domingo, 29 de novembro de 2015

ELVIRA VIEGAS CANÇONETISTA MOÇAMBICANA NO SEU MELHOR, EM PORTUGAL JÁ NOS BRINDOU COM A SUA PRESENÇA E AS SUAS CANÇÕES, NO PORTO.

Elvira Viegas brindou o público com uma exibição fenomenal
Quis o destino que Pacha Viegas, irmão da Elvira Viegas, fosse chamado para junto do Pai celestial um mês antes da realização do espectáculo da irmã. À hora da sua partida, Pacha estava na direcção do concerto pelos 60 anos de idade e 41 de carreira musical da sua irmã mais velha, Elvira.
Quis o destino que Pacha Viegas, irmão da Elvira Viegas, fosse chamado para junto do Pai celestial um mês antes da realização do espectáculo da irmã. À hora da sua partida, Pacha estava na direcção do concerto pelos 60 anos de idade e 41 de carreira musical da sua irmã mais velha, Elvira.
Mas como a vontade de cantar, recordar o percurso dos quarenta e um anos era forte, Elvira Viegas juntou-se à sua irmã, Ivone Viegas, para darem andamento ao concerto. A ideia ganhou consistência porque a Chitará Sound disponibilizou-se a dar o som e a produzir o evento. A Universidade Eduardo Mondlane  disponibilizou a sala do Centro Cultural Universitário, enquanto o grupo SOICO concedeu publicidade, havendo outros que à sua maneira deram contributo para que se concretizasse a ideia.
O dia 26 de Novembro chegou. Ao longo do dia fazia calor, antevendo uma noite quente em duas vertentes: a temperatura e por outro a música. Só que depois das dezoito horas, tudo mudou. Temporal, muita chuva, o que na tradição africana é apelidado de sorte. Aliás, diziam alguns espectadores, já na sala do espectáculo, que era o Pacha Viegas que cantava através dos pingos da chuva. Facto interessante é que mesmo com a chuva houve gente, conhecedora das músicas da Elvira Viegas que não se fez de rogado. Dirigiu-se ao Centro Cultural Universitário ávida de ver aquela mulher que aos sessenta anos ainda preserva uma beleza e voz invejáveis, com um cabelo natural que abraça as costas. É a tia Elvira Viegas.
Para um espectáculo de capricho e requinte, havia bom som, boa luz e boa plateia. Dezassete temas era o total das músicas preparadas para a noite. Destas, apenas uma, se a memória não me trai,Psigodo, não foi interpretada. Os restantes, Loko ane positive (se fosse positivo); Pequeno demais;Help me (ajuda-me); Matsoho (Inveja); Djula (procura); Loku hinga londzovote (Se não aproveitarmos); Amigo verdadeiroKombo (azar); Ndzi xicalavithu (Sou anónimo); Hora chegou;Venho de longeMesmo de rastosDança comigoSem palavrasLizeze (compaixão).; Tiva taku (saiba da sua vida), foram interpretados em ambiente de festa.
Assistiu-se no espectáculo, uma Elvira alegre, mais solta e destemida. “Vocês vieram me ver porque são meus amigos. Estou feliz por isso. Não deixo de reconhecer os meus amigos músicos, alguns dos quais como o guitarrista Dodó que começou a tocar comigo quando tinha catorze anos. Hoje são senhores  de referência na música. Juntei-os todos neste palco para juntos celebrarmos”, disse Elvira Viegas, que recordou que o concerto era também dedicado a seu irmão, Pacha Viegas.
Dodó (guitarra) Figas (teclado), Sima (bateria), Djivas (guitarra), Amade (percussão), Belita e Domingas (coros), Elvira e Ivone Viegas (voz), Sacres e  Yocthan (viola baixo), são os instrumentistas que acompanharam Elvira Viegas.
O concerto teve convidados. E foi assim que Yolanda Chicane, da banda Kakana, fez a dupla com a figura de cartaz, cantando Amigo verdadeiro. Ivone Viegas relembrou o passado da Organização Continuadores cantando Loku hinga londzovote (Se não aproveitarmos). Venho de longe foi o tema que juntou o jovem Miguel Xabindza e  Elvira Viegas em uma performance perfeita.
Ensaiando coreografia e ritmo Hip Hop, em músicas anteriores, Elvira deixava claro que teria uma convidada de luxo: Iveth. A rapper entrou em cena e fez dueto com ela cantando a música que resulta de um poema escrito por José Craveirinha, Mesmo de rastos. O desfile dos convidados não parou por aí, pois Elvira trouxe outra voz feminina , Sizaquel. E juntas cantaram  Lizeze (compaixão). Coube a Roberto Chitsondzo a interpretação de Tiva taku (saiba da sua vida),  para o fecho da noite.
A sala esteve a 80 porcento em termos de espectadores. O temporal arrasou todo material de merchandising preparado no exterior da sala. Mas isso não adiou a festa. Houve corte de energia e o gerador começou a operar como alternativa. No final, todo mundo saiu da sala a cantar. Pena não ter havido discos da Elvira à venda, pois a plateia era maioritariamente composta por adultos conhecedores e apreciadores da sua música.
 Frederico Jamisse"
FONTE: JORNAL DOMINGO

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