"Equipa de Passos Coelho aposta em força em contactos quase diários com agentes financeiros globais
Governo lança campanha para sossegar investidores estrangeiros
Carlos Moedas, adjunto de Passos Coelho
Orlando Almeida
Orlando Almeida
O período pós-resgate que hoje se inicia será acompanhado de uma campanha para sossegar os investidores estrangeiros, os chamados “mercados”, tentando convencê-los “passo a passo” de que o Governo está a fazer tudo bem, de que o ajustamento e as reformas estruturais estão a ter resultados palpáveis, de que não há abrandamento no ritmo dessas reformas, cedendo a tentações eleitorais, por exemplo.Esta operação de spinning político e financeiro terá a participação do Governo ao mais alto nível. Os gabinetes do primeiro-ministro, do vice-primeiro-ministro, da ministra das Finanças e dos seus secretários de Estado, do presidente do IGCP, todos estarão, nos próximos meses, em estado de monitorização permanente para garantir “o compromisso total” com as políticas dos memorandos a esses agentes financeiros.
Estamos a falar de bancos, fundos de investimento em obrigações, Tesouros nacionais, entre outros, os que supostamente vão emprestar dinheiro (a preços razoáveis, espera-se) nos próximos anos.
O plano serve também para controlar danos que possam ser provocados por notícias e dados menos benignos: a falta de robustez do crescimento ou a crescente inquietação (sinalizou já a Comissão Europeia) com o facto de o ritmo das reformas “ter abrandado em algumas áreas”. O FMI também está algo incomodado com isto.
Ontem, na apresentação da “estratégia de reforma de médio prazo”, Carlos Moedas, o secretário de Estado adjunto de Pedro Passos Coelho, elaborou um pouco sobre essa operação de charme.
“Os investidores vão ter um olhar diferente daquele que era o olhar da troika, que era o de um programa de ajustamento, de dia-a-dia”, referiu.
“Os investidores vão estar num olhar em que nós vamos ter uma maior responsabilidade de comunicação, de falar com jornais estrangeiros, de conseguir ir passando as mensagens daquilo que vamos fazendo passo a passo, para dar esse conforto de que Portugal é um país que cumpre, é reformador e não tem nada que se possa apontar em termos da sua capacidade de fazer”, acrescentou o governante.
Será ele também um dos responsáveis nesta nova estratégia de aproximação aos mercados, de gestão da opinião sobre as políticas, sobre, por exemplo, as implicações de um eventual chumbo de medidas da parte do Tribunal Constitucional.
Durante os três anos do programa de ajustamento da troika, o Governo manteve sempre contactos regulares com investidores, mas como tinha a troika do seu lado a corroborar muitos dos “sucessos” alcançados, nunca precisou realmente de os enfatizar e de fazer grande controlo de danos, por exemplo.
Agora, a situação é diferente. A troika continuará no país, mas não na versão “missão trimestral”.
Ainda nesta semana que passou, um alto responsável de Bruxelas alertou que “por enquanto os mercados estão a ser benignos em relação a Portugal, mas sabemos que os mercados são inconsistentes. Podem não reagir imediatamente a erros de política, mas fá-lo-ão mais cedo ou mais tarde”.
“Vamos ter uma maior responsabilidade de comunicação”, reiterou ontem Moedas.
A primeira peça desse plano é a “estratégia de médio prazo”. O documento serve para que as pessoas, sobretudo os observadores estrangeiros, “tenham esse conforto em relação ao compromisso do Governo”, repetiu o governante.
Aproveitando o fim oficial do programa de ajustamento (ontem), Portugal fez como a Irlanda, que apresentou em dezembro um documento em tudo muito parecido. Os pacotes de reformas “são conhecidos pela generalidade dos portugueses, mas praticamente desconhecidos fora das nossas fronteiras”, explicou Moedas.
A lista de compromissos concretos tem 32 medidas divididas por três áreas -- competitividade, emprego e reforma do sector público --, mas fora do horizonte 2014-2015 apenas se compromete com as linhas genéricas de consolidação orçamental e de reformas económicas já conhecidas e que decalcam em tudo as regras do novo pacto orçamental europeu e do semestre europeu a aplicar a partir de 2015.
“O Governo só se compromete com as medidas que pode tomar no âmbito do seu mandato”, justificou Luís Marques Guedes, o ministro da Presidência.
O Dinheiro Vivo procurou saber detalhes desta campanha junto do gabinete de Carlos Moedas, mas este disse que só na segunda-feira. Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-priority:99; mso-style-qformat:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin-top:0cm; mso-para-margin-right:0cm; mso-para-margin-bottom:10.0pt; mso-para-margin-left:0cm; line-height:115%; mso-pagination:widow-orphan; font-size:11.0pt; font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-font-family:Calibri; mso-ascii-theme-font:minor-latin; mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-theme-font:minor-fareast; mso-hansi-font-family:Calibri; mso-hansi-theme-font:minor-latin;}
Estamos a falar de bancos, fundos de investimento em obrigações, Tesouros nacionais, entre outros, os que supostamente vão emprestar dinheiro (a preços razoáveis, espera-se) nos próximos anos.
O plano serve também para controlar danos que possam ser provocados por notícias e dados menos benignos: a falta de robustez do crescimento ou a crescente inquietação (sinalizou já a Comissão Europeia) com o facto de o ritmo das reformas “ter abrandado em algumas áreas”. O FMI também está algo incomodado com isto.
Ontem, na apresentação da “estratégia de reforma de médio prazo”, Carlos Moedas, o secretário de Estado adjunto de Pedro Passos Coelho, elaborou um pouco sobre essa operação de charme.
“Os investidores vão ter um olhar diferente daquele que era o olhar da troika, que era o de um programa de ajustamento, de dia-a-dia”, referiu.
“Os investidores vão estar num olhar em que nós vamos ter uma maior responsabilidade de comunicação, de falar com jornais estrangeiros, de conseguir ir passando as mensagens daquilo que vamos fazendo passo a passo, para dar esse conforto de que Portugal é um país que cumpre, é reformador e não tem nada que se possa apontar em termos da sua capacidade de fazer”, acrescentou o governante.
Será ele também um dos responsáveis nesta nova estratégia de aproximação aos mercados, de gestão da opinião sobre as políticas, sobre, por exemplo, as implicações de um eventual chumbo de medidas da parte do Tribunal Constitucional.
Durante os três anos do programa de ajustamento da troika, o Governo manteve sempre contactos regulares com investidores, mas como tinha a troika do seu lado a corroborar muitos dos “sucessos” alcançados, nunca precisou realmente de os enfatizar e de fazer grande controlo de danos, por exemplo.
Agora, a situação é diferente. A troika continuará no país, mas não na versão “missão trimestral”.
Ainda nesta semana que passou, um alto responsável de Bruxelas alertou que “por enquanto os mercados estão a ser benignos em relação a Portugal, mas sabemos que os mercados são inconsistentes. Podem não reagir imediatamente a erros de política, mas fá-lo-ão mais cedo ou mais tarde”.
“Vamos ter uma maior responsabilidade de comunicação”, reiterou ontem Moedas.
A primeira peça desse plano é a “estratégia de médio prazo”. O documento serve para que as pessoas, sobretudo os observadores estrangeiros, “tenham esse conforto em relação ao compromisso do Governo”, repetiu o governante.
Aproveitando o fim oficial do programa de ajustamento (ontem), Portugal fez como a Irlanda, que apresentou em dezembro um documento em tudo muito parecido. Os pacotes de reformas “são conhecidos pela generalidade dos portugueses, mas praticamente desconhecidos fora das nossas fronteiras”, explicou Moedas.
A lista de compromissos concretos tem 32 medidas divididas por três áreas -- competitividade, emprego e reforma do sector público --, mas fora do horizonte 2014-2015 apenas se compromete com as linhas genéricas de consolidação orçamental e de reformas económicas já conhecidas e que decalcam em tudo as regras do novo pacto orçamental europeu e do semestre europeu a aplicar a partir de 2015.
“O Governo só se compromete com as medidas que pode tomar no âmbito do seu mandato”, justificou Luís Marques Guedes, o ministro da Presidência.
O Dinheiro Vivo procurou saber detalhes desta campanha junto do gabinete de Carlos Moedas, mas este disse que só na segunda-feira. Normal 0 false false false EN-US X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4
"Vamos ter maior responsabilidade de comunicação, de falar com jornais estrangeiros e passar mensagens do que vamos fazendo passo a passo.""
FONTE: www.dinheirovivo.PT
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