A ESTRADA Nacional número Seis (EN6), que liga a cidade portuária da Beira à vila fronteiriça de Machipanda, junto à fronteira com o Zimbabwe, numa extensão de 288 quilómetros, já está em reabilitação, um trabalho que se vai prolongar por 36 meses e orçado em 410 milhões de dólares financiados pelo Governo de Moçambique e pelo Exim-Bank, da China.
O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Bonete, testemunhou ontem o facto visitando as obras de construção da segunda ponte sobre o rio Púnguè, com uma extensão total de 300 metros, entre os distritos do Dondo e Nhamatanda.
O governante confirmou também que o empreiteiro chinês, denominado Afek, já está a mobilizar equipamento pesado que, gradualmente, vai sendo posicionado ao longo do traçado da via que se apresenta com algumas secções bastante críticas.
Na ocasião, Carlos Bonete defendeu a necessidade de se acautelar a defesa de infra-estruturas e o reassentamento das comunidades em consequência do alargamento da estrada. O projecto consiste, igualmente, na abertura de seis postos policiais, uma báscula para o controlo de carga nos dois sentidos sem interferência do tráfego e 50 pares de paragens com sombreiras impermeáveis para os passageiros.
Por outro lado, o projecto em questão vai afectar, nas províncias de Sofala e Manica, cerca de 800 famílias, casas e infra-estruturas de comércio, uma conduta adutora de águas em 3539 metros, a fibra óptica das TDM em 39.469 metros, cabos eléctricos da EDM em 38.525 metros, o pipeline de bombagem de combustível Moçambique-Zimbabwe em 5651 metros, entre outros.
O empreiteiro indicou como desafios locais o reassentamento dos afectados e as pedreiras por estarem concessionadas a privados. Outro desafio está ligado à exiguidade de fundos para reassentar toda a zona de reserva da estrada e a necessidade da colaboração dos Governos locais na protecção das zonas de reserva da estrada.
Serão construídas três portagens em Manica, Inchope e Beira, um cruzamento desnivelado no Inchope, reabilitados 1652 metros de pontes em diversos pontos da rodovia, sete aquedutos, além do alargamento da via que passará a ter duas faixas entre Machipanda e Inhamízua e quatro de Inhamízua à cidade da Beira.
O projecto está dividido em secções, sendo a primeira de 2189 quilómetros, a segunda de 13 quilómetros, a terceira de 47 e a última de oito metros. A estrada, que regista um tráfego médio diário acima de três mil veículos automóveis ligeiros e pesados, também vai beneficiar outros países do hinterland que se servem do Porto da Beira nas suas importações e exportações como o Zimbabwe, Malawi, Zâmbia, Botswana e a RDCongo.
HORÁCIO JOÃO
MELHORA O SANEAMENTO
O MINISTRO das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Bonete, considerou quarta-feira na Beira que o sistema de drenagem e de esgotos desta urbe está a melhorar significativamente como resultado dos investimentos feitos pelo Governo e parceiros de cooperação internacional na execução de obras de grande vulto, algumas das quais vão ser executadas ainda ao longo do presente ano.
Carlos Bonete iniciou quarta-feira uma visita à província de Sofala e escalou algumas dessas empreitadas. Porém, o governante apontou que no final das obras o desafio que fica para os beirenses será a manutenção para garantir a sua sustentabilidade. As obras de reabilitação do canal do Chiveve previstas para um período de 16 meses vão permitir uma cada vez maior evacuação das águas pluviais.
Encerrado há cerca de 30 anos, o canal do Chiveve funcionou em tempos idos como um meio de drenagem das águas pluviais da zona baixa da Beira, devendo, no final das obras em curso iniciadas em 31 de Março passado, permitir a sua reabertura ao mar, ligando-se ao porto depesca que vai igualmente beneficiar de dragagem.
Tecnicamente, segundo o coordenador do projecto da cidade e mudanças climáticas de Administração de Infra-estruturas de Água e Saneamento (AIAS) nas Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, o engenheiro Paulo Óscar, será aumentada a capacidade de encaixe das bacias de drenagem do Chiveve de forma a melhorar o controlo das inundações, cujas obras começam junto ao Clube do Golfo com uma extensão de 3,2 quilómetros com a reperfuração do canal para funcionar correctamente.
Actualmente, o canal do Chiveve tem uma capacidade de encaixe de cerca de 100 mil metros cúbicos de água, devendo no final das obras passar para 257 mil. Em finais de Julho e princípios de Agosto arranca um outro projecto de reabilitação dos canais de drenagem em céu aberto de toda a cidade da Beira num percurso de 9,7 quilómetros.
O projecto de infra-estruturas de lazer a ser erguido nas áreas adjacentes vai comportar ainda o aumento das estradas, pontes, comportas nas saídas até ao desaguadouro das Palmeiras e construção de uma bacia na Maraza, numa área de 34 hectares."
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.
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