A iniciativa do sector privado de importar dois milhões de toneladas de milho para consumo humano e animal até Junho do próximo ano mereceu a devida resposta das autoridades ferro-portuárias moçambicanas garantindo um tempo de espera de dez dias e as tarifas mais baixas para os cereais destinada ao Zimbabwe.
Este desenvolvimento irá garantir uma melhor disponibilidade do produto no mercado e a estabilização dos preços, numa altura em que os homens de negócios se mostram satisfeitos depois de sucessivas reuniões com os Caminhos de Ferro do Zimbabwe(NRZ) e de Moçambique(CFM).
Zimbabwe figura no topo da lista na África Austral em termos de utilização do Porto de Maputo para importação do milho e do trigo numa iniciativa do sector privado para ajudar o governo a aliviar a fome causada pela seca.
"Tivemos uma reunião com as duas companhias ferroviárias para negociar e concluir o plano de logística para a movimentação de dois milhões de toneladas de milho a partir de agora ate Junho de 2017. Este é um dos maiores negócios de sempre do ponto de vista logístico"- disse Tafadzwa Musarara, presidente da Associação da indústria de moagem.
Além dos operadores da indústria de moagem, a reunião juntou funcionários dos NRZ e dos CFM, e serviu para auscultar as partes interessadas das principais empresas de logística.
"Nós trouxemos todas as principais empresas de logística que precisamos a partir de agora até Junho de 2017. Estamos prontos como o sector privado para fornecer o produto tanto para o gado e para o consumo humano. Os recursos estão disponíveis "- disse Musarara.
Algumas das conclusões que saíram da reunião incluem uma garantia dada pelos moçambicanos para a introdução de tarifas mais baixas e um tempo de resposta de 10 dias, o que significa que o escoamento dos cereais será acelerado a partir dos portos de Moçambique.
"Foi-nos prometido que para a região sul do Zimbabwe o milho virá através do Porto de Maputo via Chicualacula ou Sango posto de fronteira. O mesmo vale para o Porto da Beira que vai canalizar milho às regiões leste e parte do norte do Zimbabwe"- frisou Tafadzwa Musarara .
Acrescentou que as tarifas serão mais baixas do que o normal para que o preço ao consumidor zimbabweano não seja muito elevado.
"Do ponto de vista comercial, podemos garantir aos consumidores que com base nas discussões havidas, a farinha de milho e outros produtos relacionados estarão disponíveis no mercado apesar da seca "- disse Musarara.
A indústria de moagem está a preparar-se para processar pelo menos 120 mil toneladas de cereais por mês que vão entrar no Zimbabwe a partir de Moçambique.
Presidente Robert Mugabe
declara estado de catástrofe
O Presidente Robert Mugabe declarou a campanha agrícola 2015/2016 um desastre nacional devido aos efeitos terríveis do fenomeno climático El Nino que provocou uma seca prolongada devido a baixa precipitação em quase toda a Africa Austral.
No seu comunicado aponta que a declaração visa mobilizar recursos para reduzir a escassez de alimentos.
Entre outros objectivos, a declaração também visa assegurar e fiscalizar o programa de fornecimento de suprimentos de emergência para pessoas e animais, bem como os programas de irrigação.
Pretende-se igualmente estimular o sector privado, os parceiros de desenvolvimento e as organizações não-governamentais para assegurar uma resposta coordenada para minimizar o sofrimento causado pela seca.
Como resultado do fenómeno El Nino, a morte do gado aumentou significativamente em muitas partes do Zimbabwe.
Até agora morreu um total de 16.681 animais, sendo a província de Masvingo a mais atingida com seis mil e 566 mortes.
A previsão sazonal para o Zimbabwe era de chuvas abaixo do normal em todo o país o que veio a confirmar-se durante a campanha agrícola 2015/2016 devido ao fenómeno El Nino.
Mais de 95 por cento do território zimbabweano recebeu menos de 75 por cento da precipitação levando ao fracasso total da campanha agrícola.
Avelino Mucavele,em Blintyre, Malawi"
FONTE: JORNAL DOMINGO DE MOÇAMBIQUE.
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