sexta-feira, 1 de julho de 2016

INVESTIMENTO PORTUGUÊS EM MOÇAMBIQUE HOMENAGEADO NO ÂMBITO DA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL MOZEFO EM CASCAIS, PORTUGAL

Mozefo premeia cinco empresas e empreendedores portugueses que fazem diferença em Moçambique

No jantar de gala que contou com a presença do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa
A primeira conferência internacional Mozefo, que serviu, igualmente, de lançamento da segunda edição do fórum, culminou, ontem, com a realização de um jantar de gala que contou com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e do antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, e várias outras entidades que representam os dois países.
Durante o evento, foram homenageadas cinco entidades que simbolizam o investimento português em Moçambique. Trata-se do Grupo Visabeira, que opera no mercado moçambicano desde os anos 90; Grupo João Fereira dos Santos, em Moçambique há 119 anos; Millennium BCP, accionista maioritário do Millennium bim, a operar em Moçambique há 21 anos; os empresários Adolfo Correia, da Tropigália; e José Alexandre Ascensão, da Servitrade. Foram ainda condecoradas empresas e instituições que apoiaram a realização da conferência, nomeadamente, Câmara Municipal de Cascais, Câmara de Comércio e Indústria de Portugal, Mota-Engil e empresa CTT.
No seu discurso, o presidente do Conselho de Administração do grupo Soico homenageou a embaixadora de Moçambique em Portugal, Fernanda Lichale, e o embaixador de Portugal em Moçambique, José Augusto Duarte - que entretanto cessou funções, para assumir o cargo de assessor diplomático do presidente de Portugal - pelo empenho na promoção e apoio dos empresários portugueses e moçambicanos.
Daniel David também enalteceu o encorajamento do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de se levar o fórum Mozefo a Portugal, por isso, anunciou que, próximo ano, o grupo Soico planeia levar um evento da cultura moçambicana a Portugal.
No jantar, discursou também o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, que falou da importância da aproximação entre Moçambique e Portugal. Enalteceu o papel das empresas portuguesas que não abandonaram o país logo após a independência, tal é o caso do Grupo João Ferreira dos Santos, a Entreposto Comercial e outras, assim como cidadãos singulares portugueses que se dispuseram a ajudar Moçambique recém-independente. E disse que é esse o espírito que deve nortear, hoje, as relações entre os dois países.
Referiu que eventos como Mozefo servem para aprofundar o conhecimento mútuo, porque só através do conhecimento é que se pode gerar confiança, condição primordial para o investimento. Chissano disse que os moçambicanos não têm medo de os portugueses voltarem a investir em Moçambique, porque têm plena certeza de que a mentalidade dos portugueses de hoje não é feita de pessoas que têm pretensões colonialistas ou neocolonialistas, mas de empresários que querem, de igual para igual com os moçambicanos, firmar parcerias que podem gerar ganhos para ambos.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi o último a discursar. Começou por elogiar o antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, por ter feito muito durante a sua magistratura pelas relações entre Moçambique e Portugal. Como exemplo, recordou o facto de quase todas as cinco empresas homenageadas terem sido estabelecidas em Moçambique durante a presidência de Joaquim Chissano, o que mostra o quão acarinhou o investimento português no país. Mas também disse que as relações com o actual presidente, Filipe Nyusi, seguem pelo mesmo caminho.
Marcelo Rebelo de Sousa contou aos presentes que, no dia do jogo entre Croácia e Portugal, quase no fim da partida, recebeu uma chamada de Filipe Nyusi a querer saber do resultado do jogo. “Ligou e disse ‘não estou em Maputo, mas estou aqui com um grupo a sofrer. Mas quanto tempo falta para acabar o jogo? É que nós temos que ganhar, nós estamos aqui a sofrer, acha que é possível perdermos o jogo?’. Naquele momento, o telefonema que recebemos com mais afecto não foi dos outros chefes de Estado (...) o mais intenso e afectivo foi do presidente moçambicano, que era natural e espontâneo”, disse, para exemplificar o quão são afectivas as relações entre os dois países."
FONTE: JORNAL O PAIS DE MOÇAMBIQUE.

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