quarta-feira, 10 de junho de 2020

DIA DE PORTUGAL DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS


DIA DE PORTUGAL DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

Andava eu ainda no ensino primário na Vila de Tete, pois estávamos em 1955, na então Escola Baptista Coelho e já a nossa saudosa mãe nos dizia,  a mim e à minha irmã mais velha Beatriz, o meu nome NATÉRCIA vem do Camões e de facto citando “Em 1544, Camões com 20 anos, encontra-se com D. Catarina de Ataíde, dama da rainha D. Catarina da Áustria, esposa de D. João III e, desse encontro nasce uma ardente paixão, mais tarde imortalizada pelo poeta, que se referia à dama do paço, com o anagrama “Natércia””.
A nossa querida mãe tinha a antiga 4ª classe, natural de Nespereira, freguesia e feito exame no concelho de  Cinfães, terra de Serpa Pinto. Nunca dava erros de ortografia e se dúvidas tivesse,  ia ao TIRA TEIMAS como chamava ao dicionário de lingua portuguesa, Deixou-nos aos 94 anos.
A grande riqueza de Camões foi ter morrido pobre , conceito de probeza material,  em 10 de Junho de 1580. Há uma pouco pacífica e não unânime opinião se Luiz Vaz de Camões viveu mais tempo na Fortaleza da Provincia de São Caetano de Sofala construida em 1505, pelo espanhol Pero Naya,  e daqui regressou a Lisboa ou se viveu mais tempo na Ilha de Moçambique e daí regressou a Lisboa sem tocar em Sofala? Parece improvável ter vivido na Fortaleza de São Sebastião na Ilha de Moçambique pois a mesma iniciou a sua construção em 1558 e terminou a 1620, Camões já tinha falecido em Lisboa anos antes. Há uma casa que tem duas versões há quem  defenda que foi a primeira e adianta a data de 1569 a 1570 e há quem defenda  que esta foi a segunda. Sem tentar ser “regionalista” pois vivo na cidade da Beira Provincia de Sofala, posso compreender que “ficava bem” querer a qualquer preço e na época, ele ter vivido naquela que foi capital de Moçambique até ao ano de 1822.
O importante de facto é que são rarissimos os defensores da lingua portuguesa e seus admiradores , sejam nacionais ou de que País for,  além dos membros da CPLP que não reconheçam a riqueza impar das obras de Camões, o tal que materialmente morreu pobre em 10 de Junho de 1580.  José Craveirinha, autor moçambicano já falecido foi homenageado com o PRÉMIO CAMÕES em 1991.
Por Moçambique estarão trinta mil compatriotas nossos que no dia a dia, com o seu saber, a lingua de Camões ouvem,  falam, escrevem e cantam, acredito que se Camões estivesse ele na Ilha de Moçambique ou em Sofala, sentir-se-ia pleno de felicidade!
Parece-me não haver nenhum impedimento legal ou diplomático comemorar este dia já a partir de 1977, como DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS,  na Ilha de Moçambique ou em Sofala, caso não haja nenhum impedimento já referido, e porque não? Camões é uma figura de consenso linguistico, cultural e social, MORREU POBRE MATERIAL E RICO COMO UM HOMEM DE CULTURA INCONTORNAVEL, nós é que somos devedores, da grande maioria dos falantes de lingua portuguesa, pelo menos.
Do Canto Quinto dos Lusiadas, passando por Sofala,  e chegados ao Canto Décimo , 74 Assim cantava a Ninfa; e as outras todas, Com sonoroso aplauso, vozes davam Com quem festejam as alegres bodas Que com tanto prazer se celebravam. — “Por mais que da Fortuna andem as rodas (Numa cônsona voz todas soavam), é como vejo que a lingua de Camões hoje é falada por mais de duzentos e sessenta milhões de pessoas.
Augusto Macedo Pinto, Advogado na cidade da Beira Provincia de Sofala Moçambique.

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