Marromeu, 29 de Novembro de 2008, população de Marromeu no momento da chegada do comboio pssados que foram quase trinta anos, tive o grato prazer de acompanhar esta viagem inesquecivel do Dondo a Marromeu. AFINAL, HOJE É UMA NECESSIDADE DIÁRIA.FOTO DA MINHA AUTORIA.
"Marromeu clama por comboio diário
QUANDO a 29 de Novembro de 2008, o comboio de passageiros voltou a apitar na estação central dos Caminhos-de-Ferro da vila de Marromeu, norte de Sofala, milhares de pessoas ficaram satisfeitas, pois era o regresso de uma vida melhor no tocante ao transporte de passageiros e bens na região. Chegavam assim ao fim os 25 anos de verdadeiro martírio, em que ficou paralisada a actividade ferroviária entre a cidade da Beira e aquela vila açucareira, na sequência da guerra que afectou, e de forma profunda, este sector de economia e particularmente a ligação entre a capital provincial e a vila carbonífera de Moatize, em Tete. Se no passado, o problema era falta de comboio, hoje, os utentes daquele meio clamam pelo aumento da frequência das viagens.Maputo, Quinta-Feira, 16 de Setembro de 2010:: Notícias Fora os fins-de-semana em que há comboio ligando Beira e Marromeu, os utentes daquele meio passam por situações difíceis, uma vez que não há transporte semicolectivo de passageiros - os “chapa” - naquele trajecto devido ao mau estado da principal rodovia, que é de terra batida. Como alternativa, as pessoas viajam nas carrinhas, camionetas ou em camiões para fazer os poucos mais de 300 quilómetros de estrada. O sacrifício é maior ainda, uma vez que os passageiros acotovelam-se nos mesmos espaços com animais como galinhas, patos e outros de pequeno porte. Mas se no passado o problema era o de não circular o comboio de passageiros e mercadorias, hoje é outro: as carruagens não são suficientes para tanta procura, o que faz com que se viaje “’ensardinhado” tanto no sentido ascendente como descendente. Como constatámos, devido à exiguidade de carruagens, as pessoas viajam até nas casas de banho da locomotiva.Pessoas entrevistadas pela nossa Reportagem levantam problemas, mas também apresentam algumas sugestões. Uma das saídas é que ao invés de o comboio circular apenas uma vez por semana, saindo sábado da cidade da Beira para Marromeu, regressando à capital provincial no domingo, a ligação deveria ser feita diariamente ou em dias alternados, o que poderia garantir uma maior comodidade aos passageiros.UMA MAIS-VALIA Maputo, Quinta-Feira, 16 de Setembro de 2010:: Notícias Os agentes económicos baseados na vila municipal de Marromeu mostram-se, no entanto, satisfeitos com a reintroduzição do comboio de passageiros e carga e fazem uma avaliação positiva dos cerca de dois anos do seu funcionamento. Porém, pedem que a direcção da empresa Caminhos- de-Ferro da Beira (CFB) estude o mais rapidamente possível a possibilidade de pôr o comboio a circular diariamente.Daniz Mahomed, um dos moradores da vila municipal de Marromeu, disse que se sente “bastante satisfeito’’ porque o comboio tem facilitado o transporte de mercadorias da Beira para Marromeu. Reconhece que o aumento dos preços de produtos tem a ver com a conjuntura, mas o seu transporte já é mais barato, contrariamente ao que se verificava antes quando se utilizava o transporte rodoviário.“Estamos satisfeitos com a chegada de comboio porque, como se sabe, o transporte ferroviário é o mais barato a nível mundial e o nosso caso não é excepção. Representa uma mais-valia para a população e para os agentes económicos. Alugávamos camiões da Beira para Marromeu e agora não precisamos de fazer isso, embora tenhamos alguns custos adicionais para o seu transporte da estação para os armazéns ou lojas”, apontou.Também Ema Manuel Ngano, um outro habitante de Marromoeu, secundou as palavras de Daniz Mahomed. Ela sente que o impacto da retomada do comboio é bastante grande tanto para os comerciantes como para os próprios residentes.“Repare que antes da reintrodução do comboio, as pessoas passavam muito mal para viajar, para além dos comerciantes que se viam obrigados a alugar camiões para o transporte das suas mercadorias, o que acarretava custos elevadíssimos. Agora a situação melhorou tanto para as populações como para os agentes económicos, embora persistam ainda dificuldades no transporte de passageiros porque o comboio só circula uma vez por semana’’, referiu.Para Paulo Jussa Gani, igualmente a residir na vila açucareira de Marromeu, actualmente regista-se uma grande diferença na vida dos residentes daquela região, sobretudo no tocante ao transporte de passageiros e mercadorias.“O comboio trouxe melhorias, pois os passageiros viajam em segurança e sem o risco de apanhar poeira e muito menos chuva como acontece quando se viajava nas carrinhas ou camiões. Também os comerciantes transportam de forma segura os seus produtos, contrariamente ao transporte rodoviário, sobretudo porque a via não se apresenta em melhores condições de transitabilidade, o que muitas vezes provocava quebras no negócio’’- disse.O mesmo sentimento foi manifestado por Cassimo Mahomed o qual, à semelhança de outros entrevistados, lamentou o reduzido número de dias de circulação de comboio para além das carruagens que são poucas.“Desde que o comboio retomou nunca tivemos problemas a não ser um e outro atraso na hora de partida, sobretudo da Beira para Marromeu. Apesar de haver vagões que deixam entrar água quando chove, neste momento o transporte de mercadoria está a ser feito de maneira segura contrariamente ao passado, quando utilizávamos camiões, o mesmo se passando em relação aos passageiros, pois nos dias em que não há comboio as pessoas passam por um sofrimento, viajando empoleiradas em camiões com todos riscos possíveis”, referiu. Tomé José ALÍVIO PARA TODOS Maputo, Quinta-Feira, 16 de Setembro de 2010:: Notícias O Governo Distrital de Marromeu considera que a reintrodução de comboio de passageiros e carga para o distrito produziu um grande impacto socioeconómico na região. O administrador do distrito Tomé José afirma que para além de ser um transporte com capacidade para levar muita gente de uma só vez, o comboio transporta também muita mercadoria e isso diminui custos, particularmente da Beira para Marromeu.‘‘A circulação de comboio veio aliviar a situação no que ao transporte diz respeito e representa um grande ganho, tanto para o Governo como para as comunidades, considerando que temos estado a enfrentar problemas para a movimentação de passageiros e de carga devido a não circulação de autocarros ou mini-“bus”, sobretudo por causa da nossa principal via (rodoviária)”, destacou.Para além disso, acrescentou, o comboio também passa por regiões onde não existe nenhuma estrada, daí que serve de meio de transporte para a população dessas áreas, muitas delas ricas sob ponto de vista agrícola servindo-se, então, daquele para efectuarem as trocas comerciais com outras comunidades.“Temos povoações ao longo da linha férrea que não se servem da estrada e a circulação do comboio veio dinamizar as suas actividades e contribuir para o seu bem-estar. Para além disso, também encurtou a distância, pois a população percorria longas caminhadas para alcançar um ponto estratégico para fazer trocas comerciais ou mesmo visitar familiares”, destacou.Disse que em muitos encontros que vem orientando nas comunidades sempre são apresentados pedidos da população no sentido de interceder junto da CFB de modo a aumentar, não só as carruagens, como também passar circular diariamente.“Se o comboio circulasse diariamente não teríamos muitas lamentações sobre o estado deplorável da nossa via de acesso, embora ela constitua preocupação porque, à semelhança da linha férrea, funciona como catalisador para a circulação de pessoas e bens de e para Marromeu”, afirmou.O administrador de Marromeu entende igualmente que o melhoramento da estrada que liga a capital provincial àquela vila poderia trazer também o fluxo de transporte rodoviário, incluindo transporte de passageiros através de mini-“bus” ou mesmo autocarros. António Janeiro" Fonte Jornal NOTICIAS.
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