terça-feira, 3 de maio de 2022

MOCAMBIQUE, PROVINCIA DE SOFALA E O MUITO QUE NOS LIGA A PORTUGAL, AOS PORTUGUESES E À LINGUA PORTUGUESA.

MOCAMBIQUE, PROVINCIA DE SOFALA E O MUITO QUE NOS LIGA A PORTUGAL, AOS PORTUGUESES E À LINGUA PORTUGUESA. Muito liga Portugal e os portugueses, a Mocambique, com principal enfoque à Provincia de Sofala.Vejamos entao porque. Comemorou-se recentemente o 25 de Abril, em Portugal o Dia da Revolucao, foi no Jornal Noticias do Porto que em 2004, fazia o 25 de Abril 30 anos, que num artigo de opiniao da minha autoria, pagina 13, edicao de 16 de Janeiro de 2004, que contei os factos que fizeram dar titulo ao texto “A BEIRA E O 25 DE ABRIL”, tendo sido os acontecimentos da Beira à época determinantes, à sua concretizacao e do qual transcreverei algumas partes: “… E a Beira de Moçambique vira a página da História em Portugal: “Parece bem nítido, agora, que os acontecimentos da Beira (desencadeados sob a inspiração dos “democratas”) foram o “detonador” da acção revolucionária que explodiu em Abril”, Jorge Jardim, em MOCAMBIQUE, Terra Queimada, págs 160 a 170, “No Congresso do Porto, os centuriões obtiveram o rastilho para o Movimento dos capitães; nas manifestações da Beira, coesão para atiçar os nobres sentimentos da classe contra aqueles que os pretendiam transformar em bodes expiatórios”, Ricardo Saavedra, em OS DIAS DO FIM, págs 18 a 20. “Não é necessário ser muito entendido em questões militares para compreender o efeito devastador produzido no moral das tropas pelos acontecimentos da Beira. Constituíram, de resto, um marco decisivo da caminhada para o 25 de Abril, relançando, no seio do Movimento dos capitães, a questão da guerra e permitindo sensibilizar oficiais até então renitentes em discutir os seus contornos políticos.”, David Martelo,em 1974 CESSAR FOGO EM ÁFRICA, págs 42 a 45. Precederam assim, tres episódios que referencio, públicos e notórios, como alguém diria, o 25 de Abril de 1974, um em cada mês: 17 de Janeiro de 1974, acontecimentos da Beira, 22 de Fevereiro de 1974, publicacao PORTUGAL E O FUTURO, do General Spinola, em Lisboa, 16 de Marco de 1974, a tentativa de golpe das Caldas da Rainha em Portugal e finalmente o 25 de Abril de 1974. Vagueando pelas ligacoes Sofala, Mocambique e Portugal, recentemente a GRANDE SENHORA da cultura portuguesa e cantora Simone de Oliveira deu um concerto de “encerramento de carreira” no passado dia 29 de Marco no Coliseu dos Recreios em Lisboa, a proposito do Dia Internacional da Mulher “As mulheres apanhavam dos maridos e ficavam em casa e achei que não ia ser assim”. E não foi. Soube que nos finais dos anos sessenta viajou algumas vezes de Lisboa até à cidade da Beira na Provincia de Sofala e dado aquele que viria a ser pai dos seus filhos estar a ser perseguido pela PIDE a mesma só era autorizada expressamente por Salazar. O jovem engenheiro era o responsável da empreitada da estrada Beira Tete. Anos atrás e em Inhaminga na Provincia de Sofala, viveu e trabalhou como médico António Menano, saudoso canconetista do Fado de Coimbra por um periodo de trinta anos, terá sido entre 1933 e 1961, tendo regressado a Portugal tendo vindo a falecer em 1969. Nos finais dos anos sessenta, Zeca Afonso, o saudoso canconetista portugues da Grandola Vila Morena, cancao que ecoou no dia 25 de Abril de 1974, dia da Revolucao portuguesa, foi professor no antigo Liceu Pero de Anaia, da cidade Beira, hoje Escola Secundária Samora Moisés Machel, mas em homenagem às pessoas do Bairro Chipangara da cidade da Beira, deixou a letra e música LA NO XEPANGARA, pode ser ouvida facilmente no youtube. O vinho portugues pela primeira vez bebido em terras de Mocambique foi em principios de Marco de 1498, e por gentes de Sofala, sendo bebido com muito prazer, pag 35, a VIAGEM DO GAMA NAS CRONICAS DO REINO, Reproducoes Facsimiladas, Nota Prévia e Introducao de Aurelio de Oliveira, Professor Catedratico da Faculdade de Letras do Porto, Faculdade de Letras do Porto, Porto 1998, Depois de Janeiro de 1498, já em Inhambane ou Gaza, não quiseram beber vinho, pag 31. Numa das linguas da Provincia de Sofala, a lingua Sena, tem como sinónimo da palavra portuguesa actual banana, a palavra em lingua sena figo ou mafigo, conforme as circunstancias. Porém, essa era a palavra portuguesa de pelo menos dos séculos XV e XVI, chamando lhe inclusivé figo da Índia, os portugueses é que alteraram séculos mais tarde para banana, tal podemos ver págs 48 e 49 na obra de Frei Joao Santos, ETHIOPIA ORIENTAL, que andou por Sofala em 1586, tendo a sua obra sido aprovada e impressa em 1609, mais tarde em 1891, aparece – nos editada pela Biblioteca de Classicos Portuguezes, Mello D‘Azevedo, Editor. Eis o texto que evidentemente retrata as bananas: “Muitas figueiras da índia, que dão mui grandes ramos de figos, os quaes são do tamanho de pepinos, e quando são maduros fazem-se amarelos, e cheiram, e sabem muito bem. Alguns ramos de figos vi nesta terra que tinha cada um delles setenta figos, e mais, todos juntos em uma pinha, como um cacho de uvas, e escassamente o podia um homem levantar do chão.” Aliás na obra já acima referida VIAGEM DO GAMA NAS CRONICAS DO REINO, na sua pá.35 se refere figos como sendo as bananas na terminologia portuguesa dos nossos dias. E o mikate também referido na ETHIOPIA ORIENTAL por Frei Joao Santos na Provincia de Sofala, fez-me sonhar na possivel origem da broa de Avintes, com algumas semelhancas pois mesmo em Mocambique até aos dias de hoje há diferentes tipos de Mikate, tendo como base a farinha de arroz, meixoeira, milho ou outros, dependendo da zona geografica. Tal tema já deu polémica entre historiadores mas sem ainda nenhum consenso. Pois também na obra VIAGEM DO GAMA NAS CRONICAS DO REINO e a quando a chegada à Ilha de Mocambique em finais de Marco de 1498, portanto ainda no SEC XV, ofereceram milho cozido com pescado, pág 38. Como explicarao os “dogmáticos”e defensores acérrimos que o milho foi da América Central para a Europa e no SÉC. XVI, quando Vasco da Gama já o tratava pelo nome no SÉC XV? Entao porque não teria ele e a sua equipa de marinheiros levado a receita destas paragens e em Portugal terem criado a BROA DE AVINTES? A investigacao MIKATE versus BROA DE AVINTES, teve na sua equipa no terreno o apoio do saudoso e querido amigo Calane da Silva,com estudos efectuados, deslocacao a casa da familia de padareiras em Avintes, Vila Nova de Gaia,Portugal, conhecidas por AS QUELIMANES e com entrevista na RTP a partir de Avintes, presto-lhe a minha singela homenagem a este grande HOMEM DA CULTURA DE MOCAMBIQUE E DE CAMOES que tanto nos une. E como a conversa já irá longa Luis de Camoes terá vivido mais tempo em Sofala ou na Ilha de Mocambique? Qual a razao de falarmos sempre e associarmos Camoes à Ilha de Mocambique e raramente a Sofala? Será que pelo facto da Ilha de Mocambique ter sido capital de Mocambique até 1898 nada terá a ver com isso? Por razoes bem diferentes e a mesma pessoa com estatutos bem diferentes, António Guterres, visitou a cidade da Beira, capital da Provincia de Sofala como Primeiro Ministro do Governo Portugues e mais recentemente e após o terrivel Ciclone IDAI ocorrido em 14 de Marco de 2019, como Secretário Geral das Nacoes Unidas, registe-se ainda que o primeiro membro de um Governo estrangeiro em missao de solidariedade a chegar ao aeroporto da Beira pós IDAI, foi de Portugal, o entao Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperacao José Luis Carneiro que por cá permaneceu vários dias, hoje Ministro da Administracao Interna. Augusto Macedo Pinto, Advogado,membro da ACB Associacao Comercial da Beira, Vice Presidente da Assembleia Geral da HEALTH4MOZ e seu representante em Mocambique, Conselheiro para os Assuntos Europeus da Ministra dos Negocios Estrangeiros, Cooperacao e Comunidades de São Tomé e Principe, residente na cidade da Beira, Provincia de Sofala, Mocambique. Publicado em: Diário de Mocambique, nas edicoes de 30 de Abril de 2022 e 02 de Maio de 2022,ambos na página 5, e JORNAL O AUTARCA, edicao de 29 de Abril de 2022, páginas 2, 4 e 5 e BLOG NANDI IWE.

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