quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PORTUGAL EMPRESARIAL EM MOÇAMBIQUE, COM INICIATIVA INÉDITA SEGUNDO O EMBAIXADOR DE PORTUGAL JOSÉ AUGUSTO DUARTE, COM O AOPIO DO AICEP E MINISTÉRIO DAS FINANÇAS VISANDO O PRIMEIRO CONTACTO ENTRE AS EMPRESAS E REPRESENTANTES DO BANCO MUNDIAL, BANCO AFRICANO DE DESENVOLVIMENTO E BANCO EUROPEU DE INVESTIMENTO, LOUVÁVEL INICIATIVA REALIZOU-SE HOJE EM MAPUTO

"Iniciativa inédita leva financiamentos alternativos a empresas portuguesas em Moçambique

26 de Fevereiro de 2015, 11:30

Cerca de 150 empresas portuguesas em Moçambique e representantes de instituições financeiras internacionais estão reunidos desde a manhã de hoje em Maputo, para analisar parcerias no apoio ao investimento do sector privado no país. A iniciativa, inédita num país estrangeiro, segundo o embaixador de Portugal em Maputo, José Augusto Duarte, foi promovida pela representação diplomática, com o Centro de Negócios da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e com o Ministério das Finanças, visando um primeiro contacto entre as empresas e representantes do Banco Mundial (BM), Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e Banco Europeu de Investimento (BEI).
O móbil destas instituições é o desenvolvimento dos países onde actuam e o das empresas é o lucro, observou hoje o embaixador português em Maputo, que confia num "casamento" entre os objectivos das duas partes, com impacto na criação de emprego, transferência de tecnologia e reforço do sector privado.
Anteriormente, de acordo com José Augusto Duarte, a aproximação das empresas aos produtos das instituições financeiras internacionais só tinha ocorrido em Portugal, por iniciativa do Ministério das Finanças, que enviou a Maputo a sua directora do Departamento de Cooperação e Instituições.
"As instituições financeiras internacionais constituem importantes parceiros potenciais para empresas portuguesas interessadas em desenvolver projetos de investimento em Moçambique", refere o texto da organização do evento, assinalando a importância de conhecerem as políticas de investimento, critérios de elegibilidade e instrumentos financeiros disponíveis.
"É igualmente importante que as instituições financeiras internacionais conheçam o tecido empresarial e financeiro português no mercado moçambicano", prossegue o documento, num contexto em que Portugal é um dos principais investidores no país africano e o que cria mais emprego.
Na decurso do seminário, intitulado "Como investir em Moçambique com o apoio das instituições financeiras internacionais", quadros do BM traçaram as perspectivas económicas para o país, marcadas pela continuação de um forte crescimento, com previsões de 7,5% em 2015, embora afetado em 0,5% pelas recentes inundações no país, e também as suas ameaças.
Moçambique mantém um défice da conta corrente de 40%, tem o segundo maior gasto público face ao PIB do continente africano e ainda atrasos significativos nas decisões dos grandes operadores no gás natural, além da ameaça da cotação internacional de matérias-primas como o carvão.
"A diversidade da economia é muito limitada", alertou o economista do BM em Moçambique e os mega-projetos têm ainda pouco impacto no crescimento.
O economista-chefe do BM para Moçambique, Julio Revilla, considera que "a melhoria do ambiente de negócios é fundamental", num clima de investimento "relativamente fraco", diminuído pela qualidade de serviços como a eletricidade, incumprimento de contratos, acesso ao crédito e também pela corrupção.
Além da apresentação dos produtos das instituições financeiras internacionais, o programa do evento prevê rondas bilaterais com as empresas inscritas.
Lusa"
FONTE: SAPO MZ.

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