"MANICA - Represas impulsionam produção agrícola . A CARITAS Diocesana, uma organização religiosa que opera no distrito de Tambara, em Manica, ergueu o ano findo 20 represas para apoiar os camponeses locais na irrigação dos seus campos agrícolas, dada a ausência cíclica de chuvas que apoquenta o distrito e que é causa da fome que neste momento aflige 32 mil pessoas de um total de 42 que habitam o distrito.
Maputo, Quarta-Feira, 19 de Janeiro de 2011:: Notícias .As represas, segundo o administrador distrital de Tambara, Gilberto Canhenze, deverão ser erguidas nos postos administrativos de Nhacolo e Nhacafula, os mais afectados pela estiagem e onde milhares de pessoas enfrentam uma grave crise alimentar que, entre outros problemas, foi causa de situações de má nutrição, sobretudo no seio da população infantil, e provocou a emigração de famílias para os distritos vizinhos, potenciais na produção agrícola.As referidas represas, segundo Canhenze, destinam-se à irrigação de campos agrícolas nas zonas do interior, onde devido à falta de condições para a retenção da água não é possível levar a cabo projectos de horticultura e outros habitualmente desenvolvidos nas zonas baixas e que são alternativa ao défice alimentar que afecta o distrito.O administrador de Tambara não revelou os custos dos referidos equipamentos de irrigação, mas classificou o gesto como sendo “uma alavanca” à produção e um grande contributo para a mitigação dos efeitos negativos da fome resultante da estiagem e inundações.Gilberto Canhenze anunciou igualmente que no quadro dos esforços visando potenciar a produção agrícola no distrito, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) disponibilizou quatro motobombas e respectivo combustível para atender à irrigação em tempo seco dos campos agrícolas nas zonas ribeirinhas do Zambeze, nomeadamente Nhacolo e Sabeta.
O delegado provincial do INGC em Manica, David Elias António, entende que, para além da ajuda alimentar de emergência, é necessário apoiar as populações nas suas actividades produtivas, identificando alternativas que permitam contrariar os efeitos negativos da seca e inundações que ciclicamente atingem o distrito de Tambara.Considerou esta iniciativa como sendo impulsionadora da produção, afirmando que a melhor forma de combater a fome não é dar comida mas sim potenciar os camponeses com insumos e utensílios agrícolas para que eles próprios trabalhem e garantam a sua auto-suficiência alimentar.Disse que em Tambara viver de donativos está a criar ociosidade nas populações, daí a necessidade de alterar o cenário com a mobilização da população para a prática massiva da agricultura. Afirmou que os donativos são prejudiciais ao aumento da produção e produtividade e às iniciativas agrícolas no quadro da revolução verde. O administrador de Tambara revelou ainda que no quadro da minimização da fome e com o Fundo de Desenvolvimento Distrital (FDD) aquele distrito está a priorizar pequenos negócios, estando neste momento alguns beneficiários a comprar milho nos distritos produtores para a sua revenda.Porém, o administrador de Tambara reconheceu que a falta de dinheiro constitui o principal obstáculo ao poder aquisitivo dos camponeses que, neste momento, padecem de fome havendo produtos nas barracas locais." Jornal NOTICIAS.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
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