sexta-feira, 6 de setembro de 2013

NHAMBARO E NIKETXE DANÇAS TRADICIONAIS DA PROVINCIA DA ZAMBEZIA MOÇAMBIQUE

NHAMBARO e Niketxe, duas danças tradicionais típicas da província da Zambézia, estão na corrida ao título de património mundial da humanidade.O director da Casa Provincial da Cultura da Zambézia, Simão Fernando, que revelou o facto há dias ao nosso Jornal, disse que as duas danças têm significado histórico-cultural pelo facto de terem sido usadas pelos seus executantes como instrumentos de luta de libertação nacional, no período colonial, e, actualmente, serem as que mais executantes jovens e multidões de admiradores atraem.Simão Fernando afirmou que, a nível da província da Zambézia, houve um trabalho profundo de pesquisa para se apurar o seu valor cultural e histórico e, neste momento, estão a ser criadas as condições e argumentos que justificam a razão delas serem apresentadas à UNESCO para serem consideradas patrimónios mundiais da Humanidade, a exemplo de Nhau e Timbila.A dança Nhambaro é executada, maioritariamente, por mulheres que ao ritmo que ecoa dos batuques vão mexendo os seus corpos compassando com o som. A inspiração, imaginação e criatividade no momento da execução dos passos é muito importante para as executantes. Praticada na baixa Zambézia, que compreende a cidade de Quelimane, Nicoadala, Namacurra e Inhassunge, a dança Nhambaro tem créditos firmados e já participa em quase todos os festivais nacionais de cultura.Enquanto isto, o Niketxe é uma dança tradicional originaria das etnias lomué e macua, mais precisamente, norte da Zambézia e nas províncias de Nampula e Niassa. No distrito de Namarrói, no extremo norte da Zambézia, o Niketxe tem a componente de cobras vivas e naturais que os executantes transportam durante a exibição daquela dança.As autoridades de Educação e Cultura e da Casa Provincial de Cultura têm vindo a promover intercâmbios culturais nos últimos tempos, visando a massificação das duas danças. A preocupação dos dois sectores tem a ver com o facto de os jovens não estarem a aderir a essa dança, apesar do seu significado político e cultural no processo de luta de libertação nacional.No contexto das iniciativas que visam tornar estas e outras danças tradicionais mais vivas na memória colectiva, Simão Fernando defende a realização de vários festivais distritais e provinciais para cimentar a ideia de que aqueles bailes tradicionais são património que deve ser valorizado, mas a falta de meio limita todo o trabalho.Há dias, a cidade de Guruè acolheu o festival provincial da dança Niketxe, que concentrou num mesmo local, mais de 350 artistas de quase todos os distritos da província da Zambézia. Grupos como, por exemplo, o Enrule (Alto-Molócuè), Muteme e Magar (Guruè), Niketxe de Socone (Ile), Sopa (Milange) e Pury (Gilé) não deixaram os seus créditos em mãos alheias, exibindo estonteantes passos ritmados para o gáudio dos espectadores.O festival, que decorreu sob o lema“De Niketxe para identidade da nossa moçambicanidade”, teve a presença de músicos modernos que tinham por missão explorarem os ritmos tradicionais, de modo que, nos seus próximos trabalhos discográficos, possam compor e gravar, incluindo o ritmo Niketxe.
JOCAS ACHAR" FONTE JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.

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