sexta-feira, 19 de junho de 2015

PAZ PARA MOÇAMBIQUE, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE FILIPE JACINTO NYUSI, EM REUNIÃO COM ACADÉMICOS PEDIU-LHES SUGESTÕES PARA GARANTIR A MANUTENÇÃO DA PAZ EFECTIVA NO PAÍS

"Nyusi pede ajuda à academia para paz efectiva em Moçambique

Montepuez, 18 Jun. (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, reuniu-se hoje com a comunidade académica, incluindo docentes, estudantes e corpo técnico administrativo, da Universidade Pedagógica, delegação de Montepuez, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, a quem pediu sugestões para garantir a manutenção de uma paz efectiva no país.
Para o efeito, convidou os participantes a contribuírem com propostas conducentes a estimular a paz e uma melhor convivência entre os moçambicanos.
O Presidente da República também aproveitou a oportunidade para convidar os presentes para fazerem o mesmo com relação ao ensino em Moçambique que, nos últimos tempos, tem sido alvo de fortes críticas por causa da sua questionável qualidade.
Segundo Nyusi, esta iniciativa surge no âmbito do princípio de governação inclusiva e participativa do seu Executivo.
“Quero libertar-vos da lamentação, do murmúrio, da suposição para que sejam vocês próprios a dizer o que devemos fazer para que possamos viver em paz. Vocês fazem parte de uma classe com capacidade de avaliar o que deve ser efeito e de uma forma sustentável”, disse Nyusi, dirigindo-se a comunidade académica daquela instituição do ensino superior.
Aliás, numa mensagem dirigida ao estadista moçambicano, que hoje completa o segundo dia de uma visita presidencial a Cabo Delgado, os residentes de Montepuez fizeram questão de frisar que “não queremos mais regressar a guerra, porque só traz pobreza e dor nas famílias”.
Assim, acedendo ao convite do estadista moçambicano, Erasmo Elias, estudante do quarto ano do curso de Psicologia Educacional sugeriu que o governo deveria prestar uma maior atenção às comunidades que votaram a favor da Frelimo e seu candidato presidencial.
Sustenta ainda que uma das formas de garantir a paz “é necessário que a paz esteja comigo mesmo e depois esteja com o meu próximo, com a minha família e com toda a comunidade”.
“Enquanto eu não tiver condições básicas de vida, estarei em paz”, acrescentou, citando como exemplo a necessidade de cobrir as casas das pessoas mais carentes para que se possam abrigar da chuva, em caso de tempestade.
Mencionou ainda a necessidade de se criarem condições para os projectos juvenis.
João Maurício, do Departamento de Ciências de Educação e Psicologia disse que urge procurar novas técnicas, como forma de melhorar a produtividade do diálogo entre as delegações do Governo e da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, que se arrasta há mais de dois anos no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.
Sobre a qualidade de ensino, Maurício disse que o problema surge na base, ou seja no ensino primário, que é a principal fonte de “matéria-prima”.
Por isso, disse Maurício, o esforço do Governo deveria ser no sentido de procurar introduzir reformas no ensino primário.
“O que temos visto é que as vezes chegam estudantes com dificuldades de leitura e escrita”, explicando de seguida que não cabe ao ensino superior suprir esse défice.
Silvestre Jafar, do Departamento de Ciências Filosóficas, defende que para que a paz seja efectiva é necessário envolver todos os actores e estratos, incluindo aqueles considerados de “inimigos”.
“A paz não é só ao nível do governo, mas também ao nível de todo aquele que é cidadão moçambicano. A paz tem que estar comigo mesmo. Eu tenho que ser paz, o outro também deve ser paz. Todos devem ser paz. A paz não deve ser apenas de um grupo. Isso significa que se deve pensar cada vez mais na questão de um diálogo permanente. Tem que ser um diálogo que traga resultados aí nós iremos promover uma paz efectiva”, rematou.
Comentando sobre as contribuições dos intervenientes, Nyusi fez questão de recordar aos presentes que seus discursos gravitam sempre em torno da paz.
Aproveitou a ocasião para explicar melhor uma das suas frases, e que se tornou muito popular e que diz “no meu coração cabem todos os moçambicanos”.
Com isso, explicou Nyusi, “quero dizer que todas as preocupações deles (de outros partidos) devem ser resolvidas. Significa que todos os pensamentos encontram lugar para nós podermos discutir aspectos diferentes da vida”.
No fim da manhã de hoje, Nyusi dirigiu um comício no âmbito da visita presidencial àquele distrito, durante o qual um cidadão manifestou a sua apreensão com a presença dos homens armados da Renamo em território nacional.
O estadista moçambicano explicou que o governo continua a aguardar pela lista das pessoas da Renamo que deverão integrar nas Forças de Defesa e Segurança, incluindo Polícia da República de Moçambique (PRM) e Forças Armadas.
Contudo, advertiu que se forem idosos os mesmos não poderão ser integrados, por exemplo na PRM, por causa da sua incapacidade física. Mas serão, seguramente, reintegrados para que possam receber as suas respectivas pensões.
Por isso, numa clara alusão ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, o Presidente moçambicano disse aos presentes, “como … costumam vir aqui (membros da Renamo e seu
líder), e até reúnem com algumas pessoas, então quando vierem peçam a eles para me entregarem a lista.
Explicou que os homens armados da Renamo não deveriam passar o resto de suas vidas no mato porque também têm o dever de tomar conta de suas famílias e seus filhos, bem como fazer as suas actividades económicas.
“Basta nos darem a lista depois vamos que vamos ajudá-los. Essa é nossa obrigação, sou Presidente de todo os moçambicano.
Ainda na tarde de hoje Nyusi orientou uma sessão extraordinária do governo distrital alargada a outros quadros e reuniu-se com os membros das Associações de Mineração Artesanal.
Na sexta-feira o estadista moçambicano escala o distrito de Chiúre."
FONTE: PORTAL DO GOVERNO DE MOÇAMBIQUUE.

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