A ACTIVIDADE piscícola que num passado recente não era prática, em Cabo Delgado, começa a dar resultados considerados animadores pelo sector das pescas, dado que um número considerável de piscicultores já adere a criação de peixe, de acordo de com Elídio Jorge Cabral, responsável da aquacultura na direcção provincial das Pescas.
De acordo com aquele técnico, no presente ano o sector registou 34 mil toneladas de peixe capturado nos diversos tanques pertencentes a privados e associações de piscicultores, contra 40 mil toneladas previstas. A fonte precisou que esta actividade é praticada tanto nos distritos do interior da província e nos da zona costeira.
A fonte afirmou que não conseguiram alcançar a meta de captura de 40 mil toneladas de peixe devido a vários constrangimentos desde a falta de ração e de alvinos. Como alternativa, segundo Elídio Cabral, os praticantes daquela actividade recorrem a ração de frango, camarão, farelo de milho, entre outros alimentos.
A nossa fonte explicou que o sector conta com um número considerável de piscicultores dos distritos do interior e costeiros, nomeadamente Namuno, Mueda, Nangade, Mecúfi, Metuge, Quissanga e Palma, sendo que se espera que mais distritos possam aderir futuramente aquela actividade considerada de rendimento porque o peixe produzido quando vendido gera dinheiro.
“Nós como instituição apenas prestamos o apoio técnico aos piscicultores através de extensionistas que transmitem as técnicas de produção do pescado as pessoas que exercem esta actividade a título privado ou em associações. Neste momento, contamos com 254 tanques piscícolas espalhadas nos distritos a que me referi e tudo indica que este número poderá aumentar no futuro” – disse Elídio Cabral.
Na última terça-feira a nossa Reportagem presenciou a captura de peixe de aquacultura no posto administrativo de Miéze, no distrito de Pemba-Metuge, pertencente ao produtor privado Cassamo Anlawe que disse ter apostado na aquacultura em 2013 com abertura de sete tanques. Na ocasião, foram capturados cerca de 150 quilogramas de peixe.
“Gastei cerca de 100 mil meticais na abertura destes tanques, quero com isso diminuir a dependência que a população tem em relação aos mariscos. Estou a gostar porque veja que esta é a primeira captura e não fiz em todos os tanques e sai peixe de qualidade. Penso em contribuir na redução de falta de pescado no mercado local” – afirmou Cassamo Anlawe.
O nosso entrevistado apelou a outras pessoas para aderirem a aquacultura. “Não custa nada, há quem diz que é difícil devido a falta de alimentação, mas penso que não é verdade eu alimento com farelo ou mesmo ração que serve para alimentar frangos. Portanto, acho que os que assim pensam estão enganados, porque para além da comida que dou ele alimenta-se sozinho de outras coisas no fundo dos tanques”, sublinhou Cassamo Anlawe.
JONAS WAZIR"
FONTE: JORNAL NOTIAS DE MOÇAMBIQUE/SAPO MZ
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