sábado, 9 de abril de 2011

TURISMO EM MOÇAMBIQUE, BAZARUTO, ACOMPANHADO POR DUGONGOS - FUNDO MUNDIAL PARA A NATUREZA


"No Bazaruto: “É possível agora estar no mar e ser acompanhado por Dugongos”- Fundo Mundial para a Natureza . 08/04/2011(O Dugongo é o único mamífero herbívoro e pode viver até aos 75 anos) A visibilidade de dugongos (*) aumentou no Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, localizado na província de Inhambane, o que pode significar o crescimento, nos últimos anos, da população desta espécie marinha naquele ponto do Sul de Moçambique. Esta é uma das conclusões de uma pesquisa do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) Moçambique apresentada semana passada em Massingir, província meridional de Gaza, durante a primeira conferência regional sobre o maneio comunitário dos recursos naturais. “Houve um aumento do número de dugongos”, disse Lara Muaves de Brito e Abreu, do WWF Moçambique, quando falava neste evento sobre a experiência desta organização no arquipélago de Bazaruto, onde foi implementado um projecto de conservação de espécies de 2006 a 2008 contando com a participação das comunidades. “Não sabemos o número de dugongos, mas pelo menos aumentou a frequência de visibilidade de dugongos e tartarugas marinhas. Agora é possível andar perto do mar a ser acompanhado por dugongos”, acrescentou ela. Abreu disse haver pessoas que em Bazaruto chegaram a morrer sem nunca terem visto um dugongo porque a sua visibilidade, nessa altura, era praticamente nula devido ao seu número que era bastante reduzido. Na implementação deste projecto, o WWF sensibilizou as comunidades a preservarem os recursos naturais, particularmente os marinhos, e ajudou os ilhéus a aderirem a actividades alternativas a pesca, como são a costura e artesanato. “Há monitorias que mostram o aumento da consciencialização da população quanto a conservação dos recursos marinhos. Eles próprios é que conservam os recursos”, disse Abreu. Segundo ela, muitas vezes, os que violam as leis de conservação das espécies são pessoas provenientes da parte continental do arquipélago, que por sinal não foram abrangidos pelo projecto. Em Bazaruto, a pesca é a principal actividade de subsistência das comunidades, sendo por isso difícil evitar a exploração de recursos pesqueiros, mesmo os proibidos por lei. Apesar de registar um crescimento acelerado, o turismo não oferece postos de trabalho para todos os ilhéus. Contudo, os projectos implementados pelo WWF contribuíram para a mudança de atitude dos ilhéus, apesar de algumas pessoas terem simplesmente deixado as máquinas de costura nas suas casas e fixado residência noutros pontos da província. Para colmatar esses problemas, diversos participantes sugeriram, entre várias medidas, a extensão do tempo de implementação dos programas de desenvolvimento comunitário, uma vez ser praticamente impossível mudar a atitude de uma pessoa em apenas dois anos ou menos. CAPTURA DE PEIXE AUMENTA NAS QUIRIMBAS . Um projecto do género que ainda está a ser implementado pelo WWF no Parque Nacional do Arquipélago das Quirimbas, província nortenha de Cabo Delgado, contribuiu para o aumento da captura de peixe. Este arquipélago tem três ilhas, designadamente Ibo, Quilália e Quirimba. No âmbito da implementação de um projecto de conservação de espécies marinhas, o WWF concebeu, na ilha Quirimba, um santuário, espécie de viveiro em que é proibida a pesca, mergulho ou qualquer outra actividade. Essas actividades só podem ser realizadas num outro local, fora do santuário.As comunidades locais estão envolvidas neste projecto e elas próprias é que fazem a monitoria e fiscalização. “Eles dizem que a captura de peixe aumentou em relação aos anos anteriores”, disse Lara Muaves de Brito e Abreu, acrescentando que outras comunidades do arquipélago pedem a criação de santuários do género.
(*) O que é Dugongo
Dugongo significa sereia. A espécie já habitou em todas as regiões tropicais dos oceanos Índico e Pacífico, mas hoje em dia a sua distribuição está limitada por necessidades específicas do seu habitat. Ocorrem frequentemente em águas costeiras. As maiores concentrações de Dugongos tendem a ocorrer em baías protegidas por recifes de coral ou ilhas, de profundidades compreendidas entre 1 a 5 metros e canais de mangal alargados. Estas áreas são coincidentes com bancos de ervas marinhas de tamanho razoável. São regularmente observados em águas profundas afastadas da costa , isto é, a cerca de 20 metros, em locais onde a placa continental é larga, pouco profunda e protegida. A pressão da actividade pesqueira é uma das grandes e maiores ameaças na abundância e distribuição de Dugongos em Moçambique. Podem atingir os três metros de comprimento e pesar 400 kg. É o único mamífero herbívoro e podem viver até aos 75 anos.
O período de gestação é de 12 meses e o de amamentação é de 14 a 18 meses ou mais. O período de reprodução seguinte, isto é, entre crias sucessivas pode ser espacial ou temporalmente variável. As crias começam a alimentar-se de ervas marinhas logo após o seu nascimento, crescendo também rápidamente durante o período de amamentação. (RM/AIM). Fonte Rádio Moçambique.











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