto da Manga, cujas machambas se encontram no terreno atribuído a uma empresa
que pretende construir armazém e terminal de contentores, deverão ser
indemnizados cujos nomes acabam de ser afixados numa lista junto à edilidade e
patente em alguns órgãos de comunicação social.
Foi em reconhecimento das reivindicações que o Conselho Municipal da Beira
tem vindo a proceder às indemnizações. Paralelamente, a edilidade liderada por
Daviz Simango também tem ressarcido com novas construções em zonas de
reassentamento aos residentes de alguns bairros abrangidos pela implantação de
megaprojectos.Outro aspecto que também inquieta tanto aos residentes como a própria
edilidade é a dupla atribuição de talhões. Como reconheceu em outras ocasiões o
próprio edil, Daviz Simango, o ‘’cancro reside no sector de cadastro’’ onde se
preze corrigir muitos aspectos que atentam para a ocorrência daqueles casos.
Fora disso, munícipes há que também reclamam para uma maior intervenção da
edilidade visando estancar ou repor a ordem nas vias públicas que estão sendo
‘’assaltadas’’ por vendedores ambulantes.São vários os exemplos que se podem apontar. A começar pela baixa da cidade,
concretamente na Rua Correia de Brito, passando pelas terminais dos
semicolectivos, vulgos ‘’chapas’’ na rua Major Serpa Pinto e Avenida Daniel
Napatina, bem como junto ao famoso mercado informal do Goto, na Avenida Armando
Tivane os passeios e bermas das vias são transformados todos os dias em locais
para a venda de vários produtos, essencialmente roupa, peixe, hortícolas,
rebuçados, entre outros. Esta situação constrange, naturalmente, os munícipes
que se vêem impedidos de circular livremente.Outrossim, importa ainda referenciar que a maioria das rodovias da capital de
Sofala clama por uma restauração devido ao estado deplorável de degradação em
que se encontram, afectando tanto as asfaltadas como as de terra batida, estas
com maior gravidade. Não obstante estas situações, o 20 de Agosto deverá
contemplar entre outras realizações de carácter cultural, desportiva e
recreativa, a entrega de enxoval ao 1º bebé nascido no dia da cidade, entre
outras.
António Janeiro" Fonte Jornal NOTICIAS.
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