"CABO DELGADO: Espírito de empreendedorismo de uma antiga servente de hotel – segundo Susana Valente. É empresária na área de madeira, hoje com 30 trabalhadores, 23 no local de corte, seis no seu restaurante e um guarda. Chama-se Susana Valente, a servente que até ao ano 2000 trabalhava no Hotel Cabo Delgado, na cidade de Pemba, fazendo quase tudo, incluindo levantar jornais na nossa Delegação.Maputo, Sábado, 4 de Fevereiro de 2012:: Notícias . Tem 43 anos de idade e é natural de Montepuez, filha de professores e locutores de rádio (Valente Caílo e Maria Fernanda), já falecidos. Fez a escola primária e depois foi viver na casa de irmãs de caridade, da congregação diocesana “Filhas do Coração Imaculado de Maria”, para a formação religiosa, durante seis anos.“Era para ser irmã, mas não deu certo e de lá saí, já com a 9ª classe. Voltei a viver com os meus pais e depois me casei” – explica Susana Valente.O seu primeiro emprego viria a ser no Hotel Cabo Delgado, como empregada de mesa, posição que levou dois meses, depois do que, o gerente, o falecido Julião Fenias Boane, chamou-a para sua secretária, pois descobrira no currículo que Susana trazia um curso de informática.“Ocupando a posição de secretária, entretanto, eu fazia quase tudo, menos a cozinha. Fiz recepção, empregada de mesa, trabalhei na Barbatana, que era o nosso bar no interior do hotel e até vinha levantar jornais na vossa Delegação, porque nós éramos assinantes”, explica a empresária.Ainda em 2000 recebe uma proposta de trabalhar com uma empresa madeireira de cidadãos chineses, malaios e indonésios. Manifestou ao patronato a intenção de abandonar o hotel, mas houve muita resistência.“Mas o hotel não pagava conforme as minhas expectativas, eu queria ter casa, acabava de perder a minha mãe, então decidi ir-me embora e para isso foi só deixar as chaves do gabinete na recepção e avisar que estava a ir”, conta Susana Valente.Foi trabalhar para aquela empresa de asiáticos, “Madeiras Alman” sem sequer ter a ideia do que era uma empresa de exploração de madeira. Fica de novo secretária, mas assegura que foi fazendo tudo, porque o seu patrão tinha muitas limitações, decorrentes, sobretudo, do desconhecimento da língua portuguesa ou outras mais faladas em Pemba.“Por causa disso, eu consto dos que fizeram aquela empresa. O primeiro papel para o escritório foi comprado por mim. Mas, estando lá, senti que a madeira era um bom negócio e hoje posso confessar que comecei por ser furtiva, o que fiz durante dois anos”, penitencia-se, Susana Valente.O patrão da “Madeiras Alman”, segundo ela afirma, descobriu que Susana tinha alguma queda para o negócio de madeira e, tendo uma concessão em Mueda, onde tinha a obrigatoriedade de explorar em cada campanha, e porque não estava em condições de o fazer, foi-lhe dada a licença de exploração.“A condição era que a madeira que eu explorasse teria que vender, obrigatoriamente, à própria “Madeiras Alman”. Mas eu devia continuar a trabalhar no escritório, por isso, tendo o meu marido que se encontrava momentaneamente desempregado, pus-lhe no ‘barulho' ”, conta Susana.O resultado da exploração da madeira, nos moldes acordados com a empresa para a qual trabalhava, foi a compra de um camião, uma motosserra e um tractor, condições mínimas para avançar com um pedido independente para ter a sua própria licença, que a conseguiu há quatro anos e opera em Chai, área pertencente ao distrito central de Macomia.“Do ano passado para cá estou a batalhar para conseguir uma concessão, já meti os papéis no circuito burocrático, mas ainda não obtive resposta satisfatória. Porém, tenho a esperança de que esteja a andar”, diz confiante. Com o nome da sua empresa, S.V. (Susana Valente), em 2010 faz uma barraca de venda de produtos alimentares e, no ano seguinte, construiu um restaurante, no bairro de expansão, hoje procurado para servir refeições a grupos de trabalho, mais conhecido por “Vovó Bina”, em alusão ao facto de ali estacionarem machimbombos com este nome, pertença de amigos da família. PEDRO NACUO" Fonte Jornal NOTICIAS.
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um espirito de iniciativa e forca de vontade. isto E uma prova de que Mocambique pode desenvolver, e isso so dera possivel se nos proprios mocambicanos tivermos o mesmo espirito de susana valente (minha mae), nao digo isso por ela ser minha mae, mas sim como um cidadao qualquer que quer seguir em frente e confiante nas suas espectatiovas. tenho muito orgulho de ser filho seu folho e que Deus ilumine os seus passos. parabens Mae, voce merece...
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