domingo, 5 de fevereiro de 2023
MARI ALKATIRI SECRETARIO GERAL DA FRETILIN MAIOR PARTIDO DE TIMOR LESTE REUNIU EM CONFERENCIA E TECEU CONSIDERACOES
05-02-2023 13:22
Conferência da Fretilin reafirma organização e a sua liderança – secretário-geral
Conferência da Fretilin reafirma organização e a sua liderança – secretário-geral
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Díli, 05 fev 2023 (Lusa) – A 5.ª Conferência Nacional da Fretilin, maior força política no parlamento timorense, serviu para reafirmar a organização e a sua liderança e pensar o programa para as próximas legislativas, disse à Lusa o secretário-geral do partido.
“A maioria absolutíssima da conferência foi completamente direcionada para a afirmação da Fretilin como organização e da sua liderança”, disse Mari Alkatiri, em declarações à Lusa.
“Fiz uma abordagem muito sucinta do que vamos fazer em termos de campanha. Vai ser diferente. Tenho andado a descer às bases e quero simplesmente voltar e perguntar: o que é que vocês querem e não têm”, afirmou.
A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), atualmente o maior partido dos três que integram o Governo, vai ainda dar conta do que considera serem alguns dos sucessos da governação, com destaque para o programa de construção de casas.
“Este Governo, que é muito criticado pelos nossos adversários, no fim do mandato vai apresentar um resultado de 9.800 casas construídas para a população e da distribuição de quase 10 mil kits de materiais de construção para outras famílias”, exemplificou.
Caberá agora à Comissão Política Nacional do partido a “apreciação e aprovação do compromisso eleitoral da Fretilin para as eleições parlamentares de 2023”, como define uma das resoluções aprovadas este fim de semana.
Grande parte do debate, explicou Mari Alkatiri, centrou-se no novo órgão criado no partido, a “troica de liderança”, conceito que, por ser “uma inovação”, o secretário-geral diz ter “explicado bem” aos participantes.
A Troica de Liderança” é formada por Francisco Guterres Lú-Olo, presidente da Fretilin, por Alkatiri e pelo ex-comandante das forças armadas Lere Anan Timur, todos com a posição de “copresidente”.
A criação da troika, aprovada no congresso do partido em 2022, é vista dentro da Fretilin como uma forma de “reabilitar politicamente” Lere Anan Timur, reintegrando-o no partido, de onde esteve afastado devido às funções militares.
Lere Anan Timur apresentou-se como rival de Lú-Olo nas presidenciais do ano passado, levando a grandes debates internos sobre a futura liderança da Fretilin.
“A troika foi bem explicada. Esta é uma liderança, de momento, tendo em consideração os antecedentes históricos de cada um dos seus membros. Mas fui claro: se algum de nós desaparecer, física e biologicamente, a troika acaba”, explicou.
“A troika existe enquanto existirem estes três elementos, com todo o seu percurso desde 1974, 1975. É irrepetível no futuro da Fretilin. Como há inovação, criatividade, nesta solução, nem sempre é logo entendida”, referiu.
Uma das questões imediatas tem a ver com o facto de Lú-Olo e Alkatiri terem competências próprias, devido à sua função na estrutura do partido, o que não ocorre no caso de Lere Anan Timur.
“Lere está habituado à vida militar, em que só existem funções se houver competências. Eu nunca fui militar. Mas ele próprio já definiu claramente que veio para ter um valor acrescentado para a Fretilin”, afirmou.
“Naturalmente, o aparecimento do Lere permitiu algum oportunismo político de algumas pessoas que se aproximaram dele para o tentar usar para se afirmarem dentro da Fretilin. A verdade é que nem assim o conseguiram. Mesmo assim sou de opinião que o Lere é o que é, ele próprio, pelo seu roteiro de militância desde 1974 até hoje”, afirmou.
Alkatiri considera que Lere Anan Timur pode ser “um reforço, mas depende naturalmente de ele se enquadrar na solução”, já que a Fretilin “existe como uma organização coesa”, capaz de resistir, durante todos estes anos “a muitas investidas”.
“O mais importante é que a troika existe porque há três figuras dentro da Fretilin com o passado e o presente que têm. O mais importante disso tudo é enquadrar-se nisso e cumprir o programa da Fretilin, não o de cada um”, disse.
Além dos estatutos revistos, que vão ser agora publicados no Jornal da República, a conferência aprovou ainda algumas resoluções incluindo “delegar ao Comité Central da Fretilin a revisão e aprovação do manual e programa político”.
À liderança do partido foi delegada a responsabilidade de “negociar e subscrever formas de aliança prévias ou posteriores” às legislativas.
Neste âmbito, Mari Alkatiri disse que os atuais parceiros da Fretilin no Governo – o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) – já “facilitaram as coisas”.
“Disseram que não queriam coligação pré-eleitoral e essa também é a nossa preferência. Nós vamos querer manter a plataforma de entendimento, mas dentro de um novo contexto, de eleições e de resultados das eleições”, disse.
“Um compromisso pré-eleitoral em que os resultados de cada um determinam a aliança”, disse, sublinhando outras pré-condições como limite de um Governo de 35 membros e de representação proporcional, relativamente às cadeiras no parlamento, no que toca ao total de pastas por partido.
Finalmente, o partido aprovou ainda um voto de reconhecimento e congratulação às várias “organizações de base” do partido, incluindo profissionais, jovens, estudantes, ativistas e várias brigadas.
ASP // VM
Lusa/Fim
FONTE LUSA
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