terça-feira, 23 de julho de 2019

ANTÓNIO GUTERRES SECRETÁRIO GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS ESTEVE EM SOFALA EM 12 DE JULHO DE 2019

"Por: Augusto Macedo Pinto António Guterres, Secretário Geral das Nações Unidas em Sofala Falar de uma personagem tão importante como Guterres, acredito que é um grande atrevimento da minha parte. Vou ser atrevido, desculpem-me. Convivi de forma mais próxima nos tempos idos de 1998, a quando da visita de António Guterres então Primeiro-Ministro de Portugal e eu na altura Cônsul Geral Honorário de Moçambique no Porto e Zona Norte de Portugal e ele me convidou para integrar a comitiva da sua visita oficial a Moçambique. Claro que esta iniciativa teve o apoio do então Embaixador de Moçambique em Portugal, Pedro Comissário. O que mais me entusiasmou na visita de Guterres a Moçambique foi ter incluido no seu programa, a visita oficial à cidade da Beira, pois saindo da prática habitual dos governantes estrangeiros circunscreverem as suas desloca- ções a Moçambique, só a Maputo. Tal entusiasmo da minha parte, fui tão extrovertido que membros da comitiva houve que me disseram “OH DR MACEDO PINTO, estamos muito curiosos de ir conhecer a sua Beira, pois está muito entusiasmado com a deslocação à Beira”. “O que se passará na Beira? O que tem a Beira?”, diziam eles, os outros membros da comitiva. Momentos que se viveram na Beira durante a visita de António Guterres e a sua comitiva em Outubro de 1998, foi ele que anunciou aos presentes aqui na Beira e numa recepção nas instalações do Centro Recreativo do Banco de Moçambique, nas Palmeiras, que José Saramago tinha ganho o Prémio Nobel da Literatura, o primeiro português a alcançar tal feito. Um episódio relatado na REVISTA ESTANTE a propósito aqui transcrito, dada a sua relevância: “Quinta-feira, 8 de Outubro de 1998. No Aeroporto de Frankfurt, ao final da manhã, um homem aguarda sozinho a hora de embarcar no avião que o conduzirá a Madrid e, posteriormente, à ilha espanhola de Lanzarote. Acaba de deixar a Feira do Livro local e está pronto para voltar a casa. Não lhe passa pela cabeça que está a ser procurado. “Senhor José Saramago”, chama uma voz de mulher pelo altifalante na sala de embarque. O sobressalto leva a que uma hospedeira se aproxime: “É o senhor?” E continua: “É que está aqui uma jornalista que quer falar consigo. O senhor ganhou o prémio Nobel!” As grandes novidades da vida chegam-nos muitas vezes nas ocasiões mais triviais. E é assim, sem protocolos ou formalidades, que José Saramago recebe a notícia de que é o primeiro escritor de língua portuguesa a vencer o prestigiante Nobel da Literatura. A Academia Sueca elogialhe as “parábolas portadoras de imaginação, compaixão e ironia” com que torna “constantemente compreensível uma realidade fugidia”. Mas não é nisso que pensa. É em Pilar del Río, a mulher. Sente-se triste por não estar com ela naquele momento. E dá-se conta, como há de recordar depois, que “a alegria, se se está sozinho, é nada”. ....Enquanto caminha, resmunga para si próprio: “Tenho o Nobel, e o quê?”■
FONTE: JORNAL O AUTARCA DE MOÇAMBIQUE.

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