"“Caminhos da flor em janelas do Índico”
na Mediateca do BCI
Arte floral e pintura entraram em comunhão ao final de tarde desta quarta-feira, com a
inauguração da exposição “caminhos da flor em janelas do Índico”, mostra que juntou,
na Mediateca do BCI, em Maputo, os artistas Virgílio Tamele e Selma Cândido.
A representante do BCI, Carla Mamade,
foi a primeira a tomar a palavra, realçando
a particularidade dos dois autores: “Virgílio
Tamele tem parte da sua história
artística associada ao BCI, o que, para
nós, constitui um motivo de orgulho.
Ainda este ano expôs nesta Mediateca
o seu trabalho em conjunto com Timane.
É por isso já um artista da casa, daqui.
Selma Cândido, especialista da Arte Ikebana
(arte de arranjos florais de origem
japonesa), para além de desenvolver
acções de formação ao nível internacional,
organizou várias exposições e
participou já em vários países do mundo,
no intuito de dar a conhecer a essência
desta arte. Hoje, nesta Mediateca temos
pela primeira vez oportunidade de contemplar
os seus trabalhos.”
Depois, o pintor Virgílio Tamele, que
efectuou 24 trabalhos para esta exposição,
socorreu-se de uma frase que há
dias encontrou numa agência publicitária,
segundo a qual “a observação das
obras de artes proporciona a mesma
sensação de estar apaixonado”.
“Achei esta frase muito interessante.
Traz uma grande responsabilidade aos
artistas”, disse, acrescentando que “eu
e a Selma trazemos uma convergência
entre a pintura e a ikebana. A ikebana é
muito importante como reflexão. Foi
através da ikebana que voltei a lembrarme
que pintava. Tinha-me esquecido.
Tanta coisa que fazemos na vida. Comecei
a fazer o curso de ikebana com a Selma
e lembrei-me: Certa vez pintei! Foi quando
voltei aos meus cadernos. Percebi
que em jovem tinha feito muita coisa.”
Na maior parte dos trabalhos para esta
mostra Tamele utilizou a técnica de
aguarela sobre tela. “Poucos artistas
usam este material. Ainda não me apliquei
no óleo. Todos os pintores terminam
no óleo. Eu ainda estou a divertir-me na
aguarela. É uma técnica muito versátil.
Quem domina a aguarela faz tudo. Ela
aceita que a tinta se expresse. Mas o
pintor não tem o domínio total da tinta.
Uma pincelada pode estragar tudo.
Muitos artistas gostam mais de dominar
a tinta. E com o óleo é muito mais fácil
conseguir essa supremacia do que com
a aguarela.”
A terminar, ao som de música japonesa
relaxante, a brasileira Selma Conceição
preferiu os actos às palavras. “A ikebana
é que vai falar por si. “Que esta ikebana
possa encher a vossa vida de felicidade”,
desejou, enquanto pegava nas flores para
lhes dar o toque artístico.
“Caminhos da Flor em Janelas do Índico”
pode ser vista até ao dia 15 de Agosto.
Aentrada é livre. Redacção"
FONTE: DIÁRIO DO PAÍS JORNAL DE MOÇAMBIQUE
FONTE: DIÁRIO DO PAÍS JORNAL DE MOÇAMBIQUE
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