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A SEMANA :
Acesso Norte inaugurado: Plataforma de frio do Porto Grande, a obra a seguir 12 Julho 2014
Depois do Acesso Norte, o complexo de frio do Porto Grande é a próxima infraestrutura ligada ao Cluster do Mar a ser inaugurada pelo Governo. Mais para a frente fica o arranque do Terminal de Cruzeiros.
O complexo de frio do Porto Grande será a próxima infraestrutura ligada ao Cluster do Mar a ser inaugurada pelo Governo, em S. Vicente. Depois do Acesso Norte, cuja fita foi cortada pelo primeiro-ministro José Maria Neves no dia 6, os operadores de pesca aguardam agora a entrega da plataforma de frio que vem substituir a Interbase, cujas câmaras foram totalmente destruídas por um incêndio, em Setembro de 2008. Mas, ao que tudo indica, o complexo pode entrar em funcionamento ainda neste ano.
Iniciada em Fevereiro de 2013, a obra deve ficar pronta até finais de Outubro, conforme informações prestadas à Enapor pela empresa construtora. Assim que estiver operacional, o complexo, segundo Franklim Spencer, vai aumentar a capacidade de refrigeração de pescado, carnes e legumes no mercado mindelense em 3.700 toneladas, distribuídas por câmaras de diversos tamanhos. “Destas 3.700 toneladas, 3.500 serão destinadas a produtos congelados e as restantes para frutas, legumes, etc. Estamos a falar de uma infraestrutura moderna, com 1 hectare de área, que vai dar resposta às necessidades dos operadores de pesca, e não só”, diz Spencer, PCA da Enapor e do Cluster do Mar.
A plataforma de frio será mais uma das novas funcionalidades do Porto Grande, que ganhou espaços de armazenagem de contentores e vias de movimentação de viaturas pesadas com as obras do Acesso Norte. Esta extensão do porto de Mindelo custou mais de um milhão e quinhentos mil contos, investidos nas suas diferentes componentes: quebra-mar, dragagem, sistema de combate a incêndio, pavimentação do terrapleno, iluminação, construção de um anel rodoviário e requalificação da praia da Laginha.
Laginha que, nas palavras de José Maria Neves, lembra agora a turística praia do Leblon, no Rio de Janeiro, de tão elegante que ficou com o aumento do areal, a nova via rodoviária de acesso, um calçadão e uma praça. “Gostaria que todos usufruíssem desta bonita praia, que até parece o Leblon”, estimulou o Chefe do Executivo ao público presente na inauguração das obras, num dia especialmente ensolarado. Contudo, o grande apelo de José Maria Neves foi no sentido de os mindelenses passarem a acreditar nos benefícios que o Cluster do Mar vai trazer para a ilha do Monte Cara, apesar de os sinais serem ainda ténues.
“O Cluster começa a estruturar-se. Quando a Frescomar cresce e aumenta a exportação de pescado transformado, quando surge uma fábrica de farinha de peixe e iniciativas no domínio do bunker; quando o Governo decide implantar a Escola do Mar no Mindelo, se inicia o processo de privatização das operações portuárias e dos estaleiros da Cabnave, tudo isso é o Cluster do Mar a estruturar-se”, elucida o “premier”, que apresentou dados que apontam para uma “retoma do emprego” em S. Vicente, ilha com a maior taxa de desemprego em Cabo Verde. Esses sintomas de retoma, segundo Neves, foram-lhe transmitidos pela Câmara de Comércio e por um bom número de empresas que visitou durante os dias que esteve na cidade do Mindelo acompanhado de todo o seu elenco governamental. E uma das unidades que apresentou “óptimas perpectivas” é a Frescomar, que pode aumentar as exportações e os postos de trabalho nos próximos tempos.
Foi uma mensagem de optimismo, “sem ressacas”, que José Maria Neves levou aos mindelenses neste 5 de Julho. E sublinhou isso na inauguração das obras do Acesso Norte ao Porto Grande. Numa tentativa de apaziguar a polémica em torno da celebração da Independência em S. Vicente, por causa dos custos que acarretou e o simbolismo político dessa medida, Neves esclareceu que o Governo quis com essa iniciativa descentralizadora homenagear Mindelo, cidade onde foi apresentado o 1º Governo e o primeiro programa de governação do país, no dia 7 de Julho de 1975. E Neves não se coibiu de lembrar aos incautos que S. Vicente chegou a ser palco central das comemorações do 5 de Julho nos primeiros anos pós-Independência.
“Estamos, portanto, apenas a retomar a tradição”, sublinha o primeiro-ministro, cujo Governo pretende continuar o caminho da descentralização das festas da Independência. Tanto assim é que vai apresentar uma proposta de Lei para que os actos centrais da Independência sejam realizados em todas as ilhas e na diáspora"
FONTE: JORNAL A SEMANA DE CABO VERDE.
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