“Exposição fotográfica/ poética de Lisié Champier ajuda a
curar doentes no Hospital Central da Beira - Nem sempre dos medicamentos vive o
doente. O doente precisa um pouco de música, de um pouco de talento para poder
sobreviver – Nelson Mucopo, DG do HCB Beira (O Autarca) – Está patente desde o
último fim-de-semana e por tempo indeterminado no salão das consultas externas
de ginecologia do Hospital Central da Beira (HCB), na capital provincial de
Sofala – centro de Moçambique, uma exposição fotográfica/ poética da autoria de
Lisié Champier e Mariano Silva. A exposição faz parte do Projecto “Teresinha –
Uma Vida Em Moçambique” – apoiado pelo BCI – Banco Comercial e de
Investimentos. “O BCI assume, desde a sua fundação, uma forte e permanente
preocupação social, identificando-se com causas que afectam as comunidades
locais, no quadro da sua missão, a de contribuir activamente para o desenvolvimento
económico e social de Moçambique. Sendo a Cultura um dos seus pilares em
matéria de responsabilidade social corporativa, o BCI mostrou-se disponível,
desde a primeira hora, para ser um parceiro de referência do Projecto
‘Teresinha – Uma Vida
Em Moçambique’, com a certeza de que o mesmo alcançará os
objectivos que se pretendem, dando corpo à arte como veículo de inserção
social” – Adriano Palito, Representante do Banco Comercial e de Investimentos.
A originalidade do projecto que relata a história de vida de uma mulher em
Moçambique, a Teresinha, da Manga, um dos bairros periféricos da cidade da
Beira, explora diversas vertentes culturais, entre elas Exposição fotográfica/
poética nos principais hospitais do país, tendo começado no Hospital Central de
Maputo, agora da Beira, depois de Nampula, Quelimane e Hospital Provincial de
Pemba; Lançamento do livro “Teresinha – Uma Vida Em Moçambique”; Peça de
teatro; Filme e por fim Novela. “O livro ‘Teresinha – uma Vida em Moçambique’
conta a história de uma mulher típica moçambicana. Estou a falar da mulher que
veste capulana, que vai a machamba, que vende na rua, que faz neneca o seu bebé
porque não tem com quem deixar. E ela é uma mulher super apaixonada pelo seu
marido, que começa a história como sendo vendedor, mas depois passa a ser
pescador. E os dois lutam pela vida para educar e passar os melhores valores
aos seus filhos” – Lisié Champier, autora da obra, por sinal a sua primeira no
mundo da arte e literatura. “Este é o meu primeiro livro e não pretendo ficar
por aqui porque realmente descobri uma grande paixão e algo que me transforma e
me acrescenta conhecimento. Portanto, daqui para frente ainda temos muitos
passos a dar para terminar o Projecto Teresinha”. Exposição ajuda a curar
doentes no Hospital Central da Beira É a primeira vez que o Hospital Central da
Beira acolhe uma iniciativa do género. A exposição está patente no salão das
consultas externas de Adriano Palito, Representante do BCI – Banco Comercial e
de Investimentis Nelson Mucopo, Director Geral do HCB – Hospital Central da
Beira Lisié Champier, autora da obra “Teresinha – Uma Vida Em Moçambique”,
patente no HCB ginecologia, um sítio que todos os dias recebe mulheres, tanto
doentes como acompanhantes. É um lugar onde elas procuram buscar algum
aconchego, algum tratamento por parte dos médicos. Nelsom Mucopo, Director
Geral do Hospital Central da Beira, afirma que o facto de a exposição estar
onde está fará com que as mulheres ao chegarem ao local encontrem alguma paz de
alma e de espírito. “Como nós sabemos, nem sempre dos medicamentos vive o
doente. O doente precisa um pouco de música, de um pouco de talento para poder
sobreviver. Portanto, julgamos que essa exposição fotográfica vai fazer parte
do tratamento daquelas mulheres e não só, homens também que vem para o nosso
hospital a procura de cura para as suas patologias”. Mucopo destaca trata-se de
uma grande honra o Hospital Central da Beira, um sítio público e frequentado
por muita gente, receber esta exposição, principalmente por ter um grande
significado, tendo em conta a histó
ria que se conta nela, que fala exactamente daquilo que é a
mulher moçambicana, do Rovuma ao Maputo. Dar importância de vida ao hospital O
facto de Lisié Champier e Mariano Silva terem escolhido o hospital para a
exposição não deixa de ser motivo que suscita questionamento. E a resposta é
simples: “Porque o hospital é um lugar mais importante a seguir ao respirar,
comer e todas as actividades básicas de um ser humano. Agente nasce no hospital
e morre no hospital. Então, se ele tem essa importância toda desde onde a gente
inicia uma vida e onde agente termina, temos que lhe dar essa importância de
vida”. Lisié Champier acrescenta: “A seguir a isso, o hospital é um lugar
carenciado de entertenimento e vemos a classe baixa que é a maioria da
população moçambicana muito envolvida com o hospital. Portanto, é necessário
que se tenha algo que passe cultura, informação, história para que as pessoas
possam enteter-se e assim vão adquirindo a literatura, a arte da fotografia,
todos esses valores que são tão importantes para o ser humano”. A autora,
entrevistada pelo O Autarca, sublinha a necessidade de todos os dias as pessoas
terem a preocupação de querer apreender, até o último dia da vida, porque é
sempre muito importante ganhar conhecimento e valorizar sempre o que o coração
diz. “Por muito que haja tendências a dizer-nos o contrário, mas ouçam bem o
coração porque ele sabe a verdade” – concluiu. Lisié Chavry Champier,
moçambicana, nasceu na cidade da Beira, província de Sofala, em 1984. Vive
actualmente em Maputo, onde reside há trinta anos. Formou-se em Informática de
Gestão e trabalha actualmente na área de Marketing. Em Julho de 2016 iniciou a
sua incursão no ramo da arte e escrita, compondo pequenas histórias e poemas
sobre diversos temas. Os seus textos e poemas já foram publicados em algumas
revistas e antologias.■
(Chabane Falume)”
FONTE: JORNAL O AUTARCA DE MOÇAMBIQUE.
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