terça-feira, 5 de julho de 2016

RÁDIO MOÇAMBIQUE PARTICIPA EM AVEIRO, PORTUGAL DE 7 A 9 DE JULHO NO CONGRESSO DE ARQUIVOS SOBRE DISCOS DE 78 RPM

RÁDIO MOÇAMBIQUE PARTICIPA EM PORTUGAL NO CONGRESSO DE ARQUIVOS SOBRE DISCOS DE 78 RPM

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Rádio Moçambique participa em Portugal no Congresso de arquivos sobre discos de 78 rpm
A Rádio Moçambique participa de 7 a 9 de Julho próximo em Aveiro, Portugal, no Congresso de Arquivos sobre Discos de 78 rpm.

Durante o evento, a RM vai apresentar um diagnóstico do seu histórico arquivo sonoro com enfoque na preservação e conversão dos discos de 78 rpm.
Espera-se igualmente que as contribuições dos congressistas possam ajudar a traçar estratégias eficazes para a preservação e conversão desta herança, que remonta desde a época colonial.

Para se falar sobre a criação do arquivo sonoro da Rádio Moçambique, é necessário recuar no tempo, a partir da primeira emissão de Rádio em Moçambique, transmitida no dia 18 de Março de 1933, por iniciativa de um grupo de entusiastas.
Funcionando em pequenos períodos de emissão e por decisão do Governo da época, esta Estação Emissora foi designada de Grémio dos Radiófilos da Colónia de Moçambique.
Na altura, o GRCM não tinha fins lucrativos, sobrevivia graças as cotas dos sócios e as emissões eram alimentadas por discos de gramofone, cedidos pelas firmas Silva & Ferreira, A.W. Bayly & Co. e Minerva Central, representantes das marcas Columbia, His Master’s Voice, Regal e Polydor.
Com o aumento de línguas, Francês, Inglês e Afrikaans, e para dar uma maior profissionalização, em 1940, a Discoteca saiu da área dos serviços artísticos e passou para os serviços de Produção.
Dados estatísticos de 1943, apontavam para a existência de 8.559 discos, sendo 1.722 de portugueses e os restantes em outras línguas.

Seis anos depois, em 1949 a discoteca tinha, aproximadamente, 21.600 discos, agrupados por géneros: ópera, opereta, revista, sinfónica, concerto, de câmara, ligeira, solo, selecção, de dança, etc. O registo era feito nos “livros índices”, por nomes de autores e de intérpretes.
Com a independência de Moçambique, em 1975, adoptou-se um novo critério musical, priorizando as temáticas moçambicanas, com o foco na revolução e com o objectivo de descolonizar as mentes.
Se até então, os discos de 78rpm tinham sido substituídos pelos de outras rotações, estes também foram trocados por cassetes e, mais tarde, por CDs.
Do espólio colonial que sobreviveu ao saque e as outras intempéries, somente foram identificados 30 discos da autoria de moçambicanos, oriundos do Sul do Save, que trabalhavam nas minas de ouro, como é o caso de Alexandre Jafete, Ben Massinga, Francisco Balói, Alfiado Vilanculos, Moniz Nothiço, Francisco Mahecuane e, sobretudo, Fani Pfumo.
A pertinência de uma legislação sobre a preservação dos arquivos sonoros, atira para as costas da Rádio Moçambique uma grande responsabilidade, pois, é ela é guardiã de cerca de 21.000 discos, que permanecem armazenados em estantes metálicas, ao lado dos “livros índice”, pois os ficheiros “Kardex” passaram para os discos de 45 e 33 rpm.
Os discos, apesar de frágeis, encontram-se em perfeito estado de conservação, arquivados na vertical e para maior protecção, dentro de capas de papel. (RM)"
FONTE: RÁDIO MOÇAMBIQUE.

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