quarta-feira, 11 de março de 2015

NIASSA, PROVINCIA DO NORTE DE MOÇAMBIQUE, PODE REVOLUCIONAR A ACTIVIDADE AGRÍCOLA EM MOÇAMBIQUE, DEFENDE O GOVERNADOR DA PROVINCIA ARLINDO CHILUNDO

A PROVÍNCIA do Niassa dispõe de solos excelentes e água em abundância, pressupostos para revolucionar a actividade agrícola em quantidade e qualidade, segundo tese defendida há dias pelo Governador daquela província, Arlindo Chilundo, na abertura do ano académico na Universidade do Lúrio (UNILÚRIO).
Dissertando sobre o tela “Extensão da Unilúrio” perante a comunidade universitária presente no anfiteatro da Faculdade de Ciências Agrárias, em Unango, distrito de Sanga, Chilundo propôs a introdução de culturas exóticas, nomeadamente uvas, maçãs, pêras, entre outras fruteiras, tirando proveito da qualidade de solos e demais condições de que a província dispõe.
Com uma abordagem centrada à volta do novo paradigma “Um estudante/Uma família” que aquela universidade introduziu na sua filosofia de ensino, o governador do Niassa destacou a importância de se aprofundar a interacção entre a academia e as comunidades.
“Muitas vezes, pensamos, erradamente, que o conhecimento empírico que as comunidades têm não está sistematizado”, disse chamando à atenção para a necessidade de universidades passarem a ter um impacto directo na vida das pessoas.
Nesta perspectiva, o orador referiu-se é iniciativa dos “sete milhões de meticais”, desafiando aos académicos a ajudarem na gestão deste fundo para melhorar o seu impacto na vida das comunidades, ao mesmo tempo que viabiliza a sua rápida reposição e consequente rotatividade.
Para Chilundo, o novo paradigma de extensão “Um estudante/Uma família” é parte da responsabilidade social da UniLúrio e deve servir para o estabelecimento de um ambiente em que todos devem aprender e ensinar, devendo os académicos disseminar as novas técnicas agrícolas, com o enfoque para a produção da soja, uma cultura com a qual se pode extrair óleo, leite e rações para a produção de frangos.
Aquele governante explicou que a extensão universitária surgiu logo após a independência quando o país tinha uma única universidade, a Universidade Eduardo Mondlane. A ânsia de aproximar a universidade ao povo, segundo Chilundo, levou à instituição das actividades de Julho e/ou Actividades de Janeiro as quais transformaram uma universidade elitista numa universidade de intervenção no processo de desenvolvimento e construção da nação verdadeiramente moçambicana.
Num outro desenvolvimento da sua dissertação, Arlindo Chilundo referiu que a guerra de desestabilização que se abateu sobre o país não só matou pessoas e destruiu infra-estruturas, como também matou ideias porque com a guerra não haviam condições físicas para que essas ideias pudessem ser implementadas, fazendo com que as actividades que eram feitas nas comunidades deixassem de ser feitas.
“Agora, com o país vivendo em paz, urge tornar o académico numa pessoa interventiva no processo de edificação e consolidação do país, usando a sua capacidade intelectual para o aumento da produção e produtividade nas comunidades”, concluiu aquele académico e político.
André Jonas"
FONTE: JORNAL NOTICIAS DE MOÇAMBIQUE.

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