"Inhambane em desenvolvimento - garante Júlio Muiocha, director do Plano e Finanças . OS resultados divulgados pelo Ministério de Planificação e Desenvolvimento no segundo semestre de 2010 sobre incidência da pobreza e desigualdade na óptica de consumo colocam a província de Inhambane na sexta posição com uma taxa de 57.9. Esta cifra, equivale uma redução de 22 porcento do índice de pobreza nos últimos doze anos, pois, em 1997 a taxa de pobreza em Inhambane era de 82.6 porcento.Maputo, Sábado, 1 de Janeiro de 2011:: Notícias . Em termos simples, a província está na rota do desenvolvimento, segundo garantiu o director do Plano e Finanças, Júlio Muiocha, em entrevista balanço do ano que amanha termina.
Notícias( N) - Que factores estão a contribuir para que a província de Inhambane esteja já na senda do desenvolvimento ? Júlio Auxílio Muiocha ( JAM) - Primeiro devo dizer que a sociedade civil é actor principal do desenvolvimento, pois, cada um no seu canto nas suas actividades quotidianas, contribuiu muito para o progresso individual e colectivo da província. Mas devo explicar que os 57.9 porcento da actual taxa de incidência da pobreza foram possíveis com operacionalização de vários instrumentos, nomeadamente, cumprimento das metas para o desenvolvimento do milénio, plano estratégico da província, o cumprimento do plano para a redução da pobreza PARPA II, entre outras actividades. N - Como se reflecte a redução de 22 porcento de pobreza na vida da população? JAM - Reflecte-se na estabilidade da segurança alimentar, como também reduziu significativamente o número da população vulnerável ao passar dos cerca de 300 mil pessoas para actuais 46 a 45 mil pessoas que ainda precisam de uma assistência em determinados momentos. Portanto, temos um número reduzido de pessoas que necessita de distribuição de comida no intervalo de uma campanha agrícola para outra. Actualmente, mais de 90 porcento da nossa população anda menos de trinta quilómetros para ter acesso uma fonte de água, mais de 60 porcento da população anda menos de 30 minutos para um ter acesso a um hospital próximo, 54 porcento de alunos percorre menos de 30 minutos para atingir uma escola, 60 porcento da população anda meia hora para ter acesso uma loja mais próxima, 60 porcento consegue atingir uma esquadra policial em menos de uma hora de tempo. Nos últimos tempos aumentou o investimento do sector público e privado quer nacional quer estrangeiro, houve incremento de novas construções melhoradas, iluminação eléctrica e água canalizada.
N - Mais concretamente, o que aconteceu neste tempo em termos obras práticas? JAM - Na produção global passamos de 2248,97 de toneladas em 2004 para 5054,08 em 2009 o que equivale um médio de crescimento de 11.1 porcento, ou seja, passamos 416.038 toneladas de culturas diversas em 2004 para 1699.562 toneladas em 2009, o que significa um crescimento na ordem dos 52,4 porcento na produção de comida, no fomento pecuário passamos de 420.205 para1568.123 animais, sendo 158.925 bovinos cerca de 24 mil ovinos, mais de um milhão de caprinos e mais de 360 mil suínos além de trinta búfalos. A produção pesqueira anda actualmente na casa dos 6498,9 toneladas contra 3099,0 em 2004 uma produção equivalente a 36.4 porcento de crescimento, na industria saímos dos 100 unidades para 166 estabelecimentos industriais que produzem actualmente cerca de 234,08 toneladas contra 138,32 toneladas, a comercialização agrícola apesar das dificuldades da colocação dos excedentes agrícolas nos grandes centros comerciais devido à degradação das vias de acesso, atingimos 17,5 porcento de crescimento traduzido pelo salto que se verificou de 19.320,0 toneladas em 2004 para 41.851,5 em 2009. No Turismo passamos de 24.980,66 milhões de meticais em 2004 para 60 milhões de contos da receita cuja produção igualmente passou de 149.883,98 para 360 milhões de meticais, o investimento nesta área subiu de 2779,00 dólares para 175 milhões de dólares norte-americanos. Passámos de 270 estâncias turísticas para 491 estâncias em 2009, aumentámos o número de trabalhadores nesta área de 2.22 para 5.265, as camas passaram de 3750 para 12.880 e as chegadas de turistas passaram de 43.126 para 125 mil pessoas. Na energia eléctrica contamos actualmente com 23.214 mil consumidores e apenas três os distritos é que não têm energia de qualidade ou seja da rede nacional, nomeadamente Funhalouro, Mabote e Panda. Vilankulo, Inhassoro, Govuro e as ilhas do arquipélago do Bazaruto recebem energia eléctrica gerada a partir de gás natural. Quanto ao emprego foram criados desde 2004, 56.794 postos de empregos sendo 32.970 pela implementação do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo, sete milhões de meticais. A rede escolar passou dos 753 escolas para 1002 tendo permitido igualmente passar dos 308.324 alunos para 395.721 alunos significando um crescimento de 28,3 porcento, a rede sanitária passou dos 104 unidades para 116 unidades hospitalares, a taxa de cobertura de abastecimento de água situa-se actualmente em cerca de 64.7 porcento resultado de existência de pouco mais de duas mil fontes de água operacionais servindo a 1294.209 pessoas nas zonas rurais e 73.052 pessoas são servidas pelos pequenos sistemas. N - Qual é a contribuição dos grandes projectos na elevação da economia da província? JAM - Os grandes projectos representam um peso assinalável no crescimento da província, mas é necessário destacar as pequenas iniciativas das comunidades porque estas de facto fazem a diferença sem no entanto obscurar a participação dos projecto no âmbito de cumprimento da responsabilidade social. É bom também indicar aqui que os chamados projectos ancoras, por exemplo a SASOL a sua contribuição ou seja, as receitas são de nível central, mas a província se beneficia muito pela grande contribuição que tem vindo a dar a sociedade através de construção de infra-estruturas, postos de saúde, escolas, fontes de água. O Estádio Municipal de Vilankulo foi construído pela SASOL no âmbito da responsabilidade social, da exploração e comercialização do gás natural no norte da província. Como a SASOL, existem outros projectos que a sua contribuição é feita através de apoio directo as comunidades. SETE MILHÕES “REVOLUCIONAM” Maputo, Sábado, 1 de Janeiro de 2011:: Notícias . UM dos temas em voga quando se fala da economia do país, é, sem dúvidas, o desempenho do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgos sete milhões de meticais, por causa do incumprimento por parte dos mutuários dos seus deveres. O nível de desembolso ainda é insignificante. N - O que se oferece dizer quanto ao Fundo de Desenvolvimento Distrital? JAM - Não podemos avaliar a importância ou contributo dos sete milhões de meticais na melhoria das condições da vida das comunidades apenas na vertente de reembolsos dos fundos por parte dos mutuários. É, sim, necessário ver o impacto dos vários projectos financiados por este fundo nas comunidades. Devo dizer que a relativa estabilidade da segurança alimentar que Inhambane vive nos últimos tempos, deve-se em parte ao desempenho dos projectos de produção de comida financiados pelo FDD. Desde que o programa começou na província de Inhambane, já foram criados cerca de 37 mil postos de empregos beneficiando moçambicanos. N - Mas qual é a real situação dos reembolsos em Inhambane? JAM - Neste capítulo apraz-me explicar que Inhambane já está implementar um plano de reembolsos até 2014, e que prevê a recuperação de mais de 100 milhões de meticais dos 441.565,29 milhões de meticais desembolsados que financiaram 3712 projectos. Neste momento temos na conta, cerca de 30 porcento dos cerca de 103 milhões estabelecidos como meta até 2014. Para o efeito, foram introduzidas algumas reformas na natureza dos contratos com os mutuários. Primeiro são financiados projectos que tenham inserção nas comunidade de acordo com a realidade da região, segundo os mutuários com acompanhamento dos respectivos conselhos consultivos de localidade até distrito e lideres comunitário, devem indicar o período do início de reembolso respeitando, no entanto, o tempo normal de desenvolvimento de projecto. Há projectos de curta duração, por exemplo, projectos de comércio, em que o início de reembolso acontece quatro a cinco meses depois, mas os projectos da agricultura ou criação de animais, o seu retorno acontece um ou dois anos depois, portanto os reembolsos vão até dez anos. Mas também é preciso esclarecer que todos processos são melhorados ao longo do tempo. Quanto mais surge um problema, estuda-se uma estratégia para encontrar uma solução. O que é mau, é assistir o mal e não poder travar. Na nossa província além da medidas anunciadas, todos proponentes destes projectos, são submetidos a uma capacitação de gestão de pequenos negócios bem como de fundos e não só. Hoje, todos mutuários têm consciência de que o dinheiro que recebem, é uma dívida contraída no estado e que é obrigatório pagar, nos períodos estabelecidos. N - Acha que o Estado vai a tempo de recuperar todo dinheiro alocado às comunidades? JAM - O Estado não está a fazer uma distribuição gratuita de fundos. Olha, é importante explicar que houve casos de mutuários que receberam fundos duas vezes, porque honram os seus compromissos. N - Na sua opinião, o impacto deste programa é positivo? JAM - É um facto que os resultados ainda não são os desejáveis, mas a contribuição dos “sete milhões” no combate à pobreza é bastante expressivo e visível, dai que a continuidade deste projecto é inquestionável. Não há capacidade para dar dinheiro a todos quanto necessitam de uma vez, mas o que é verdade é que cada ano, novas pessoas recebem o dinheiro e desenvolvem suas actividades. Pouco a pouco está a melhorar cada vez mais a capacidade de gestão. Os resultados agrícolas que Inhambane conseguiu nos últimos tempos que contribuíram muito para a garantia da segurança alimentar, são, em parte, produto dos “sete milhões”, o aumento da renda familiar bem como os postos de trabalho também resultam dos “sete milhões”. Os grandes projectos têm também sua contribuição, mas as pequenas iniciativas, fazem a diferença. N - Que estratégias para consolidar estes resultados e continuar a lutar por um Inhambane próspero?JAM - O segredo de todas batalhas reside no sacrifício, trabalho e humildade. A nossa população cada dia que passa está mudar de mentalidade. Todos sabem que a distribuição gratuita de comida já acabou e que a única alternativa para vencer a pobreza é o trabalho. Para 2011 uma das nossas apostas prioritárias é melhorar a comercialização agrícola, porque temos muita comida no campo, portanto vamos potenciar a operacionalização das vias de acesso para os principais pólos de produção, vamos também dedicar mais atenção ao abastecimento de água, bem como continuar com a montagem de infra-estruturas hidráulicas para de facto lutarmos por uma agricultura comercial. Nós já deixámos de fazer uma agricultura de gestão de programas de emergência, os investimentos que estamos a fazer nesta área visam atingir uma agricultura sustentável, uma agricultura de desenvolvimento onde possamos ter capacidade de produzir em todas zonas respeitando as culturas para cada região.VICTORINO XAVIER" Fonte Jornal NOTICIAS.
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