"Província Em Foco
Sabina
Nancuta
CABO DELGADO – Sabina Nancuta: Proprietária da paragem “obrigatória” de
Nanjua.
Nanjua é um ponto de paragem quase obrigatória, para quem viaja para
Montepuez e daqui para Pemba. Há um restaurante que resistiu aos tempos e ainda
impõe-se. Lá está Sabina Romão Nancuta, a proprietária que todos os que ali,
alguma vez pararam, devem conhecer. Trato simples, muito trabalhadora, mas
admirada por manter aquele lugar, mesmo depois de ter perdido o seu marido, em
2003.Maputo, Sábado, 14 de Abril de 2012Notícias .
Quando, em 2003, o seu marido faleceu, alguns cépticos viam na Sabina uma
mulher que não pudesse resistir ou simplesmente manter a propriedade que o
português Fernando Correia havia erguido, incluindo o restaurante que impôs
naquele verdadeiro ponto de intersecção.
Ao invés disso, Sabina Nancuta, soube reerguer-se, não vendendo nada da
herança, como se pensava e, pelo contrário, criando mais ideias que lhe valeram
a manutenção e alargamento dos seus negócios. “Não caí porque tinha um pouco de experiência que meu marido me transmitiu.
Apesar daquele aparente sossego em que vivíamos, nunca deixei de ir ao
restaurante ajudar os que aqui trabalhavam e sempre estive na cozinha para fazer
o que os clientes pediam. Portanto, por detrás de tudo o que aqui estava a ser
servido, havia uma mulher, que sou eu”, explica Sabina Nancuta.Esposa de um amigo de muitos, principalmente por causa do desporto, a partir
do seu Sporting de Portugal, Fernando Correia deixou Sabina com dois filhos,
hoje também com neto. Para além de machambas, a parte mais visível sempre foi o
restaurante que, em tempos, era o único, no percurso de 210 quilómetros, desde
Pemba até Montepuez.“Devo reconhecer que, se os amigos do meu falecido marido, os seus familiares
e os clientes que já havíamos feito, mesmo antes de morrer, me tivessem
abandonado, aí, sim, já teria caído. Mas também, a minha família, que quando
tenho muito trabalho, como seja seminários ou lanches envolvendo muita gente, me
vem ajudar, de facto cairia ”, reconhece Sabina.Sabina teve de aprender a atender a toda sua clientela, resultante do facto
de, na verdade, não ter na altura o concurso de outros na região e, hoje, diz
que apesar do aparecimento de outros lugares ao longo da estrada, ficou na
cabeça dos viajantes, uma paragem, em Nanjua, que sempre fez bem, conforme
afirmou.“Nunca me senti cansado de atender os meus clientes. A única reclamação que
apresentam é do horário. Quando passam, à alta noite e encontram isto fechado,
ai ficam aborrecidos comigo. Às vezes telefonam-me, enquanto estou a dormir, mas
não posso fazer nada, é de Lei, essa que restringe a abertura de locais onde as
pessoas devem se restaurar, mas não restringe os movimentos dessas pessoas, que
enquanto estão em viagem ou não, ficam com fome”, esclareceu Sabina.A também chamada mamã de Nanjua, em 2007, concorreu e foi elegível para
acesso ao Fundo de Desenvolvimento Distrital, que se destinava a viabilizar a
sua entrada na comercialização agrícola, tendo reembolsado todo o valor, depois
de bem sucedida a campanha.No ano seguinte, voltou a precisar de um empurrão e, logicamente, teve a
anuência do Conselho Consultivo Distrital, que decide emprestar-lhe 300.000,00
meticais, com o objectivo de acrescentar ao seu restaurante, sala de
conferências (discoteca), uma pensão, agora com quatro quartos, a única na
região do Posto Administrativo de Mesa, onde Nanjua está localizado.“É o dinheiro com que estou a trabalhar, por isso, ainda não devolvi,
sobretudo porque coincidiu com a chegada da energia da HCB. Então era necessário
fazer a instalação de todos os quartos e outras infra-estruturas. Em relação aos
quartos, era preciso equipa-los, pois, todos são suites. Por isso, ainda
não paguei na totalidade, apesar de estar a devolver, mas aos poucos”, disse
Sabina.Neste momento, Sabina Nancuta meteu-se noutro tipo de negócio, pois, acaba de
adquirir duas moageiras, uma de descasque e outra de farinação. Pedro Nacuo" Fonte Jornal NOTICIAS.
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