quarta-feira, 8 de julho de 2015

EMBAIXADORA DE MOÇAMBIQUE EM PORTUGAL FERNANDA LICHALE CONSIDERA EXCELENTES AS RELAÇÕES DE MOÇAMBIQUE COM PORTUGAL, PARA A SEMANA PRESIDENTE DA REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE FILIPE JACINTO NYUSI, VISITA PORTUGAL, PRIMEIRO PAIS EUROPEU A RECEBÊ-LO COMO CHEFE DE ESTADO

Embaixadora destaca Relações de Cooperação Moçambique e Portugal

Lisboa, 28 Jun. (AIM) - A Embaixadora de Moçambique em Portugal, Fernanda Lichale, destacou as 'excelentes' relações de cooperação e amizade, assentes em bases sólidas e que reflectem os laços existentes há cinco séculos entre os dois povos que comungam a língua portuguesa, hoje património comum de todos os países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Num discurso proferido em Lisboa por ocasião da passagem dos 40 anos da independência de Moçambique, assinalada no dia 25 de Junho, Fernanda Lichale referiu que as relações bilaterais 'consolidam-se continuamente através dos mecanismos formais e informais de cooperação, que incluem trocas de visitas desde o nível mais elevado dos Estados, Cimeiras Bilaterais dirigidas pelos chefes dos governos dos dois países, Programa Indicativo de Cooperação e constituição de parcerias empresariais'.
'Importa destacar que nos últimos cinco anos, Portugal tem sido um dos principais parceiros económicos de Moçambique com uma presença notável de investimento em quase todos os sectores da economia moçambicana, com destaque para os sectores da Agro-Indústria, construção civil, financeiro, turismo, energia, transporte e comunicações, tendo alcançado a cifra de 336 milhões de dólares americanos em 2014, quase o dobro dos 171 milhões de dólares registados em 2013', recordou a diplomata moçambicana.
A proclamação da independência, foi, segundo Lichale, sem dúvida um momento de glória que perdurará certamente em nossas memórias, tendo representado o início de uma nova etapa de relacionamento de Moçambique com o mundo, agora enquanto Estado soberano, no concerto das nações que estabelece relações com outros Estados na base de princípios de igualdade, respeito mútuo e solidariedade entre os povos.
Quatro décadas, embora possam significar pouco para a história de um país, têm um grande significado para a vida individual das pessoas, em particular numa Nação como Moçambique onde a esperança de vida ainda é inferior a 55 anos.
A celebração do Dia da Independência Nacional tem ainda maior significado para aquela geração que participou na Luta de Libertação Nacional, acompanhou o difícil percurso que caracterizou os primeiros anos da nova República e testemunhou as grandes transformações políticas, económicas e sociais que ditaram o estágio actual do desenvolvimento de Moçambique, recorda a diplomata, acrescentando que 40 anos de Independência de Moçambique são também 40 anos de estabelecimento de relações políticas e diplomáticas com Portugal, relações essas que 'temos o privilégio de constatar que foram profícuas e de franca ascensão'.
Ao longo dos 40 anos de existência como país independente registamos, sem dúvidas, progressos assinaláveis, destacando-se: a expansão da rede escolar a todos os níveis; a expansão da rede sanitária; a construção e reabilitação de infraestruturas para galvanizar o crescimento e o desenvolvimento económico e social do país, entre outros.
A embaixadora de Moçambique em Portugal desta, ainda, a abertura económica do país ao mundo, através da adopção de uma legislação que incentiva o investimento estrangeiro.
'Os 40 anos de Independência de Moçambique não foram apenas anos de glória. Foram também anos de contínua batalha para enfrentar os desafios e adversidades de vária índole, dos quais podemos destacar: os desastres naturais, em particular as cheias e a seca que afectam ciclicamente o país; o rápido crescimento da população moçambicana e as implicações daí decorrentes; a desfavorável conjuntura internacional devido a crises cíclicas e à degradação dos termos de troca das matérias-primas; e a prevalência de doenças infecto-contagiosas que ainda grassam a população moçambicana', referiu ela.
As cerimónias centrais da efeméride tiveram lugar em Maputo, no histórico Estádio da Machava, arredores da capital moçambicana, local onde foi proclamada a independência em 1975 pelo primeiro Presidente, Samora machel. Neste evento de júbilo, o Governo português foi representado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete.
Para além da recepção oficial que a Embaixada em Lisboa organizou no dia 25 de Junho (quinta-feira) para as autoridades portuguesas, Corpo Diplomático acreditado em Portugal, empresários e alguns membros da Sociedade Civil, e a festa da comunidade moçambicana deste fim-de-semana (sábado, dia 27 de Junho), a passagem dos 40 anos da independência foi igualmente marcada da forma que melhor os moçambicanos sabemos fazer, cantando, dançando, convivendo e recordando 'saudosamente a nossa bela Pátria, deleitando-nos das nossas ricas e saborosas iguarias'.
No sábado, na festa da comunidade moçambicana, a embaixadora saudou a todos os presentes pela passagem do 40º aniversário da Independência, uma data histórica para 'o nosso país, cujo significado e alcance para nós, moçambicanos na diáspora é inquestionável'.
Fernanda Lichale acrescentou que ao longo destes dias, 'tivemos oportunidades de ouvir opiniões provindas de vários quadrantes e personalidades de todo o mundo sobre o significado desta data que marcou o fim da dominação colonial e início de uma nova etapa de relacionamento entre dois Estados, unidos por laços históricos, culturais e indiscutivelmente, uma língua comum que é o Português'.
'Destacamos de forma particular, o discurso proferido por Sua Excelência Filipe Jacinto Nyusi, Alto Magistrado do Estado Moçambicano, no histórico Estádio da Machava, (arredores da capital moçambicana) que fez uma retrospectiva dos 40 anos, tendo destacado as conquistas, as dificuldades e os desafios do futuro', referiu a diplomata.
Ao fazermos 40 anos de Independência, completamos também 40 anos de relações diplomáticas entre Moçambique e Portugal, percurso este de 'excelente irmandade, amizade e cooperação'.
Com o patrocínio das autoridades portuguesas, foi possível levar a cabo uma série de actividades que a Embaixada moçambicana, o Consulado Geral em Lisboa e o Consulado no Porto, programaram para a celebração condigna deste evento.
É nesse contexto que actividades de vária índole com destaque para a comemoração do 3 de Fevereiro, dia dos Heróis Moçambicanos, 7 de Abril, dia da Mulher Moçambicana, e ainda a passagem do Dia da Criança (1 de Junho). Foi possível também realizar um torneio de futebol que contou com a participação de Portugal, Moldávia, Angola e Brasil, para além da selecção organizadora.
'Organizamos também um concerto de música, em que artistas moçambicanos exibiram o seu talento, demonstrando que o lugar é apenas um sítio onde vivemos, mas as raízes permanecem dentro de nós, em nossas mentes, no nosso quotidiano, em nossos actos, enfim, a moçambicanidade perdura na nossa canção', diz Lichale no seu discurso.
A Associação dos Escritores Moçambicanos na Diáspora organizou, igualmente, um programa de dois dias, exaltando a Literatura Moçambicana, rica em história, conteúdo, e sinceramente em franca ascensão.
Na sexta-feira, com a presença do Secretário de Estado da Cooperação de Portugal foi inaugurada uma excelente e abrangente exposição artística, que congregou um vasto repertório de obras de arte: pintura, escultura e fotografias de vários artistas radicados na diáspora, com destaque para a Inglaterra e Alemanha, obras essas que relatam o percurso trilhado ao longo dos 40 anos de Independência de Moçambique.
'Continuaremos com as festividades, celebrando o 25 de Setembro, dia das Forças Armadas e iremos concluir com o 4 de Outubro, Dia da Paz', diz a embaixadora felicitando mais uma vez a todos os moçambicanos na diáspora e deixando a mensagem de apelo de que onde quer que 'estejamos, somos moçambicanos e como tal, a nossa conduta deverá pactuar sempre pelo sentido de dever e patriotismo'."
FONTE: PORTAL DO GOVERNO DE MOÇAMBIQUE.

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