UM projecto-piloto integrado de educação inclusiva, apoio em microcrédito, reabilitação e capacitação institucional da Associação dos Cegos e Amblíopes de Moçambique (ACAMO) está em curso nas províncias de Manica, Sofala e Tete, com apoio financeiro da sua congénere da Noruega.
Segundo dados apurados pelo “Notícias”, o apoio envolve um montante de 700 mil dólares americanos que deverão ser aplicados nas áreas eleitas durante os próximos cinco anos.
Numa fase experimental, a acção beneficia 80 membros da ACAMO em dois distritos de três províncias da zona centro, nomeadamente Caia e Gorongosa, em Sofala; Manica e Bárue, na província de Manica; e Changara e Mutarara, em Tete.
O presidente daquela organização, Mahommed Sharif, avaliou o impacto das actividades como bastante promissor no seio do grupo-alvo mormente na melhoria da vida depois do treinamento em matérias de capacidades executivas.
A actividade arrancou com o treinamento em advocacia, geração de pequenos negócios, noção de rendimentos e lucros que culminou com a elaboração dos projectos de construção de bancas, casas melhoradas, abertura de machambas, entre outros.
Na componente de ensino-aprendizagem, a acção permitiu o lançamento no distrito de Chemba, em Sofala, do processo de educação inclusiva com a introdução do sistema Braille para facilitar aos deficientes locais sem que desloquem necessariamente ao Instituto Nacional dos Deficientes Visuais na Beira.
Com efeito, um grupo de professores baseados no terreno vai ser submetido, em breve, numa capacitação de matérias de escrita em Braille e técnicas de mobilidade com uso da bengala.
Localizado nas margens do rio Zambeze, o distrito de Chemba lidera em termos de número de pessoas portadoras de cegueira ao nível da província de Sofala, sobretudo pela abundância das massaniqueiras, cujo fruto é utilizado no fabrico de bebida alcoólica tradicional localmente denomina por nipa, sendo descrita como principal foco desta deficiência.
Por isso mesmo, Sharif apontou que em Chemba o trabalho começou com a localização dos membros da ACAMO para colocar o ensino junto das comunidades, sendo que as primeiras turmas arrancam ainda este ano no terreno incluindo a vizinha região de Guro, em Manica.
Horácio João"
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.
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