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Brasil apoia agricultura moçambicana
Actualizado em: 16.09.2013 18:12
O Brasil acaba de disponibilizar 98 milhões de dólares para mecanizar a agricultura em Moçambique, numa altura em que os críticos dizem que este sector sempre foi negligenciado pelos governantes. Este crédito não faz parte do polémico projecto Pro-Savana, em implementação no norte do país.
Trata-se de um crédito destinado a financiar a aquisição de equipamento agrícola, no âmbito da iniciativa “Programa Mais Alimentos”, destinado a incrementar a produçao e produtividade em Moçambique, e, por essa via, reduzir as importações de alimentos.
Estatísticas do Banco de Moçambique indicam que em 2012, Moçambique importou 18 milhões de dólares só em hortícolas, portanto, sem incluir outros produtos como cereais, que também consumiram valores astronómicos.
Moçambique consome anualmente cerca de 600 mil toneladas de arroz, mas produz pouco mais de 300 mil toneladas, sendo o défice coberto por importações.
Ao nível da região austral de África, Moçambique tem dos mais baixos índices de produção e produtividade, e o crédito brasileiro visa inverter esta situação, segundo a Presidente do Fundo de Desenvolvimento Agrário, Setina Titosse.
“Temos o “Programa Mais Alimentos, que é um crédito brasileiro para equipamento. São cerca de 98 milhões de dólares em equipamento agrícola. Para a implementação deste programa já temos instalados 19 centros de prestação de serviços, porque queremos mudar a estratégia de entregar tractores a cada agricultor, individualmente. Vamos colocar os centros de prestação de serviços á gestão privada”, disse.
Entretanto, o financiamento brasileiro, que é feito fora do polémico projecto Pro-Savana, suportado pelo Brasil e Japão, em curso ao longo do chamado Corredor de Nacala, surge numa altura em que os críticos dizem que a agricultura sempre foi negligenciada em Moçambique, sem políticas coerentes e consistentes.
A antiga Primeira-Ministra de Moçambique, Luísa Diogo, acaba de lançar um livro sobre os longos anos da sua governação e reconhece este facto.
“Foi sempre difícil a abordagem sobre a agricultura, exactamente porque ela cobre a população mais determinante do país”, afirmou Luísa Diogo.
Actualmente, cerca de 70 porcento dos moçambicanos vivem no campo, e destes, cerca de 80 porcento vivem de agricultura. Em termos de consumo dos moçambicanos, grande parte dos produtos vem da agricultura.
Segundo Luísa Diogo, abordar a questão da pobreza em Moçambique, é abordar a maioria dos moçambicanos. “Se nós falarmos do combate á pobreza só sob um número reduzido de moçambicanos que estão nas cidades, nunca conseguiremos resolver o problema da pobreza, porque estaremos a cobrir apenas 25 porcento da população. Então, fazer políticas, fazer estratégias para 70 porcento da população é muito sensível”, considerou.
Várias empresas, entre japonesas, brasileiras, líbias, chinesas e vietnamitas estão presentes em Moçambique em vários projectos de produção de cereais, esperando-se que a mesma ultrapasse as três milhões de toneladas nos próximos anos.
Ramos Miguel VOA-Maputo " FONTE: VOZ DA AMÉRICA.
Trata-se de um crédito destinado a financiar a aquisição de equipamento agrícola, no âmbito da iniciativa “Programa Mais Alimentos”, destinado a incrementar a produçao e produtividade em Moçambique, e, por essa via, reduzir as importações de alimentos.
Estatísticas do Banco de Moçambique indicam que em 2012, Moçambique importou 18 milhões de dólares só em hortícolas, portanto, sem incluir outros produtos como cereais, que também consumiram valores astronómicos.
Moçambique consome anualmente cerca de 600 mil toneladas de arroz, mas produz pouco mais de 300 mil toneladas, sendo o défice coberto por importações.
Ao nível da região austral de África, Moçambique tem dos mais baixos índices de produção e produtividade, e o crédito brasileiro visa inverter esta situação, segundo a Presidente do Fundo de Desenvolvimento Agrário, Setina Titosse.
“Temos o “Programa Mais Alimentos, que é um crédito brasileiro para equipamento. São cerca de 98 milhões de dólares em equipamento agrícola. Para a implementação deste programa já temos instalados 19 centros de prestação de serviços, porque queremos mudar a estratégia de entregar tractores a cada agricultor, individualmente. Vamos colocar os centros de prestação de serviços á gestão privada”, disse.
Entretanto, o financiamento brasileiro, que é feito fora do polémico projecto Pro-Savana, suportado pelo Brasil e Japão, em curso ao longo do chamado Corredor de Nacala, surge numa altura em que os críticos dizem que a agricultura sempre foi negligenciada em Moçambique, sem políticas coerentes e consistentes.
A antiga Primeira-Ministra de Moçambique, Luísa Diogo, acaba de lançar um livro sobre os longos anos da sua governação e reconhece este facto.
“Foi sempre difícil a abordagem sobre a agricultura, exactamente porque ela cobre a população mais determinante do país”, afirmou Luísa Diogo.
Actualmente, cerca de 70 porcento dos moçambicanos vivem no campo, e destes, cerca de 80 porcento vivem de agricultura. Em termos de consumo dos moçambicanos, grande parte dos produtos vem da agricultura.
Segundo Luísa Diogo, abordar a questão da pobreza em Moçambique, é abordar a maioria dos moçambicanos. “Se nós falarmos do combate á pobreza só sob um número reduzido de moçambicanos que estão nas cidades, nunca conseguiremos resolver o problema da pobreza, porque estaremos a cobrir apenas 25 porcento da população. Então, fazer políticas, fazer estratégias para 70 porcento da população é muito sensível”, considerou.
Várias empresas, entre japonesas, brasileiras, líbias, chinesas e vietnamitas estão presentes em Moçambique em vários projectos de produção de cereais, esperando-se que a mesma ultrapasse as três milhões de toneladas nos próximos anos.
Ramos Miguel VOA-Maputo " FONTE: VOZ DA AMÉRICA.
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