BEIRA, SOFALA: A ORIGEM DO FIM, LIVRO LANÇADO A 25 DE ABRIL DE 2024 NA CIDADE DA BEIRA, SOFALA, MOCAMBIQUE DA AUTORIA DE AUGUSTO MACEDO PINTO, EDITADO PELA FUNDZA., TEM O PREFÁCIO DO ANTIGO PRESIDENTE DA REPUBLICA DE MOÇAMBIQUE JOAQUIM ALBERTOI CHISSANO, FUNDAMENTA PORQUE O 25 DE ABRIL DE 1974 EM PORTUGAL TEVE AS SUAS RAIZES NA CIDADE DA BEIRA.

"Augusto Macedo Pinto lança “Beira,a origem do fim” No quadro das celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, o advogado Augusto Macedo Pinto irá lançar, no próximo mês, a obra “Beira, a origem do fim”. A obra é prefaciada pelo antigo presidente da República de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano.No livro, Augusto Macedo Pinto defende a tese de que a Revolução de 25 de Abril de 1974, que marca o início da vida democrática em Portugal, pondo termo ao regime autoritário do Estado Novo e abrindo caminho para a resolução do problema da guerra colonial, terá começado na cidade da Beira.“É nossa intenção, nesta retrospectiva, mais do que elencar factos cronológicos, e do que dar uma opinião, apresentar factos ocorridos a partir de e na cidade da Beira, que deram a sua contribuição decisiva para a queda do Estado Novo (Salazar/Marcelo Caetano) em Portugal, a 25 de Abril de 1974”, afirma Augusto Macedo Pinto. Joaquim Alberto Chissano destaca a importância do livro, afirmando que Augusto Macedo Pinto “relembra factos aos que os viveram ou ouviram falar, e personagens aos que os conheceram e com eles conviveram ou deles ouviram falar,e informa a juventude e a outros que não tiveram a oportunidade de conhecer os que de forma brutal tentaram em vão suster o vento da mudança que tinha como objectivo a independência de Moçambique”. 9 | Soletras Março 2024 Mais adiante, o antigo presidente da república destaca o papel dos tumultos que tiveram lugar, na cidade da Beira, a 17 de Janeiro de 1974, “que pelos vistos foram o detonador do despertar da consciência dos portugueses, com efeitos determinantes que evaram ao 25 de Abril de 1974,em Portugal”.Constituída por 90 páginas, a obra de Augusto Macedo Pinto sairá sob a chancela da Editorial Fundza. Augusto Macedo Pinto, de ascendência Luso-Moçambicana, veio amundo em Nespereira, Cinfães, Viseu, em 11 de Dezembro de 1948. Suajornada levou-o a Lourenço Marques, hoje conhecida como Maputo, em 1953, e desde 1955 viveu em Tete. Entre os anos de 1968 e 1975, dedicou-se aos estudos na Universidade de Coimbra, na Faculdade de Direito, enquanto dividia sua vida entre Moçambique e Portugal. Actualmente, fixou residência na cidade da Beira, Província de Sofala. Advogado de profis-são, foi, entre 1991 e 1999, Cônsul Geral Honorário de Moçambique no Porto e na Zona Norte de Portugal. Actuou como Assessor para os Assun- tos Europeus da Ministra dos Negócios Estrangeiros do Governo de São Tomé e Príncipe. Mantém o blog NANDI IWE activo desde 2010, dedicado exclusivamente a notícias positivas sobre pessoas e países, e contribui como articulista, tendo seus artigos publicados tanto na imprensa nacional quanto estrangeira.[] (Redacção)Augusto Macedo Pinto 10 | Soletras Março 2024 11 | Soletras Março 2024 Augusto Macedo Pinto traz nos à memória, neste seu livroparte da caminhada que percorremos ao longo do tempo, até chegarmos à independência de Moçambique, tendo alguns desses momentos, como seu epicentro, a idade da Beira e a província de Sofala. De uma forma calendarizada e sistematizada, que vem desde o período colonial, relembra factos aos que os viveram ou ouviram falar, e personagens aos que os conheceram e com eles conviveram ou deles ouviram falar,e informa a juventude e a outros que não tiveram a oportunidade de conhecer os que de forma brutal tentaram em vão suster o vento da mudança que tinha como objectivo a independência de Moçambique. Citou o caso odioso do livro-bomba montado pela PIDE, a partir da cidade da Beira,daí “A ORIGEM”, o estertor do colonialismo, pensando que com o acto bárbaro do assassinato de Mondlane nos faria terminar a Luta de Libertação Nacional pela independência de Moçambique, e “O FIM”, também por ele referido, com os tumultos na cidade da Bei- ra, a 17 de Janeiro de 1974, que pelos vistos foram o detonador do despertar da consciência dos portugueses, com efeitos determinantes que levaram ao 25 de Abril de 1974, em Portugal. Depois de eu e o camarada Lopes Tembe termos sido os primeiros a chegar ao local onde o livro-bomba, fabricado na Beira pelos agentes do regime Colonialista, matou, pela sua potente explosão, cruelmente o Camarada Dr. Eduardo Chivambo Mondlane, Presidente da FRELIMO, tive a penosa missão de, na minha qualidade de Chefe do Departamento de Segurança da Frente de Libertação de Moçambique, integrar o grupo de investigação dirigida pelo então Inspector-geral da Polícia da República da Tanzania, Senhor Geofrey Sawya. Através da análise dos restos da bomba destruída (detonador eléctrico, bateria e pedaços de papel de embrulho),com o apoio da INTERPOL, chegamos à conclusão de que aquele engenho tinha sido fabricado na cidade da Beira. O livro de Macedo Pinto não só confirma o facto,mas também a identidade do autor, de nome Casimiro Monteiro.Os factos narrados no livro de Augusto Macedo Pinto trazem à superfície variadas manifestações maléficas do colonialismo, ditadura e fascismo praticados pelo regime de António de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano, que nos chamam à leitura deste e a conhecer as várias forças vivas compreendendo os moçambicanos,portugueses e pessoas de outras nacionalidades que se juntara no combate contra aqueles males, muitas vezes sem se conhecerem entre si. Aqui, acho pertinente realçar a coragem dos capitães das forças portuguesas ao criarem o Movimento dos Capitães pelo fim do fascismo em Portugal e da guerra colonial em Moçambique e noutras colónias portuguesas, apoiando a nossa luta pela independência nacional.No livro do Macedo Pinto, justa referência é feita a alguns dos nossos heróis das épocas nele abordadas. Cada facto citadosugere uma história mais longa,por vezes complexa, a recordar, a completar ou a desvendar.Bem haja o autor, Augusto Macedo Pinto.[] *Título da autoria da revista" SÓLETRAS AUTOR DANY WAMBIRE