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Maputo, Terça-Feira, 1 de Maio de 2012
Notícias
O surgimento de empresas de transporte marítimo, com enfoque para turistas,
torna o passeio pelas baías de Vilankulo e Inhassoro, incluindo o arquipélago de
Bazaruto cada vez mais acessível para todos, principalmente para os nacionais de
pouca renda.
Dolphin Dhow é uma das empresas de transporte marítimo cuja vocação é fazer
passear pelas ilhas, os interessados, especialmente turistas hospedados na zona
continental, nomeadamente em Inhassoro e Vilankulo. Fundada em 2005, a empresa
que resultou da adaptação de uma embarcação de pesca com capacidade para 20
passageiros. Dolphin Dhow foi a primeira companhia de transporte que começou a
tirar vantagens comparativas do desenvolvimento do turismo no norte de
Inhambane.
Suleimane Cassamo Júnior, proprietário da empresa, disse que decidiu abraçar
a área de transporte marítimo para dar resposta à procura de ligação entre o
continente e o arquipélago de Bazaruto.“Comecei esta actividade com apenas um barco de madeira ligando as ilhas de
Magarugue e Benguerua levando turistas que tinham necessidade de conhecer
aqueles pontos e observar as espécies marinhas”, disse Suleimane e Júnior.O jovem empreendedor, que conta agora com oito barcos, dos quais cinco de
madeira e três de fibra, disse que os valores que cobra nas ligações entre
Vilankulo e Magaruque, Vilankulo/Bengurua, Inhassoro/Santa Carolina e
Inhassoro/Bazaruto, os quais variam entre 1.500 e 2.500 meticais incluem o
almoço para aqueles que se deslocam de passeio.“Esta tabela é fixa, não tem nada a ver com a época do pico do turismo ou
baixa. Até porque agora tenho mais turistas nacionais a passear nestas ilhas do
que propriamente estrangeiros”, disse Suleimane Júnior para quem muitos
residentes de Vilankulo e Inhassoro organizam-se em grupos de amigos e alugam os
barcos para fazer viagens turísticas para conhecerem melhor a sua terra.Júnior disse também que o facto de a sua empresa operar com barcos de
madeira, passou a ser preferência de turistas estrangeiros que, mesmo hospedados
em “lodges” de luxo na parte continental, optam por embarcações feitas com
material local.“Por causa disso, alguns operadores turísticos, também compraram barcos de
madeira para transportar os seus hóspedes às ilhas, porque perdiam clientes a
meu favor”, indicou Júnior.Aquele empreendedor disse que fazer turismo não é apenas construir uma
estância turística ou edificar as chamadas casas de férias para alojar turistas
nacionais e estrangeiros, sendo que pescar e transportar turistas é também
explorar as diversas oportunidades que o turismo oferece.“Quero construir alguns quartos aqui perto da minha empresa para alojamento
dos turistas que optarem por algo feito ao natural. Vou também fazer um pequeno
restaurante onde só terei mariscos, porque turismo é isso”, disse Suleimane
Júnior acrescentando que para ele, não faz sentido um turista chegar a Vilankulo
e pedir bife ou frango, daí que no seu restaurante, tal como acontece agora nas
refeições que serve aos seus passageiros, os pratos serão mariscos.O proprietário de Dolphin Dhow lamenta, no entanto, a destruição do seu
material publicitário afixado em locais públicos em Vilankulo e Inhassoro por
alguns operadores turísticos estrangeiros. “Os nossos companheiros, donos das
estâncias turísticas aqui, em Vilankulo, não gostam de ver moçambicanos a fazer
um trabalho apreciado pelos turistas estrangeiros”, disse Júnior acrescentando
que, nos próximos dias, vai remeter uma queixa junto do Conselho Municipal de
Vilankulo sobre a destruição do seu material publicitário por um operador
turístico estrangeiro.
Até há bem pouco tempo, para se chegar a Bazaruto ou numa outra ilha daquele
arquipélago, hoje transformado em reserva nacional, era necessário fretar uma
embarcação pertencente a uma das estâncias turísticas daquela região ou mesmo do
continente. Os preços praticados, na altura, superavam as capacidades
financeiras de todos aqueles que não tivessem uma estabilidade financeira.O aparecimento de empresas de transporte marítimo em Vilankulo e Inhassoro
onde actua o Dolphin Dhow, actualmente com 14 trabalhadores, abriu portas para
que moçambicanos possam se deslocar a Bazaruto em passeio turístico. Victorino Xavier" Fonte Jornal NOTICIAS.
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