"Nos próximos dez anos: Moçambique integrará grupo de países de renda média - Guebuza . 05/12/2010
O Presidente da República, Armando Guebuza, acredita que Moçambique vai integrar os grupo de países de renda média dentro dos próximos 10 anos. Guebuza manifestou este sentimento no Sábado, em conferência de imprensa, em Riade, capital do Reino da Arábia Saudita, a margem do “Fórum de Investimento Golfo-África 2010”, e que também contou com a presença de empresários locais e jornalistas de vários media internacionais. “Penso que Moçambique irá muito longe, estou seguro que nessa altura nós seremos um país de renda média”, respondeu Guebuza quando questionado sobre a trajectória de Moçambique nos próximos 10 anos. Refira-se que o Banco Mundial define como países de renda média aqueles cujo Produto Nacional Bruto (PNB) per capita está compreendido entre 756 a 9.265 dólares. Estes países também podem ser subdivididos em países de renda média alta e renda média alta. Na entrevista em Riade, os jornalistas quiseram também entender as causas da estabilidade de Moçambique, um país considerado um caso de sucesso de uma transição de uma guerra violenta para uma estabilidade sócio-económica e que tem sido um dos principais atractivos para os investidores estrangeiros. Primeiro, disse Guebuza, o sucesso de Moçambique deve-se a estabilidade política. Segundo, esta estabilidade politica surge da experiência que ensinou ao povo moçambicano que a paz é somente possível através de uma compreensão mútua, comunicação e diálogo. “Isso é precisamente o que está a acontecer em Moçambique. Falamos uns com os outros, discutimos uns com os outros, somos tolerantes com as diferenças e, como resultado, temos uma sociedade estável”. Esses são os propostos de uma sociedade onde as pessoas podem investir em segurança, vincou.Convidado a comentar sobre a Conferência Golfo-África 2010, Guebuza disse estar impressionado pelo facto de ambas as regiões estarem a falar a mesma língua. Segundo estadista moçambicano, o Golfo possui recursos tais como conhecimentos (know-how), e capital que são recursos escassos em África. Por isso, explicou, ambas as regiões vão-se complementar para o beneficio mútuo. Sobre as diferenças culturais existentes entre Moçambique e os países árabes, Guebuza disse não encarar como obstáculo, porque antes pelo contrário estas diferenças têm o potencial de aumentar a capacidade para fazer com que as coisas aconteçam. Para melhor elucidar a sua audiência, Guebuza disse que Moçambique possui povos com culturas diferentes, que falam línguas diferentes e com experiencias diferentes. “Mas fomos capazes de nos unirmos e vencermos o colonialismo. Por isso, estamos seguros que podemos continuar unidos e erradicar a pobreza”, disse. A questão das terras foi um dos temas abordado por alguns jornalistas, que queriam saber se Moçambique estaria a vender ou a atribuir licenças de exploração. Aliás, este é um temas que faz correr muita tinta na imprensa ocidental, que acusam os países árabes e asiáticos de estarem a açambarcar terras em África. “Não tenho conhecimento de algo nesse sentido. Mas se houver alguém interessado é muito bem vindo. Nós sabemos que eles nos vão ajudar muito a produzir mais comida para o nosso consumo e, naturalmente, para exportação para a região do Golfo, incluindo a Arábia Saudita”, esta foi a resposta do estadista moçambicano. O governo também não vê nenhum impedimento em emitir licenças de exploração por um período de 50 anos todos os que queiram investir seriamente em Moçambique. Questionado sobre as áreas de investimento que mais interessam Moçambique, mais uma vez Guebuza apontou o sector de infra-estruturas, devido as longas distâncias que separam as áreas produtivas as áreas de produção dos portos, o que acaba encarecendo os produtos para o seu consumo interno, uma situação exacerbada pela perda de competitividade no mercado internacional.
“Temos falta de estradas e linhas férreas, razão pela qual estamos interessados em investimentos nem que seja na forma de parcerias público-privadas. Sobre a dupla tributação, Guebuza disse que o governo já possui uma proposta para ultrapassar este problema. Esta é mais uma questão que preocupa sobremaneira os países do Golfo. Também fez questão de explicar que, para investir em Moçambique, o governo não impõe um parceiro moçambicano. “Quem quiser faze-lo não precisa necessariamente de um parceiro moçambicano. Naturalmente, que encorajamos que haja sempre um parceiro moçambicano, mas não e’ condição imprescindível”,, rematou.(RM/AIM)" Fonte Rádio Moçambique.
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