sábado, 17 de abril de 2021

17 DE ABRIL DE 1969 GREVE NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA, GRANDE PASSO A CAMINHO DO REGIME DEMOCRATICO EM PORTUGAL A 25 DE ABRIL DE 1974.

EU ADERI AH GREVE DE COIMBRA COMO EH CONHECIDA, HAVIA UMA CERIMONIA QUE SERIA PRESIDIDA PELO ENTAO PRESIDENTE DA REPUBLICA PORTUGUESA ALMIRANTE AMERICO TOMAZ, A INAUGURACAO DO NOVO EDIFICIO DAS MATEMATICAS. NAO PERMITIRAM QUE O ENTAO PRESIDENTE DA ASSOCIACAO ACADEMICA DE COIMBRA, ALBERTO MARTINS FIZESSE O SEU DISCURSO. NOS MANIFESTAMOS O NOSSO REPUDIO POR TAL FACTO, ELE ALBERTO MARTINS ACABOU POR SER PRESO PELA POLICIA POLITICA PIDE. NESTA DATA PERCEBI E CONHECI AS NOTICIAS FALSAS. POSSIVELMENTE A PIDE FEZ CONSTAR QUE OS ESTUDANTES QUERIAM CUSPIR NA CARA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA OU TENTARAM MESMO, E QUE QUANDO ELE PISOU AS CAPAS ESTENDIDAS OS ESTUDANTES PUXARAM AS CAPAS E ELE CAIU. O FACTO EH QUE HOUVE MUITO BOA GENTE QUE ACREDITOU NESTAS HOJE DENOMINADAS "FAKE NEWS", IMAGINAM SE TAL FOSSE VERDADE O QUE NOS TERIA ACONTECIDO, NO MINIMO PRESOS, ESPANCADOS OU ATEH MORTOS, POIS ESTAVAMOS EM PLENO GOVERNO DE DITADURA. A GREVE DE COIMBRA ARRASTOU NOS PARA O CUMPRIMENTO DO REGIME MILITAR OBRIGATORIO, QUE POR ESTA OU AQUELA RAZAO, VEIO DAR OS SEUS FRUTOS DE REACCAO NA CIDADE DA BEIRA, PROVINCIA DE SOFALA, MOCAMBIQUE, A 17 DE JANEIRO DE 1974, QUE NOS CATAPULTOU PARA O 25 DE ABRIL DE 1974. A crise académica de 1969 começou quando não foi permitido aos estudantes o uso da palavra durante uma inauguração. À greve e à falta aos exames assumidos pelos estudantes respondeu o governo com a prisão e a mobilização para a guerra do ultramar. A crise começou no dia 17 de Abril de 1969. Os estudantes pretendiam intervir durante a inauguração do edifício das matemáticas e o presidente da Direção Geral da Associação Académica, Alberto Martins, pediu a palavra, mas foi impedido de o fazer. Os estudantes, que já estavam em protesto exigindo a reintegração de professores e a democratização do ensino superior, tomaram conta da sala onde decorria a inauguração. A crise agudiza-se nas horas e dias seguintes com a prisão de vários dirigentes académicos e a ocupação de Coimbra por forças militares e policiais. O Ministro da Educação e o reitor acabariam por se demitir, mas vários estudantes da academia seriam forçados a integrar as forças armadas, seguindo para a guerra do ultramar." FONTE: RTP "ESPECIAL COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL DE 1974 A greve estudantil que abalou a ditadura 25 ABRIL 2009 9:44 Rui Cardoso O incidente com Américo Tomás, no edifício das Matemáticas, em Coimbra, a 17 de Abril de 1969, foi o detonador de uma crise estudantil nunca vista que pôs em cheque o regime. Os quatro meses de greve aos exames são evocados numa exposição patente na Hemeroteca Municipal, em Lisboa, até 22 de Maio. Uma conferência realizada no contexto desta exposição evocou os pontos altos deste movimento contestatário. Entre 17 de Abril e 10 de Junho de 1969 a Academia de Coimbra paralisou. A greve aos exames foi ultra-maioritária, obrigando à realização de três épocas suplementares em Outubro. A cidade esteve em semi-estado de sítio, ocupada por forças da GNR e PSP, incluindo cavalaria, jipes anti-motim, pelotões de choque, etc. A isto responderam os estudantes com formas de luta nunca vistas: plenários com milhares de participantes, distribuições de flores à polícia, largada de balões com palavras de ordem, ida em massa à final da Taça, no Jamor, com o Benfica e uma guerrilha urbana 'soft', com calçadas ensebadas para evitar as cargas da cavalaria, armadilhas de pregos para furar os pneus dos jipes da GNR, etc. Foi um confronto com o fascismo no qual se formou toda uma geração de líderes políticos e intelectuais que no pós-25 de Abril viriam a ter papel destacado (Alberto Martins, Barros Moura, Celso Cruzeiro, António Marinho, entre muitos outros). E no qual a dinâmica colectiva gerou um movimento muito mais rico e criativo do que as vanguardas politizadas algumas vez teriam, por si sós, sido capazes de impulsionar. E que representou um salto histórico relativamente ao Luto Académico de 1962: basta olhar para as fotos dos dois eventos e ver as diferenças de postura dos participantes, com o fato e gravata a serem substituídos pelo traje informal, tanto nos oradores como nas assembleias. Estas foram algumas das ideias abordadas por Miguel Cardina, investigador universitário que se tem dedicado ao estudo do movimento estudantil coimbrão e que foi o orador principal de uma conferência, realizada no dia 23 na Hemeroteca Municipal de Lisboa, no quadro de uma exposição evocativa da crise de 1969 (ali patente até 22 de Maio). Como sublinhou o conferencista, a importância deste movimento fez com que, 40 anos depois, se gerasse "um consenso excessivo" à sua volta. Ao ponto de alguns dos rostos da direita estudantil da época, a começar por José Miguel Júdice, já terem aparecido em público a identificar-se, embora como perdedores, com "um movimento geracional de contestação". Também o ex-Procurador-Geral da República, José Souto Moura, em declarações públicas, admitiu que, embora tendo furado a greve aos exames, já se considerava, à época, um social-democrata à sueca, "equidistante, dos simpatizantes do regime e dos maoístas" (que, na verdade, só teriam expressão pública em Coimbra a partir de 1971). Ora, como sublinhou Cardina, "as clivagens políticas da altura eram profundas e não desapareceram". A exposição patente na Hemeroteca mostra documentos curiosos, a começar por um conjunto de fotografias, relativamente conhecido, e que mostra a ocupação policial da cidade, das Escadarias Monumentais à Baixa. É o caso de abundantes panfletos estudantis ou das cartas enviadas pela Reitoria para casa dos estudantes e que serviam de salvo-conduto aos fura-greves para passar as barreiras policiais. Ou de dois excertos do "Diário de Coimbra" onde, em floreada prosa coimbrã que iludiu a censura, se descrevia, nas entrelinhas, a Operação Balão ou a ida em massa à final da Taça de Portugal. Este jogo, por si só foi um acontecimento. Como recordou, no final da conferência, uma das participantes na ida ao Jamor, "foi a única vez na minha vida em que torci para o Benfica perder". Mas a grande imagem desse jogo, aliás captada fotograficamente pelo engº José Veloso, então vice-presidente da Secção Fotográfica da Associação, fala por si: a frente da tribuna de honra deserta, com os cadeirões de Américo Tomás e outros dignitários do regime ostensivamente vazios, para os poupar à humilhação de nova vaia monumental. FONTE: JORNAL EXPRESSO.

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