"CPLP: Vaquina lança “Juntos Contra a Fome”
O Primeiro-Ministro moçambicano, Alberto Vaquina, lançou hoje, em Maputo, uma campanha, designada “Juntos Contra a Fome”, que visa mobilizar fundos para erradicar a fome no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).A campanha, que termina em Outubro do ano corrente, foi lançada durante a XII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, realizada hoje em Maputo.Os fundos serão usados para a atribuição de terras aos agricultores e cidadãos que queiram praticar a actividade agrícola, mas que carecem de espaço para o efeito, bem como para a aquisição de insumos agrícolas. A fome afecta actualmente cerca de 250 milhões de pessoas na CPLP, das quais 28 milhões sofrem de desnutrição crónica. Falando durante o evento, o Primeiro-ministro afirmou “ninguém pode dizer ou achar que este desafio não lhe diz respeito… a fome, ela encontra-se ao virar da esquina, no olhar da criança que vai a escola sem o pequeno-almoço e da mãe que acorda sem saber se os seus filhos terão alguma refeição no dia que amanhece".Â
Para o governante, não faz sentido que a CPLP continue com 28 milhões de cidadãos afectados pela desnutrição crónica, se tivermos em conta que ela provoca “défices graves de nutrientes indispensáveis ao crescimento equilibrado das nossas crianças, afectando gravemente a sua capacidade de aprendizagem escolar”.“Com preocupação, notamos que as crianças que hoje enfrentam a desnutrição crónica são potenciais vítimas do insucesso escolar e amanhã serão, provável e infelizmente, adultos pobres. E é este ciclo de injustiça e predestinação ao fracasso que urge rompermos”, acrescentou.Â
Para Vaquina, este é o momento de agir, porque “não podemos ficar indiferentes a uma realidade que diz respeito a todos nós! Este momento solene constitui o arranque da campanha ‘Juntos Contra a Fome’, que atingirá o seu auge a 16 de Outubro, quando celebramos o Dia Mundial da alimentação.”Referiu que foi com o objectivo de contribuir a erradicar a fome que Moçambique, quando assumiu a presidência da CPLP, em 2012, elegeu a “Segurança Alimentar e Nutricional”, como lema central da sua presidência.Por seu turno, o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em Portugal, o moçambicano Hélder Muteia, vincou que a fome destrói a dignidade da condição humana e afecta o desenvolvimento cognitivo das crianças e, por isso, urge combater o mal ao nível da CPLP.
“A fome dói e mata. Marca negativamente gerações inteiras, descaracteriza o tecido social, adia sonhos e esperanças e mancha o processo e o desenvolvimento das pessoas, das comunidades e das nações. A fome também divide as pessoas e as nações”, disse. Disse ainda que as redes de telefonia móvel chegam aos recantos mais recônditos da terra, mas continua a existir gente que não tem um prato de comida e, assim, condenada a uma vida miserável ou uma morte inglória, despojada de direitos e valores morais e sociais.Â
“Por cada pessoa que morre nessas condições, a dignidade e grandiosidade da natureza humana e dos seus avanços também ficam drasticamente abalados e diminuídos ”, afirmou Muteia.O representante da FAO explicou que os recursos resultantes desta campanha servirão para complementar os esforços dos governos, dos seus parceiros, do sector privado e da sociedade civil em geral.“Queremos ajudar os agricultores. Paradoxalmente, 80 por cento das pessoas que passam fome em África são agricultores. Praticam uma agricultura rudimentar que não permite sequer alimentar condignamente as suas famílias”.
O secretário Executivo da CPLP, Murade Murargy e que também é moçambicano, afirmou que a CPLP pretende ter territórios livres da fome, de agricultores sem fome e crianças com um futuro próspero.
“São estes os três eixos nos quais em consonância com a estratégia de segurança alimentar e nutricional, se baseia a campanha da CPLP Juntos Contra a fome”, disse Murargy, para de seguida afirmar que espera que a fome seja erradicada até 2025.
(RM/AIM)"
FONTE: RÁDIO MOÇAMBIQUE.
O Primeiro-Ministro moçambicano, Alberto Vaquina, lançou hoje, em Maputo, uma campanha, designada “Juntos Contra a Fome”, que visa mobilizar fundos para erradicar a fome no seio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).A campanha, que termina em Outubro do ano corrente, foi lançada durante a XII Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da CPLP, realizada hoje em Maputo.Os fundos serão usados para a atribuição de terras aos agricultores e cidadãos que queiram praticar a actividade agrícola, mas que carecem de espaço para o efeito, bem como para a aquisição de insumos agrícolas. A fome afecta actualmente cerca de 250 milhões de pessoas na CPLP, das quais 28 milhões sofrem de desnutrição crónica. Falando durante o evento, o Primeiro-ministro afirmou “ninguém pode dizer ou achar que este desafio não lhe diz respeito… a fome, ela encontra-se ao virar da esquina, no olhar da criança que vai a escola sem o pequeno-almoço e da mãe que acorda sem saber se os seus filhos terão alguma refeição no dia que amanhece".Â
Para o governante, não faz sentido que a CPLP continue com 28 milhões de cidadãos afectados pela desnutrição crónica, se tivermos em conta que ela provoca “défices graves de nutrientes indispensáveis ao crescimento equilibrado das nossas crianças, afectando gravemente a sua capacidade de aprendizagem escolar”.“Com preocupação, notamos que as crianças que hoje enfrentam a desnutrição crónica são potenciais vítimas do insucesso escolar e amanhã serão, provável e infelizmente, adultos pobres. E é este ciclo de injustiça e predestinação ao fracasso que urge rompermos”, acrescentou.Â
Para Vaquina, este é o momento de agir, porque “não podemos ficar indiferentes a uma realidade que diz respeito a todos nós! Este momento solene constitui o arranque da campanha ‘Juntos Contra a Fome’, que atingirá o seu auge a 16 de Outubro, quando celebramos o Dia Mundial da alimentação.”Referiu que foi com o objectivo de contribuir a erradicar a fome que Moçambique, quando assumiu a presidência da CPLP, em 2012, elegeu a “Segurança Alimentar e Nutricional”, como lema central da sua presidência.Por seu turno, o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em Portugal, o moçambicano Hélder Muteia, vincou que a fome destrói a dignidade da condição humana e afecta o desenvolvimento cognitivo das crianças e, por isso, urge combater o mal ao nível da CPLP.
“A fome dói e mata. Marca negativamente gerações inteiras, descaracteriza o tecido social, adia sonhos e esperanças e mancha o processo e o desenvolvimento das pessoas, das comunidades e das nações. A fome também divide as pessoas e as nações”, disse. Disse ainda que as redes de telefonia móvel chegam aos recantos mais recônditos da terra, mas continua a existir gente que não tem um prato de comida e, assim, condenada a uma vida miserável ou uma morte inglória, despojada de direitos e valores morais e sociais.Â
“Por cada pessoa que morre nessas condições, a dignidade e grandiosidade da natureza humana e dos seus avanços também ficam drasticamente abalados e diminuídos ”, afirmou Muteia.O representante da FAO explicou que os recursos resultantes desta campanha servirão para complementar os esforços dos governos, dos seus parceiros, do sector privado e da sociedade civil em geral.“Queremos ajudar os agricultores. Paradoxalmente, 80 por cento das pessoas que passam fome em África são agricultores. Praticam uma agricultura rudimentar que não permite sequer alimentar condignamente as suas famílias”.
O secretário Executivo da CPLP, Murade Murargy e que também é moçambicano, afirmou que a CPLP pretende ter territórios livres da fome, de agricultores sem fome e crianças com um futuro próspero.
“São estes os três eixos nos quais em consonância com a estratégia de segurança alimentar e nutricional, se baseia a campanha da CPLP Juntos Contra a fome”, disse Murargy, para de seguida afirmar que espera que a fome seja erradicada até 2025.
(RM/AIM)"
FONTE: RÁDIO MOÇAMBIQUE.
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