sexta-feira, 11 de maio de 2012

CABO DELGADO MOÇAMBIQUE EXPLORAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS FAZ CATAPULTAR CRESCIMENTO

"PESQUISAS - Hidrocarbonetos em Cabo Delgado: Quando cinco projectos geram mudanças. Cabo Delgado é umas das províncias que se espera venha a registar maior crescimento nos próximos anos devido a exploração de recursos naturais. As recentes descobertas de reservas consideráveis de gás natural, na Bacia do Rovuma e a ocorrência de importantes jazigos de outros recursos minerais como o mármore, níquel, grafite, rubi e ouro colocam a província no roteiro de investidores nacionais e estrangeiros. Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
A expectativa é grande, sobretudo, porque só o projecto de GNL - Gás Natural Liquifeito - na Bacia do Rovuma espera-se que venha a ser um factor de mudança profunda da economica nacional, para além de poder ainda posicionar o país como o potencial 2º ou 3º produtor de gás do mundo. Anadarko, Eni, Statoil e a Petronas são as quatro companhias já posicionadas naquela que é até aqui, a mais próspera bacia sedimentar em Moçambique.  Porque maior parte dos investimentos encontra-se na fase de prospecção e pesquisa ainda não são visíveis grandes impactos a nível das comunidades, não se podendo dizer o mesmo em relação às médias empresas. Estas começam a ganhar algum dinheiro como resultado de pequenos fornecimentos de bens e serviços às multinacionais.Entretanto, não deixa de ser ainda preocupante o fraco nível de aproveitamento das oportunidades que se abrem como resultado dos investimentos até aqui realizados. Basta dizer que para o fornecimento de serviços como, por exemplo de catering, o mercado é dominado por empresas sul-africanas ou de outros países, tudo porque poucas ou quase nenhuma empresa nacional se mostra preparada para abastecer alimentos numa plataforma com cerca de 100 ou mais homens a trabalharem 24 horas por dia.O turismo é dos poucos sectores que retira ganhos dos trabalhos em curso na Bacia do Rovuma. Por exemplo, a ocupação de hotéis há muito que anda acima da média contrastando com o cenário que se vivia há bem pouco tempo o que inclusive chegou a conduzir a ameaças de falência de determinados estabelecimentos, particularmente na cidade de Pemba. Uma das causas que eram evocadas era o impacto da crise económica e financeira mundial.
No terreno, para quem volta à cidade de Pemba dois anos depois nota uma grande mudança. O movimento de viaturas subiu ao mesmo tempo que proliferam ao redor da urbe estaleiros ocupados pelas companhias de prospecção de petróleo com destaque para a norte-americana Anadarko e italiana Eni.Nos últimos anos, só a Anadarko afirma ter investido, em Cabo Delgado, pouco acima de 800 milhões de dólares. As projecções apontam para um investimento de 15 biliões de dólares até 2017.
Hoje, falar inglês ou francês é uma grande vantagem para aceder às crescentes e aliciantes oportunidades de emprego. Algumas médias empresas incluindo hoteleiras estão a perder mão-de-obra que acorre aos mega-projectos onde passa a ganhar, nalguns casos, dez vezes mais em relação ao emprego anterior.A corrida ao emprego nos mega-projectos fez disparar o custo da mão-de-obra sendo que alguns empregadores se vêem na contingência de terem que pagar mais como condição para a manutenção de trabalhadores. Em função disso assiste-se também uma subida galopante do custo de vida, que naturalmente acompanha o poder de compra induzido pelas grandes empresas. Importa aqui referir que, o preço por exemplo, do pescado ou outros mariscos conheceu uma subida vertiginosa nos últimos tempos com os hotéis a reclamarem custos operacionais elevados como resultado da subida dos preços dos produtos.O Pemba Beach Hotel é uma instância de referência em Cabo delgado e lá os gestores também se queixam dos elevados custos não só dos mariscos, como dos produtos agrícolas como o repoulho, tomate e outras hortícolas.    Os ganhos das actividades de prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos também se estendem à algumas empresas públicas que operam em Pemba. O director provincial dos recursos Minerais, não apresenta números, mas confirma que o consumo dos combustíveis, sobretudo o diesel e óleos subiu bastante em Cabo delgado.O Porto de Pemba, anda congestionado devido a demanda de navios que trazem equipamentos pesados necessários para as actividades prospecção e pesquisa. Os aeroportos de Moçambique arrendaram uma parte do seu recinto em Pemba às empresas de petróleo sucedendo-se o mesmo no aeródromo de Mocímboa da Praia.

Operadores turísticos procuram aumentar capacidade de alojamento
Operadores turísticos procuram aumentar capacidade de alojamento
Oitocentos mil dólares para responder demanda
Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Kauri Resort é o nome de um dos hotéis de referência aonde encontrar espaço para acomodação ficou difícil, nos últimos tempos, devido a demanda resultante da corrida aos petróleos.O administrador do estabelecimento afirmou que se há bem poucos anos, o turismo de Cabo Delgado era baseado nas ilhas, hoje devido à prospecção e pesquisa de Hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma, os hotéis em Pemba andam quase cheios. Mohsin Abdulcarimo conta que as empresas ligadas aos petróleos chegaram a propor-lhes um contrato de ocupação de todo o hotel a longo prazo, facto que foi recusado pelos gestores daquela instância.“Preferimos procurar financiamentos e, neste momento, estamos a investir 800 mil dólares para ampliarmos a capacidade de acomodação do hotel”, explicou.Considerando que actualmente, 90 porcento do turismo que é feito em Pemba é de negócios, a fonte referiu que a emergência das empresas petrolíferas também trouxe a concorrência na pouca mão-de-obra qualificada e também nos custos de operação do hotel.Segundo nos deu a entender, o peixe que antes era adquirido a 20 meticais o quilograma pode ser comprado hoje a 200 meticais a mesma unidade. “Isso faz com que também subamos os preços dos produtos para podermos acompanhar a dinâmica”.Para elucidar a forte competitividade na mão-de-obra local Mohsin Abdulcarimo indicou que depois de terem contratado um trabalhador em Maputo para exercer as funções de chefe de sala em Pemba, em Dezembro do ano passado, dois meses depois o mesmo recebeu uma proposta das empresas ligadas ao petróleo para auferir um salário de cerca de 100 mil meticais.“Não tivemos outra saída senão largar o trabalhador porque não estávamos em condições de pagar, nem sequer, metade do que eles prometiam”.

Ramiro Nguiraze
Ramiro Nguiraze
Futuro é bastante promissor Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Ramiro Nguiraze, desempenha as funções de director provincial dos Recursos Minerais e Energia em Cabo Delgado. Foi dos primeiros a conversar com a nossa Reportagem, tendo nos confidenciado que o futuro da província é bastante promissor.
Aponta que como resultado das pesquisas actualmente em curso, está projectada a construção, em Cabo Delgado, de centrais para a produção do Gás Liquifeito para permitir a sua exportação, o que trará consigo muitas empresas de prestação de serviços. “Eu tenho a certeza de que nem tudo a província vai conseguir responder. Então, isso vai implicar o aparecimento de mais empresas de serviços o que vai contribuir para a criação de mais emprego, mais oportunidades de negócios, mesmo na área do turismo, comércio, indústria de construção civil. Portanto, esperamos uma evolução muito grande no capítulo do desenvolvimento da província”, vaticinou Nguiraze.Durante a conversa Nguiraze foi nos garantindo que, neste momento, a maior parte de empresas de prestação de serviços são estrangeiras. É assim porque a grande maioria das empresas moçambicanas não mostram capacidade ou pujança financeira para poderem responder às exigências das companhias que trabalham 24 horas por dia ou nas plataformas ou nos estaleiros.Ramiro Nguiraze chama atenção sobre a necessidade de o empresariado nacional ter que se preparar tanto para o presente assim como para o futuro que se avizinha sob pena de terem que ficar a lamentar todos os dias.“Há que se preparar para concorrer porque as companhias petrolíferas não têm tempo para perder porque incorrem a custos elevados. É por esta razão que agora temos a maior parte das empresas que prestam serviços provenientes da África do Sul”, sustentou Nguiraze.

Osman Yacob
Osman Yacob
Não é tempo para lamentações. Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Osman Yacob é um dos empresários cujo sucesso é cada vez mais notório na província de Cabo Delgado. Para além do ramo das ferragens também actua na área dos supermercados. Diz saber de algumas vozes pessimistas que consideram que as descobertas de gás possam se transformar num mal para a estabilidade de Cabo Delgado e do país no geral.  “A mim não me parece que estes investimentos possam fazer mal para a província e muito menos para o país. O problema que temos é que criticamos quando as coisas acontecem, mas também criticamos quando não acontecem”, sustentou.Considera que há muito que o desenvolvimento do Cabo Delgado vem sendo adiado, mas desta vez parece ser irreversível que tal aconteça.
No seu entender já é visível o impacto que a prospecção de petróleo começa a trazer para o desenvolvimento da região e aponta que na cidade, há muito movimento de carros, uma afluência de gente de outras províncias, emprego de jovens o que aumentou o poder de compra das pessoas para além de uma proliferação de estaleiros aonde muitos moçambicanos estão a ganhar dinheiro pelo seu aluguer.O mais importante neste momento, segundo Osman Yacob é que os moçambicanos precisam de se preparar para tirar proveito desta afluência dos investidores porque segundo ele, não faz sentido que muitas empresas de prestação de serviços continuem a vir de países vizinhos.Os nossos privados devem parar de lamentar e investirem em empresas que podem fornecer alimentos com qualidade e velocidade necessária. Temos que ter empresas de construção que garantam o preço, a qualidade e rapidez na execução das obras para que as empresas petrolíferas possam confiar.
Outro aspecto é que o Governo tem que investir na formação de quadros capazes de trabalhar nas empresas petrolíferas. É preciso induzir a nossa agricultura a ter produtos com a qualidade necessária para as pessoas que demandam as plataformas e não só.“Portanto, há aqui aspectos que quanto há mim devem ser feitas pelo sector privado, mas também há outras como por exemplo, telecomunicações de qualidade que devem ser assegurados por empresas ligadas ao estado e isso não temos agora aqui em Cabo Delgado”, alertou Osman Yacob.

Pemba Beach Hotel
Pemba Beach Hotel
Renasce esperança para Beach Hotel. Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Aberto em Abril de 2002, o Pemba Beach Hotel tornou-se desde logo, a referência da província de Cabo Delgado em matéria do turismo. Oito anos mais tarde, ou seja, há cerca de dois anos, o estabelecimento com cerca de 106 quartos esteve a beira de encerrar as portas como reflexo directo da crise financeira e económica internacional.
Jesus Perez Bustamante é o director-geral do hotel que na conversa com o nosso jornal, reconheceu, primeiro, que nos últimos anos o estabelecimento atravessou momentos difíceis, mas que as pesquisas de petróleo na Bacia do Rovuma trazem um novo alento para a província e para o país no geral.Afirma que desde que as pesquisas ganharam grande impulso, o número de hóspede no hotel tende a subir e já há casos em que a taxa de ocupação atinge 100 porcento ou que baixa para 75 a 80 porcento o que na sua óptica é muito bom.Queixa-se, no entanto, da concorrência na mão-de-obra qualificada uma vez que o hotel tem estado a perder trabalhadores. “Estamos a perder motoristas, cozinheiros e outros trabalhadores que formamos. Isso faz com que formemos pessoas que depois não ficam connosco porque a concorrência é muito forte”, sustentou.Não obstante perspectivar um futuro promissor para a província de Cabo Delgado, o director-geral do Pemba Beach Hotel também se queixa do facto de muitos dos hóspedes não passar refeições ali.“Não sei onde eles comem, mas devo dizer, que o facto deles ocuparem os nosso quartos é muito bom para nós”, referiu a fonte para quem outro grande problema está nas constantes subidas de produtos do mar e das hortícolas como resultado da demanda imposta pelas empresas ligadas aos petróleos.
Fundo de Petróleo mexe vida nos distritos. Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Desde cedo, o Governo central apercebeu-se que as actividades de prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos leva muito tempo para produzir impactos directos na vida das comunidades que habitam as zonas por onde se desenvolvem os projectos.
Assim, foi introduzido nas cláusulas contratuais com as multinacionais de petróleo que estas deviam contribuir parte dos seus investimentos para um Fundo de Petróleo cuja principal missão seria a canalização de valores para projectos que possam ajudar no desenvolvimento social desde o abastecimento de água, construção de escolas, entre outras actividades. Desde a sua implementação, há pouco mais de três anos, já foram canalizados cerca de três milhões de dólares norte-americanos.
Desses valores foram reabilitados os sistemas de água, em Macomia da Praia, na vila se do distrito Palma e em Quissanga.  Em Palma também foi construído um bloco de seis salas de aulas e clube recreativo. Foi construída uma casa para o director da aldeia Ntchinga. Fez-se igualmente, cerca de 70 quilómetros de vedação electrificada de uma parte do Parque das Quirimbas numa clara tentativa de combater o conflito homem/animal. Foram elaborados projectos executivos para a construção de sistemas de abastecimento de água em Mecufi, em Mbau e em Namuno. Para garantir o abastecimento de água durante todo o ano à vila de Mocímboa da Praia foi construída uma represa. Soubemos que em Quissanga, há também uma intervenção neste momento, para a construção do sistema de abastecimento de água. Há bem pouco tempo, foram montadas repetidoras da Rádio Moçambique FM em três distritos, Macomia, Mocímboa da Praia e Palma, o que de certa maneira teve o seu impacto social.Outras actividades foram desenvolvidas, sobretudo, na abertura de dez furos de água em várias comunidades dos quais cinco em Palma, cinco em Mocimboa.

Macomia já produz frango. Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Quando desembarcamos em Cabo Delgado, foi nos revelado que um dos ganhos mais importante que houve na aplicação do Fundo de Petróleos foi a instalação de Centros de Conhecimentos em Macomia, Mocímboa da Praia e Palma onde foram formados cerca 700 jovens, alguns dos quais já estão a implementar os conhecimentos adquiridos. Disseram-nos também que tal já está a ter o seu impacto na elaboração e gestão de projectos financiados através do Fundo de Desenvolvimento Distrital, vulgo FDD.  Foi assim que escalamos o distrito de Macomia para quem se desloca em direcção ao norte da província de Cabo Delgado. Encontramos Sabina Galimoço, uma jovem que decidiu aderir ao projecto de formação financiado pelo Fundo de Petróleo.
Diz pouco saber sobre as actividades de prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos na Bacia do Rovuma, mas conta que do conhecimento adquirido aderiu a uma associação de jovens locais onde se dedicam à criação de frangos para a comercialização.
Reconhece que até há bem poucos anos consumir frango em Macomia era coisa de outro mundo, mas hoje, graças aos ensinamentos ministrados, já é possível produzir e vender para os pequenos agentes económicos locais.No lote actual, Galimoço tem na capoeira 140 pintos adquiridos na vizinha província de Nampula. A ração é adquirida em Pemba, mas mercê dos conhecimentos ministrados durante o curso, recorre também a uma ração A2 produzido localmente.Com base na mistura de farelo de milho, uma parte de moringa e outros produtos produzidos localmente, faz-se uma ração que reduz drasticamente os custos.Quando crescidos, os frangos são comercializados a um preço de 200 meticais o que segundo nos confidenciou está a trazer muito lucro à associação da qual faz parte.

Assa Fátima Chibutsane
Assa Fátima Chibutsane
Aeroporto e bancos dinamizam Mocímboa. Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias
Exemplos como a que encontramos em Macomia fomos também encontrar em Mocímboa da Praia, o distrito mais desenvolvido da região norte de Cabo Delgado. Em Mocímboa, para além da criação de frangos, surgimento de lojas de venda de material eléctrico, carpintarias, casas de manutenção de equipamento de frio, deparamo-nos ainda com outros grandes empreendimentos que marcam a diferença na zona. O Aeródromo local foi completamente reabilitado e nele aterram aviões provenientes de países vizinhos transportando pessoal ligado às actividades de prospecção e pesquisa de petróleo. Bem ao lado, mas no interior do recinto aeroportuário, está a funcionar um estaleiro que é uma verdadeira base da multinacional norte-americana Anadarko. Soubemos que é ali onde se faz a troca de pessoal que com ajuda dos helicópteros escala as plataformas que se encontram no alto mar.  O aeródromo de Mocímboa, esteve durante vários anos abandonado, mas hoje, com uma pista maior que a do Aeroporto de Pemba, é um sinal vivo de uma infra-estrutura que está a tirar proveitos das actividades de prospecção e pesquisa de gás na Bacia do Rovuma. Em conversa com Assa Fátima Chibutsane, ex-consultora do Centro do Conhecimento de Mocímboa da Praia, ficamos a saber que não é só o aeroporto que vai impulsionando a vida em Mocímboa. Três bancos já estão em funcionamento no distrito enquanto um outro está ainda em construção.
Assa Chibutsane diz que tal como Macomia, o distrito de Mocímboa também passou a consumir o frango de produção local graças ao Centro de Conhecimento ali implementado.Impressionado pelo desenvolvimento do distrito, Chibutsane que é também formada em Agronomia pela Universidade Eduardo Mondlane diz estar a preparar um projecto de criação de frangos sendo que a principal matéria-prima será a sêmea de arroz. “Quando aqui cheguei vi que havia muito desperdício da sêmea de arroz porque as pessoas não conhecem o valor nutritivo deste resíduo para as aves. Ministrei um curso e algumas pessoas começam a usar e estão a ganhar dinheiro por isso”, frisou.O desenvolvimento do distrito de Mocímboa também foi testemunhado por Fernando Natal, Administrador local que para além de apontar a reabilitação do sistema de abastecimento de água local indicou os jovens que também estão a começar a ter emprego nas companhias petrolíferas.Estimou que em Mocímboa, já há pelo menos 70 jovens que estão a trabalhar nas empresas de petróleo. “A nossa ideia é começarmos a preparar outros nas áreas de serralharia, condução, electricidade para poderem aproveitar as oportunidades que se abrem e não ficarmos a lamentar como acontece noutras partes do país onde são instalados os mega-projectos”.

Palma: água volta a jorrar 25 anos depois . Maputo, Sexta-Feira, 11 de Maio de 2012:: Notícias Levamos quase um dia viajando para o último distrito do Norte da província de Gabo Delgado. Um pouco depois de sairmos de Mocímboa da Praia o que mais chama a atenção é a estrada que, não obstante, estar em obras é ainda de difícil transitabilidade. Localizado a cerca de 500 quilómetros de Pemba, Palma é daquelas sedes distritais que poucas infra-estruturas mostram claramente, se estar diante duma vila sede. Não há estrada alcoatroada. Existem muito poucos edifícios convencionais. Nas nossas voltas, deparamo-nos com uns camiões pouco comuns.Fomo-nos explicados que ali se encontra instalado um dos grandes estaleiros da Anadarko que para além de estar a trabalhar no mar também está a preparar uma nova operação sísmica na zona onshore da Bacia do Rovuma, ou seja, na área onde esteve concessionada à Artumas.Logo a primeira, em Palma quase nada se vê ainda como impacto directo das actividades de prospecção e pesquisa de gás. Das conversas soubemos que a população já se apercebeu deste movimento até porque alguns jovens locais estão empregues nas companhias petrolíferas ou nas empresas de prestação de serviço.Algumas habitações que antes tinham a cobertura de capim passaram a estar cobertas de chapas de zinco como fruto do salário auferido aquando da realização de trabalhos sísmicos na área onshore pela Artumas.Da conversa com Costantino Mumbule, director local das Actividades Económicas ficamos a saber que para a melhoria da qualidade de vida da população local, o Fundo de Petróleo já financiou a reconstrução do sistema de abastecimento de água o que permitiu que o precioso líquido voltasse a jorrar 25 anos depois em Palma.Com o mesmo fundo foi construído um bloco com seis salas de aulas devidamente mobiladas para além de terem sido abertos furos de água nas comunidades vizinhas.Em Palma também foi instalada a repetidora de rádio, mas devido aos índices elevados de salinidade, este se encontra agora avariado.  Na sequência da implementação do centro de conhecimento, o distrito passou a condicionar o financiamento aos mutuários do FDD à passagem pelo Centro do Conhecimento. Costantino Mumbule não apresenta números, mas diz mesmo que os resultados destas experiências são espectaculares porque o nível de reembolso disparou nos últimos tempos no distrito.  Titos Munguambe" Fonte Jornal NOTICIAS.

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