terça-feira, 17 de março de 2015

GORONGOSA MUNICIPIO VENCE ETAPAS DE BENEFICIO AOS MUNICIPES ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE ENERGIA

OS mais de 35 mil habitantes do Município de Gorongosa sorriem para uma nova vida, suspirando de alivio depois do Governo local ter vencido finalmente, a terrível “batalha” de falta de agua na autarquia.
O edil Moreze Cauzande, alegre, diz que depois desta conquista a aposta agora resume-se na extensão de energia eléctrica para todos os bairros.
Numa retrospectiva do que está a ser o primeiro ano do seu segundo mandato, Cauzande queixa-se da desonestidade de alguns munícipes, que não honram os seus compromissos autárquicos, furtando-se ao pagamento das suas obrigações fiscais.
Outro grande desafio da edilidade é aumentar as infra-estruturas para acolher os vários serviços do Conselho Municipal, incluindo nas áreas de Educação, Saúde e Estradas.
A seguir os extractos da entrevista que o edil de Gorongosa concedeu à Reportagem da nossa Delegação da Beira.
NOTICIAS (NOT.) - Após o primeiro ano do seu segundo mandato, o que nos pode dizer sobre o cumprimento do seu manifesto eleitoral?
Moreze Cauzande (MC) -Como se sabe, um dos grandes problemas com que nos debatíamos era o abastecimento de água potável à vila. Graças a Deus este problema está praticamente solucionado, embora continuemos com o programa de abertura de mais furos nalguns bairros.
Construímos um pequeno sistema de abastecimento de água no bairro de Tsuassicana, com um total de 16 torneiras, que está a beneficiar a mais de 20 mil munícipes. Fora disso, ainda na área de infra-estruturas, construímos uma escola com duas salas de aulas e um bloco administrativo, para as crianças no bairro de Nhataca 2. Esta escola constituía uma das grandes apostas da edilidade neste mandato, pois, centenas de crianças estudavam sentadas no chão e numa escola de construção precária.
É importante referir ainda que já estão numa fase bastante avançada as obras de construção da barragem sobre o rio Nhandare, que para além de abastecer em energia eléctrica à vila e outras áreas municipais, também vai aumentar a capacidade de abastecimento de água ao município, e certamente deixará satisfeitos, os residentes locais, porque teremos definitivamente resolvido o problema relativo ao “precioso líquido”.
NOT. - Mais?
MC -Como disse antes, a área de energia eléctrica constitui uma das nossas principais preocupações neste momento. Assim sendo, estendemos o fornecimento da energia eléctrica para os bairros de Mapombwe e Tsuassicana. Fora disso, também reforçamos a nossa frota de recolha de lixo, e reabilitamos e entregamos à comunidade o nosso campo de futebol de onze….
NOT. – Sobre a expansão da rede de energia eléctrica…?
MC -Sim, temos cerca de 80 por cento do nosso orçamento deste ano, destinado ao programa de energia eléctrica. Desde o inicio deste mês de Março, a Electricidade de Moçambique está a electrificar a vila municipal, depois de minimizarmos a questão de abastecimento de água. Queremos que os nossos munícipes e seus visitantes e ou aqueles que transitam pela nossa autarquia, tenham a iluminação nas estradas municipais. Neste momento a prioridade vai para os bairros de Madibe e Nhambondo, que se situam nos dois extremos do município.  
ACELERAR A URBANIZAÇÃO
NOT. – Relativamente à urbanização da vila…?
MC-Sim, o plano da divisão, organização e modernização da nossa autarquia, para que possamos ter uma vila dentro do desejável, está já em execução. Queremos ter zonas específicas, ou seja, bairros residenciais, uma zona industrial, uma turística e outras áreas de expansão, entre outros aspectos, que julgamos relevantes para o desenvolvimento municipal. Apos a sua execução, este plano de urbanização vai permitir a visualização sobre como é que a vila estar organizada a curto, médio e longo prazo. Também será a partir deste plano que o município vai esboçar a distribuição de talhões.
NOT. – A vila possui muitos escombros. Existe algum plano para se acabar com isso?
MC-Efectivamente, já temos um plano nesse sentido. O maior problema verifica-se na zona comercial, onde temos alguns escombros pertencentes a privados, bem como a estabelecimentos comerciais já encerrados, que não dão nenhuma estética à vila. Os proprietários que se manifestaram favoráveis à restauração dos espaços. Os escombros serão removidos para possivel reaproveitamento.
NOT. -A vila tem também problemas de buracos n as estradas…
MC -Realmente, temos alguns problemas. Mas vamos implementar um plano que transitou do ano passado. Vamos colocar pavêt na estrada que sai do mercado, junto da N1 até à ponte sobre o rio Matucudole. Vamos lançar um concurso para o efeito, enquanto esperamos submeter a Assembleia Municipal um ouro plano para a restauração de mais vias, com orçamento deste ano.
NOT. - Quais são essas vias?
MC-Temos duas propostas, uma para continuarmos com a estrada do mercado e a outra para cobrirmos a estrada que parte do Comando da PRM até a EPC 1º de Maio.
CRESCEM INFRA-ESTRUTURAS
NOT. - Um dos grandes problemas do Município é relacionado com as infra-estruturas para o funcionamento dos seus serviços. Quais são as perspectivas para se ultrapassar este obstáculo?
MC -Na verdade, esta situação afecta o nosso município, mas estamos a melhorar. Temos fundos para a construção do edifício onde vão funcionar praticamente todos os serviços da edilidade.
Com a conclusão desta infra-estrutura, certamente que vamos melhorar a nossa prestação. O atendimento público e a eficiência também vão melhorar porque os munícipes não vão ter o aborrecimento de ter que se deslocarem de um lado para outro, à procura dos serviços públicos da edilidade.
Mesmo antes da conclusão das obras do futuro edifício municipal, entendemos que a nossa acção tem facilitado e muito os munícipes, porque procuramos concentrar as vereações no Gabinete da presidência do Município.
 Onde há sucessos há dificuldades e nós não somos excepção. Temos algumas dificuldades a exemplo de exiguidade de infra-estruturas. Também temos o problema de escassez de meios para a remoção de lixo, pois, os que existem não chegam para resolvermos o problema. E mais: meios mecânicos para a reabilitação ou construção de estradas ainda não temos e isto constitui um grande revés para a edilidade.
NOT. - As receitas não cobrem estas necessidades?
MC -Não, não cobrem. Os munícipes da nossa vila não honram as suas obrigações fiscais facto que leva a que a edilidade não esteja a cumprir devidamente os seus programas, uma vez que as receitas não são suficientes para o efeito.
Muitos munícipes não pagam as taxas, principalmente o Imposto Pessoal Autárquico. Há muita fuga ao fisco. Se todos os munícipes, com idade para o efeito, honrassem os seus compromissos fiscais, os nossos investimentos teriam mais sucessos e isso iria contribuir para um maior desenvolvimento da vila. Para invertermos esta situação estamos a sensibilizar as comunidades, através dos líderes comunitários e outras figuras influentes para que cada autarca cumpra com os seus deveres municipais. O que conseguimos colectar deve-se, em grande medida, à contribuição que alguns líderes comunitários dispensam, cobrando impostos nas suas zonas de jurisdição, mas isso não é suficiente para as nossas pretensões.
António Janeiro"
FONTE JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.

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