domingo, 10 de novembro de 2013

SALSICHAS HALAL DA NOBRE DE PORTUGAL PROCURAM NOVOS MERCADOS

"Países islâmicos estão na mira da empresa de Rio Maior, para atenuar perdas locais. Empresa vende para 30 países, entre eles PALOP

Salsichas halal da Nobre convertem-se aos novos mercados

Rui Silva, da Nobre
Rui Silva, da Nobre
Diana Quintela
09/11/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo
A Nobre está a apostar forte nos produtos halal (autorizados pelo Islão) para reforçar as suas exportações. Com os mercados da “saudade” e dos PALOP como principais alvos externos, a empresa de charcutaria identificou novos mercados com enorme potencial. É o caso do Médio Oriente, mas também da Europa, que “nos próximos 20 anos será mais muçulmana do que de outra religião. A própria França será o país mais muçulmano dentro de 10 a 15 anos”, segundo Rui Silva, CEO da Nobre, ao Dinheiro Vivo.Leia também: Como a Nobre doou 6 tonelada de alimentos
Mas este projeto começou quando Moçambique pediu à Nobre produtos halal, isto é, feitos respeitando todos os passos, desde a origem da carne (que não pode ser porco), dias de produção, ao sábado, até à certificação. Para satisfazer o pedido, a empresa trabalhou com a comunidade muçulmana em Portugal e desenvolveu um produto, as salsichas (peru em lata de oito unidades). E assim a Nobre abriu novos mercados que não estava à espera, e nos quais “vamos investir”, diz Rui Silva. Valores? Ainda é cedo.
Pressionada pela quebra das vendas em Portugal, a empresa olha para os trinta países para onde já vende, mas com especial atenção para os novos dez, “em processo muito avançado”. É o caso dos EUA, Canadá, Brasil, Venezuela, Colômbia, China, Rússia, entre outros. “Todos com bom poder de compra”, destaca Rui Silva. Dentro destes “entre outros” estão também países/populações que precisam de produtos com validades prolongadas, que as latas têm, ao contrário das de vácuo ou vidro, sobretudo em situação de calamidade. “São oportunidades pequenas, mas que em conjunto valem muito”, reforça Rui Silva.
Em 2010, a Nobre (detida pela Campofrio Food Group, a maior empresa de carne processada da Europa) exportava dez milhões de euros. Hoje é o dobro. Um crescimento que surge depois da reestruturação, em 2011, de processos e equipas da companhia. E que tem ajudado a atenuar a quebra no mercado interno. Em 2012, a Nobre faturou 105 milhões de euros, menos um milhão face a 2011. Para este ano, a empresa com 650 trabalhadores espera cair, mas ficar acima dos cem milhões de euros. Para tal, conta com as exportações, onde “Angola tem uma percentagem muito relevante nas vendas totais”, diz o CEO da empresa, escusando-se dar valores.
Sobre as consequências do arrefecimento das relações Portugal-Angola, depois do anúncio do fim da “parceria estratégica” de José Eduardo dos Santos, o responsável da Nobre diz: “É um ruído que afeta a empresa e a indústria portuguesa.”
Mas para o CEO da empresa de charcutaria há outras questões a dificultar a vida às empresas portuguesas: as pesadas taxas aduaneiras na introdução de novos produtos.
Aliada a isto, “a proteção crescente da indústria local em relação à importação”, aponta Rui Silva. Um possível investimento nesse mercado estratégico só seria possível em “condições de estabilidade quase infinitas”, remata Rui Silva.
Empresa de Rio Maior emprega 650 pessoas e faturou 105 milhões de euros em 2012, devendo cair ligeiramente este ano"
FONTE: www.dinheirovivo.pt

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